Freguesia situada nas proximidades da margem esquerda do rio Rabaçal, dista 25 km da sede do concelho. Compreende os lugares de Rebordelo e Vale de Arneiro[SIC].
De acordo com o saboroso ritonelo, tão do agrado das gentes desta freguesia, ``em Rebordelo há só fartura''. E na realidade as suas características muito próprias, de afinidades com as da terra quente transmontana, permitem-lhe produzir um pouco de tudo: azeite, vinho, castanha, amêndoa, noz figo, diversos produtos hortícolas e cereais. De grande significado é também a criação de gado ovino.
Na área da freguesia há duas minas de estanho, denominadas ``Alto do Sarilho'' e ``Trigueiriça n. o 1''. Julga-se que a sua exploração remonte a tempos muito antigos. Embora desactivadas há algum tempo, as suas potencialidades continuam-se a manter; o problema é que hoje não se verifica qualquer interesse na extracção e aproveitamento daquele minério. Rebordelo foi um centro muito importante da indústria da seda, que continuou em laboração contínua, mesmo depois do aparecimento da moléstia do sirgo, que quase aniquilou aquela indústria na região de Bragança.
Rebordelo é uma freguesia servida por bons acessos viários desde Mirandela, Valpaços, Chaves e Vinhais. A povoação principal é de granito. Junto à estrada, construções novas contrastam com o velho burgo, confirmando os ventos de mudança que nos últimos anos se têm feito sentir por aqui. Tem bairros com identidade muito própria: Igreja, Lombo, Carril, Fontainha, Eiró e outros de menor importância. A gente desta freguesia é o repositório de uma cultura popular que teima em sobreviver: lendas, rezas, tradições, medicina popular.
Rebordelo é uma população muito antiga que já é citada nas Inquirições de 1258. Nessa época já se tinha dado a instituição da ``parrochia de Sancti Laurenti'' que tinha algumas paróquias sufragâneas: ``ecclesia de Nuzedo de Sub-Castelo et eclesia de Val de Paaços quae sunt sufraganeae de eclesia de Sancti Laurenti''. Mais tarde, a igreja de S. Lourenço foi uma abadia da apresentação do padroado real. Pelos finais dos padroados, extintos no século XIX, o abade de Rebordelo tinha um rendimento de 300 mil réis. Rebordelo é terra de judeus, dizem os vizinhos. No bairro do Carril há uma casa que, à entrada, tem uma estrela de David gravada no granito.
Mas a instalação das primeiras comunidades humanas em terras de Rebordelo remonta a tempos pré-históricos, como indicia a sua arqueologia. Na Fraga dos Mouros, gruta natural no meio de brenhas graníticas, há uma antecâmera onde se notam ranhuras, indiciando a existência, em tempos, de uma porta. No interior existe uma espécie de mesa. Atendendo à morfologia do sítio, tudo indica uma ocupação desta gruta desde remotos tempos.
Esta freg. compõe-se dos lugares seguintes:
Rebordelo [simbolo carta] e Vale de Arneiro[SIC].
É serv. pelas est. de Chaves [simbolo comboio] r. C. e de
Bragança [simbolo
comboio] r. T. -> B. (aprox. a 34,8 e 53,7 k. respt.).
O movimento da população desta freg., desde a
publicação da 1. a
edição
da Chor. Port., de P. Carvalho, até ao último
recenseamento, é o seguinte:
P. Carv. | (1706) | 80 | fog | ||
2. a ediç | (1868) | 192 | `` | ||
Est. Paroch | (1862) | 202 | `` | 792 | hab |
`` . Civil | (1864) | `` | 898 | hab | |
Censo | (1890) | 228 | `` | 923 | `` |
`` | (1900) | 230 | `` | 904 | `` |
`` | (1911) | 224 | `` | ||
`` | (1920) | 234 | `` | ||
`` | (1930) | 226 | `` | ||
`` | (1940) | 367 | `` | ||