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O ENSINO
RELIGIOSO
(CONTINUAÇÃO no NÚMERO 89)
IV - Preceptores (Marim)
Sendo muito concorrida a escola, o pre-
ceptor não poderá ensinar sozinho todas as
crianças. Tem, pois, de recorrer à coadjuvação
de outros preceptores ou de pessoas dum e
doutro sexo, que sejam piedosas e tenham
instrução religiosa bastante para o desem-
nho desta missão de tanta glória para
Deus, e tão salutar para as almas.
Fácil será ao preceptor recrutar auxilia-
res, encontrando alguma pessoa de boa von-
tade que se preste a isso. Saiba o pre-
ceptor pedir-lhes e verá como elas não
sabem recusar-se. Faça-lhes ver quão me-
ritória é esta obra. Quem salva ou concorre
para salvar uma alma, assegura a salvação
da sua própria.
Como representante de Deus deve amar
as crianças que lhe estão confiadas sem fazer
distinção entre ricos e pobres, inteligentes e
rudes, e ensina-las com toda a paciencia,
zelo e interesse.
Ditosos aqueles que ensinam a religião
com zelo! Será grande a sua glória como
nos diz o profeta David (XII, 3): Os que
ensinam aos outras os caminhos da justiça,
brilharãa como as estrêlas por tôda a eter-
nidade.
E' possível que os auxiliares dos precep-
tores não possam a principio ensinar mais
do que as fórmulas religiosas. Não é muito
mas é alguma cousa, se eles forem de
inteira confiança e ensinarem essas fórmulas
sem as deturpar.
Muita cautela nesse ponto: antes ver-se
o preceptor só, do que auxiliado por pessoas
animadas das melhores intenções, mas igno-
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soldos; e de cabrão um soldo; e do cordeiro,
e do cabrito, patos, capões e galinhas quatro
dinheiros de cada um. E defende El-Rei
que não de ole nenhum, salvo o degolador
posto pelos udeus em cada lugar, ou quem
ele mandar; e o degolador faça-o saber ao
Colhedor; e se o Judeu, ou Judia, degolar
sem o degolador, haja as penas supraditas.
(Continua).
rantes e duma incapacidade absoluta para
fazer o ensino.
O recrutamento dos auxiliares também
pode ser feito na própria escola.
O preceptor conhece ali, passado pouco
tempo, quais são os alunos que mais se
distinguem pela assiduidade, inteligencia,
comportamento e aplicação. Entre estes
alunos escolhe os mais aptos e separa-os
dos restantes e começa a dar-lhes em dias
determinados e horas marcadas, uma lição
particular, procurando ensinar-lhes tudo
quanto julgar necessario para que venham a
ser seus auxiliares.
Sabendo eles ler e, quando não saibam
sendo inteligentes e dotados duma certa
aptidão para o ensino, trate o preceptor
de os habilitar convenientemente para exer-
cerem este apostolado, estabelecendo uma
espécie de curso bi-semanal ou semanal
- Escola de preceptores auxiliares, por
exemplo. Neste curso ministre-lhes sobre
as verdades da fé conhecimentos suficientes
para que possam fazer explicação da matéria
religiosa sem cair em erros pelo menos
substanciais; ensine-lhes alguns princípios
aplicáveis de pedagogia e inspire-lhes o amor
das crianças e uma verdadeira estima pelo
ensino. Empreste-lhes publicações adequa-
das, que possam concorrer para a sua ior-
mação pedagógica, por exemplo, rudimentos
de judaísmo explicados, livros de história
sagrada, tratados elementares de liturgia, etc.
Não se julgue o preceptor dispensado de
ensinar as crianças por maior que seja o
número de auxiliares voluntários; ele tem o
dever de ir assistir, todas as vezes que
possa, às lições e tomar parte nelas tanto na
sede da Comunidade como nos núcleos de
que esta se compõe, para ver o estado de
adiantamento das crianças, corrigir erros ou
completar lacunas que porventura note no
ensino, e também para incitamento de mestres
e discípulos.
Além dos preceptores auxiliares convém
que haja grupos de protectores das Escolas
(aqueles que dão um subsídio mensal para
as despesas do ensino religioso).
Adaptação de Norberto A. Moreno.
N.º 090, Shevat 5699 (Jan 1939)
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