N.° 6 PORTO - TISHRI 5688 (Outubro de 1927) ANO II ============================================================================================================= Tudo se ilumina _______ ___ _______ |=|____ _______ ...alumia-vos e para aquele que |____ ||_ || ___ ||____ ||_____ | aponta-vos o ca- busca a luz. | | |_| \_\ | | / / _ | | minho. | | _____| | / / | | | | BEN-ROSH |_| |_______| /_/ |_| |_| BEN-ROSH (HA-LAPID) Órgão da Comunidade Israelita do Porto ------------------------------------------------------------------------------------------------------------- DIRECTOR E EDITOR: -A. C. os BARROS BASTO (BEN-ROSH) || COMPOSTO E IMPRESSO NA Empresa DIARIO DO PORTO, Lda Avenida da Boavista, 854-PORTO || Rua.de S. Bento da Victoria, 10 (Toda a correspondencia deve ser dirigida ao director) || ---------------- P O R T O ---------------- ------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Símbolo de Redenção No mês de Tishri de 5688 (Outu- bro de 1927 da Era vulgar) levou o Presidente da Comunidade Israelita do Porto a 1.a mensagem do Resgate ás terras brigantinas. Na capital do dis- trito viu que um dos cripto-judeus mais influentes dessa cidade havia domes- ticado um lobo, que apanhara na serra, e que havia transformado em submisso e dedícado animal. Viu esse lobo junto duma ovelhinha e de creanças, e com elas brincando. Nesse quadro viu mais o Mensageiro do Resgate, um sinal de que Deus Bemdito abençoava a sua missão. Era o despontar duma nova era de fé e de Esperança para aqueles que durante 400 anos de paes a filhos, tranzidos de pavor, pelo uivar das feras inquisitoriais que lhes rondavam as portas, com os seus filhinhos bem che- gados aos seus corações, invocaram o Deus de seus antepassados. Eram eles a ovelhinha que vivia junto da fera hululante do fanatismo nazarêno. Deus Bemdito protegera com a sua poderosa mão a rês indefeza, e abriu os olhos á fera fazendo-lhe vêr que tambem lhe havia dado-coração. E as ovelhinhas desgarradas de Israel foram conserva- das pela Misericordia do Altíssimo e Unico para que assistissem á alvorada da redenção e do renascimento do ve- lho judaismo lusitano, o qual seme- lhante á vide já velha, mergulhou nas sombras da terra para de novo surgir á clara luz do sol peninsular, plena de seiva, para de novo dar belos e sabo- rosos frutos, cuja doçura e frescor se- rão apreciados pelos seus, pelos seus amigos e até por aqueles que os mal- diziam. A alguns dos cripto-judeus, permi- tiu o Deus de Israel, que atingissem lu- gares e situações de grandeza na nossa terra. A esses eu lhes recordarei que a bela judia Esther foi rainha, es- posa do rei Assuero que reinou desde a India até a Etiopia sobre vinte e sete províncias. Esther ao seu esposo e aos grandes do reino não disse que per- tencia à nobre raça e sagrada fé judai- ca; antes guardou segredo disso. Um dia Mardoqueu (Mordokhai), seu tio foi ter com ela e disse-lhe que decla- rasse ao rei a sua raça e ié e junto dele intercedesse pela salvação dos seus correligionarios. Esther apresen- tou varias razões tendentes a esqui- var-se a essa missão, que julgava pôr em risco o seu bem-estar. Mordokhai em resposta disse a Es- then-«Não te persuadas que por es- tares na casa do Rei salvaràs tu só a vida entre todos os judeus. Porque se
N.º 006, Tishri 5688 (Out 1927)
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