HA-LAPÍD 3 ======================================= PARTE IV - HOCHEN HAMMICHPAT julgamentos e juízos. Processos: emprés- timos; Acusações; juramentos; credores e obrigações. Diversas formas de exigir os empréstimos obrigações; compensações, pe- nhores ou hipotecas; exigir uma divida por mandatário. Credores. Caução. Propriedade e tomada de posse: moveis e imoveis. Estragos por meação. lndivisões, dispu- tas e partilhas; limitações. Mandatários. Compra e venda. injustiças, erros nas tran- sações e partilhas. Doações, em particular dos doentes, testamentos. Objectos perdidos e encontrados. Estragos acidentais. Bens nullius; bens de prosélitos. Sucessões e lu- tela. Depósitos gratuitos ou contra salário. Locações de animais, de objectos, forma de depósito. Assalariados e operários. Coisas emprestadas. Furtos-e latrocinios. Danos. Depósitos perdidos; danos causados nos bens, no corpo ou na reputação. o o o Cripto-judeus da Covilhã O nosso amigo. o sr. tenente Elias da Costa, cripto-judeu da Covilhã, publícísta notavel que tem procurado em varias pu- blicações elevar o nivel intelectual dos seus concidadãos, acaba de publicar um livro interessantissimo com o titulo "A Covilhã no trabalho". Nesse livro recolhemos a seguinte frase, em que o autor se refere a si proprio:- "Pode-se resumir numa só frase tudo que tinha a dizer de mim: sou judeu de raça, apresentando nitidamente todos os caracte- res etnicos do povo de lsrael." Do livro do tenente Elias da Costa ex- tratamos o seguinte: As principais Famílias Judaicas Falaremos em primeiro logar da anti- quissima e numerosa familia dos Sousas, que os eruditos alemães classificam muito justamente entre as mais ilustres familias hebraicas da Peninsula dos Pirineus. Sobre esta familia escreveram Kayserling e Grun- wald. Uma senhora belga com quem me re- lacionei em viagem, disse-me que tambem Tharaud alude e ela encomiásticamente. Pertencia a esta familia o Antonio de Sousa que em 1643 era embaixador de Por- tugal em Londres, e o judeu Tomé de Sou- sa, governador do Brazil em 1549, homem de extraordinárias faculdades e justamente considerado o único português que honrou tão elevado cargo nas terras da Vera Cruz. Eu ainda encontrei na familia a recorda- ção de que descendiamos dum "vice-rei das Indias". Mas eu, e todos os meus irmãos, muito inquinados de scepticismo, achava- mos um prazer diabólico em esfarrapar a tradição a golpes impiedosos de ridiculo. Ainda hoje, se nos acontece falar das velhas parentas mortas, recordamos sorrindo, a nos- sa cruzada contra o orgulho de nascimento. Afinal, hoje sabemos o fundamento d'aque- la versão. Tal como a ouvi em creança, posso hoje felizmente recebe-la duma tia paterna, a Ex. Senhora D. Elisa Amélia Henriques da Silva, anjo de bondade, já muito provecta em anos, e que na sua pas- sagem por este mundo deixou sempre atraz de si um rasto brilhante de acções genero- sas e santas. Infelizmente tivemos de regeitar o pa- tronimico de Sousa, pela confusão que esta- belecia a sua abundancia, ou por qualquer circunstancia menos lisongeira, hoje desco- nhecida. Tenho nos ouvidos expressões cor- rentes n'esta cidade que me fazem reflectir amargamenter "Chama-me tudo, mas não 'me chames Sousa", ou assim "Até o diabo é Sousa". Esta ablaçâo do apelido Sousa na gente fina da Covilhã, faz incorrer os investiga- dores extrangeiros em erros por defeito. Ainda ha pouco um articulista afirmava que os Sousas da Covilhã cairam na miséria e em seguida no esquecimento. E' falsissimo. O snr. José Tavares, o maior proprietário da Covilhã actual, é uma vergontea da ilus- tre familia dos Sousas. Aproveito a ocasião de dizer que é uma bela creatura no sentido moral da palavra, e o nobre emprego que faz da sua imensa riqueza mostra uma con- cepção, verdadeiramente scientifica, da fun- ção social que ela impõe aos que a pos- suem. Para ele o dinheiro não é uma fonte de prazeres ou de luxo. E' um instrumento de trabalho que é criminoso deixar em re- pouso. Por isso os trabalhadores rurais do
N.º 016, Heshvan 5689 (Out 1928)
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