N.º 016, Heshvan 5689 (Out 1928) > P01
Primeira Página Diminuir imagem Imagem a 100% Aumentar imagem Próxima Página Última Página

Ha-Lapid הלפיד


N.º 016, Heshvan 5689 (Out 1928)







fechar




N.° 16                            PORTO - Shebat de 5689 (Dezembro-Janeiro 1929)                      ANO III
=============================================================================================================

Tudo se ilumina                     _______  ___  _______ |=|____  _______                    ...alumia-vos e
para aquele que                    |____   ||_  ||  ___  ||____  ||_____  |                   aponta-vos o ca-
busca a luz.                            | |   |_| \_\  | |    / /   _   | |                   minho.
                                        | |       _____| |   / /   | |  | |
       BEN-ROSH                         |_|      |_______|  /_/    |_|  |_|                          BEN-ROSH

                                                  (HA-LAPID)

                                      Órgão da Comunidade Israelita do Porto

-------------------------------------------------------------------------------------------------------------
DIRECTOR E EDITOR: -A. C. os BARROS BASTO (BEN-ROSH)   || COMPOSTO E IMPRESSO NA Empresa DIARIO DO PORTO, Lda
            Avenida da Boavista, 854-PORTO             ||           Rua.de S. Bento da Victoria, 10
(Toda a correspondencia deve ser dirigida ao director) ||   ---------------- P O R T O ----------------
-------------------------------------------------------------------------------------------------------------

O que é um judeu

O que é um judeu? A pergunta não
é tão estranha como parece. Vejamos
que especie de criatura particular é o
judeu, que todos os governantes e to-
das as nações teem, em conjunto, ou
separadamente, insultado e molestado,
oprimido e perseguido, queimado ou
torturado, e apesar disto ele persiste em
viver.
O que e o judeu que se não deixou
seduzir pela posse de vantagens
temporais que os seus perseguidores
sempre lhe ofereceram para que mu-
dasse de fé e renegasse a sua propria
religião.
O judeu é este ser sagrado que fez
descer do ceu á terra o fogo eterno e
com ele iluminou o mundo inteiro. Ele
é a nascente religiosa, a fonte onde os
outros povos foram buscar as suas
crenças e as suas religiões.
O judeu é o pioneiro da liberdade.
Mesmo nos tempos antigos em que o
povo estava dividido em duas classes
distintas, escravos e senhores, a Lei de
Moisés proibira que pozessem uma pes-
soa em servidão rnais que seis anos.
O judeu é o pioneiro da cultura.
A ignorancia era condenada na antiga
Palestina mais que actualmente na Eu-
ropa civilisada. Nesses tempos selva-
gens e barbaros, em que nada valia a
vida ou morte de qualquer pessoa,
Rabbi Aqnibá manitestava se aberta-
mente contra a pena de morte, ainda
presentemente considerada como uma
forma de punição compativel com a
mais alta civilisação.
O judeu é o emblema da tolerancia
civil e religiosa.-«Ama o estrangeiro e
o domiciliado, ordena Moises, porque
vós fostes estrangeiros na terra do
Egipto", E isto foi d to nesses tempos
antigos e selvagens em que a principal
ambição das raças e das nações consis-
tia em se esmagarem e escravisarem-se
mutuamente. No que diz respeito ato-
lerancia religiosa, a fé judaica não só
se afasta do espirito convertidor que
leva á apostasia das pessoas doutras
confissões, mas, pelo contrario, o Tal-
mud recomenda aos rabinos que ins-
truam e informem aquele que quizer
espontaneamente aderir á religião ju-
daica de todas as dificuldades implica-
das na sua aceitação e indicar ao prose-
lito eventual que os justos de todas as
nações teem direito á imortalidade. Tão


 
Ha-Lapid_ano03-n016_01-Heshvan_5689_Out_1928.png [484 KB]
Primeira Página Diminuir imagem Imagem a 100% Aumentar imagem Próxima Página Última Página