HA-LAPÍD 7 =========================================== ções de Jeremias, o Eclesiastes, o livro de Esther, de Daniel, de Ezrah, de Nehemias, as Cronicas. ' O livro dos Psalmos (em hebreu TEHELIM) consta de 150 psalmcs, 150 maravilhas poe- ticas onde vibra intensa a alma hebraica, quer entoando louvor ao Eterno, quer solu- çzndo dores, murmurando suaves melodias, vociferando imprecaçóes, ou fazendo ouvir queixumes de elegia ou gritos de triunfo. Um grande numero de psatmos é atribui- da a David, rei de Israel. O Livro dos Proverbios (em hebreu MISHELE'), atribuido ao rei Salomão, é uma colecção de proverbios, de maximas e salu- tares conselhos. O livro de Yob, a obra prima da litera- tura filosofica hebraica é a epopeia de sofri- mento, na qual Yob (como o povo de lsrael) no meio de todas as torturas fisicas e morais, atravez de todas as angustias e tremendas crises, soltando gemidos e vociferando im- precações, crê no seu Deus, unico e altíssi- mo, resignando-se sempre á sua divina bon- dade. O Cantico dos Canticos (em hebreu SHIR HA-SHIRIM) é um poema de amor. «O assunto do poema, diz Renan, não é a pai- xão voluptuosa que colêa nos serralhos do Oriente degenerado, mas o verdadeiro amor, o amor que inspira coragem e abnegação, preferindo a pobresa livre á opulência servil, nutrindo vigoroso ódio por quanto é mentira ou baixeza, e terminando pela ventura tran- quila e pela felicidade» O livro de Ruth é uma graciosa história campestre que. tendo por scenario campos e eiras, e por coros ranchos de ceifeiras, inspira doces sentimentos de ternura e de amor da familia. Talmud-A Torah (Pentateuco) contem todos os preceitos da lei divina. Fora desta certo de indicações e ensina- mentos sobre a maneira de seguir os seus foram transmitidas oralmente preceitos que de Moisés nosso Mestre aos chefes do povo de Israel e destes aos Rabbinos. Após a destruição do Segundo Templo, foi dispersado o povo de Deus e, para que se não perdessem as ordenações da Lei Oral, os doutores fixaram-nas por meio da escrita. Os Rabbinos da Escola de Jerusalem reuniram os ensinamentos da Lei Oral numa obra chamada Mishnah (pronuncia-se miche- ná) que significa repetição. A Mishnah é tambem chamada Talmud (interpretação) de Jerusalem. Os Doutores de Babilonia recolheram as tradições numa outra obra, denominada Ghe- marah (complemento), tambem conhecida pelo nome de Talmud de Babilonia. O conjunto da Mishnah e da Ghemarah é designado ptlo nome: Talmud. Os preceitos talmudicos são obrigatorios para nós, assim como são os preceitos da Lei escripta. O Talmud nâo contem só indicações re- ligiosas, tambem encerra ensinamentos mo- raes, anedotas, parabolas, noticias historicas e scientificas. ---------------- MARANUSSIM (cripto-judeus) Quando no seculo XV, governando em Castela Fernando e Isabel, os reis catolicos, se fizeram violentissimas perseguições e massacres de israelitas, alguns desses infe- lizes buscaram a salvação da sua vida e a dos seus entes queridos, aceitando o batis- mo cristão. Cada individuo destes (que aparente- mente se apresentavam como nazarenos, mas que no seu coração continuavam a guardar a fé de seus antepassados) era de- signado pelo nome de Maranus; palavra esta composta do adverbio hebraico Mar que significa amargamente, tristemente, e de participio passado do verbo anas (pro- nuncia-se anáce) que significa constrangido, forçado; querendo pois a designação Mara- nus indicar que esse individuo fôra violen- tamente forçado a mudar de religião. Ouvindo o termo maranus, os não-judeus escreveram maranos, cujo som e egual ao da palavra hebraica, e tomaram-na como um plural. A forma maranos encontra-se no livro
N.º 001, Nissan 5687 (Abr 1927)
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