HA-LAPID 5 ======================================== A Boa. Dona de Casa. Feliz quem encontrou uma boa espôsa! Ela é muito mais preciosa do que as pero- jas. Nela tem o coração de seu espôso toda Q confiança; tambem os recursos não lhe faltam. Todos os dias da sua vida, ela tra- balha para a sua felicidade; nunca ela lhe causa desgostos. Ela procura lã e linho, e faz a sua tarefa com mao diligente. Seme- lhante aos navios mercantes, ela traz de longe as suas provisões. Ainda é escuro e em já esta a pé, distribuindo viveres para a sua casa, rações as suas creadas. Lança as suas vistas sobre um campo e compra-o; com o produto do seu trabalho planta uma vinha. Cinge de força os seus rins e arma os seus braços com vigor. Fiscalisa os seus negocios para que eles prosperem; a sua lampada não se apaga de noite. As suas mãos pegam na roca, os seus dedos mane- jam o fuso. Abre a sua mão ao pobre e es- tende o braço ao necessitado. Ela não terne a neve na sua casa porque todos seus estão vestidos com bons panos. Borda ta- petes; o fino linho e purpura formam os seus vestidos. Seu marido é conhecido nas Por- tas, quando ele ali está assentado com os senadores da terra. Ela prepara tecidos que vende e fachas, que fornece aos negocian- tes. Enfeitada com a força e a dignidade, ela pensa, sorrindo, no futuro. Abre a sua boca com sabedoriae lições cheias de bon- dade. estão nos seus labios. Dirige com vigilancia a marcha da sua casa, e nunca cóme o pão da ociosidade. Os seus filhos levantam-se para a proclamarem feliz e o seu esposo para lhe fazer o elogio: «Quan- tas mulheres se mostram fortes e tu és su- perior a todas› a graça é mentirosa, a be- leza é vaidade. A mulher que teme Adonai éa unica digna de louvores. Prestae-lhe homenagem pelo fruto das suas mãos e que nas Portas as suas obras lhe façam o elogio. NOTA - Portas - No Oriente era uso reunir no largo junto ás portas da cidade a camara municipal, tratando os senadores todos os assuntos deante do publico. Tam- bem junto ás portas se julgavam casos ci- veis ou crimes. Ainda há pouco tempo se chamava Sublime Porta 'ao local de Cons- tantinopla onde o sultão da Turquia dava audiencia soléne. Este nome Portas corres- ponde ao nome Forum dos romanos. Um general judeu distinto O "Univers lsraelite" jornal de Paris, no seu numero de 15 de julho, informa que o Governo frances agraciou com o grande oficialato da Legião de Honra o general A. A. Weiller. O mesmo jornal publica a biografia deste ilustre israelita, da qual tra- duzimos alguns trechos dignos de especial registo: ‹Alistado voluntariamente aos 18 anos depois de ter terminado os seus estudos no liceu de Besançon, o jovem Weiller entra aos 20 anos na Escola Militar de lntantaria de Saint Maixent. Promovido a alferes, é oficial de tropa de linha até 1903; nessa data foi promovido a capitão, 2.° coman- dante da Escola de joinville até 1910, em cuja data passa ao Ministerio da Guerra onde organisa a secção de educação fisica e preparação militar. Promovido a Major por escolha em 1912, é colocado em Bayon- ne; é ali que a guerra o surpreende; faz toda a campanha de 1914-1918. Sempre em primeira linha, toma parte em todas as grandes batalhas: esteve em Charleroi, no Marne, no Chemin des Dames; tomou parte no ataque de Setembro de 1915 na Cham- pagne com a divisão marroquina; esteve tambem nos combates na Argonne, em Bois le Pêtre, em Bezonvaux les Cauriéres, e no ataque de Beaumont em Verdun; toma parte na ofensiva de 18 de Julho sobre Soissons, no ataque do planalto de Crouy e no ata- que final de Metz terminado pelo armisticio; num total de 4 anos e 3 mêses de campanha. O general Weiller foi ferido 9 vezes sem nunca deixar o front, tendo sempre recusado a evacuação, apesar da gravidade das suas feridas, que lhe valeram 5 citações em ordem do exercito, duas em ordem de corpo de exercito, uma em ordem de divisão e a sua promoção no campo de batalha ao grau de oficial da Legião d'honra. Coronel em 1918 no fim da guerra, foi promovido a Comen- dador da Legião d'Honra em 1920. O general Weiller é titular dum grande numero de condecorações ; entre elas a cruz de comendador de Sant'Ana, que lhe foi conferida pelo Governo do Tzar da Russia
N.º 004, Tamuz 5687 (Jul 1927)
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