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Ha-Lapid הלפיד


N.º 004, Tamuz 5687 (Jul 1927)







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              HA-LAPID                5
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A Boa. Dona de Casa.
Feliz quem encontrou uma boa espôsa!
Ela é muito mais preciosa do que as pero-
jas. Nela tem o coração de seu espôso toda
Q confiança; tambem os recursos não lhe
faltam. Todos os dias da sua vida, ela tra-
balha para a sua felicidade; nunca ela lhe
causa desgostos. Ela procura lã e linho, e
faz a sua tarefa com mao diligente. Seme-
lhante aos navios mercantes, ela traz de
longe as suas provisões. Ainda é escuro e
em já esta a pé, distribuindo viveres para
a sua casa, rações as suas creadas. Lança
as suas vistas sobre um campo e compra-o;
com o produto do seu trabalho planta uma
vinha. Cinge de força os seus rins e arma
os seus braços com vigor. Fiscalisa os seus
negocios para que eles prosperem; a sua
lampada não se apaga de noite. As suas
mãos pegam na roca, os seus dedos mane-
jam o fuso. Abre a sua mão ao pobre e es-
tende o braço ao necessitado. Ela não terne
a neve na sua casa porque todos seus
estão vestidos com bons panos. Borda ta-
petes; o fino linho e purpura formam os seus
vestidos. Seu marido é conhecido nas Por-
tas, quando ele ali está assentado com os
senadores da terra. Ela prepara tecidos que
vende e fachas, que fornece aos negocian-
tes. Enfeitada com a força e a dignidade,
ela pensa, sorrindo, no futuro. Abre a sua
boca com sabedoriae lições cheias de bon-
dade. estão nos seus labios. Dirige com
vigilancia a marcha da sua casa, e nunca
cóme o pão da ociosidade. Os seus filhos
levantam-se para a proclamarem feliz e o
seu esposo para lhe fazer o elogio: «Quan-
tas mulheres se mostram fortes e tu és su-
perior a todas› a graça é mentirosa, a be-
leza é vaidade. A mulher que teme Adonai
éa unica digna de louvores. Prestae-lhe
homenagem pelo fruto das suas mãos e que
nas Portas as suas obras lhe façam o elogio.
NOTA - Portas - No Oriente era uso
reunir no largo junto ás portas da cidade
a camara municipal, tratando os senadores
todos os assuntos deante do publico. Tam-
bem junto ás portas se julgavam casos ci-
veis ou crimes. Ainda há pouco tempo se
chamava Sublime Porta 'ao local de Cons-
tantinopla onde o sultão da Turquia dava
audiencia soléne. Este nome Portas corres-
ponde ao nome Forum dos romanos.

Um general judeu
distinto

O "Univers lsraelite" jornal de Paris,
no seu numero de 15 de julho, informa que
o Governo frances agraciou com o grande
oficialato da Legião de Honra o general
A. A. Weiller. O mesmo jornal publica a
biografia deste ilustre israelita, da qual tra-
duzimos alguns trechos dignos de especial
registo:
‹Alistado voluntariamente aos 18 anos
depois de ter terminado os seus estudos no
liceu de Besançon, o jovem Weiller entra
aos 20 anos na Escola Militar de lntantaria
de Saint Maixent. Promovido a alferes, é
oficial de tropa de linha até 1903; nessa
data foi promovido a capitão, 2.° coman-
dante da Escola de joinville até 1910, em
cuja data passa ao Ministerio da Guerra
onde organisa a secção de educação fisica
e preparação militar. Promovido a Major
por escolha em 1912, é colocado em Bayon-
ne; é ali que a guerra o surpreende; faz
toda a campanha de 1914-1918. Sempre em
primeira linha, toma parte em todas as
grandes batalhas: esteve em Charleroi, no
Marne, no Chemin des Dames; tomou parte
no ataque de Setembro de 1915 na Cham-
pagne com a divisão marroquina; esteve
tambem nos combates na Argonne, em Bois
le Pêtre, em Bezonvaux les Cauriéres, e no
ataque de Beaumont em Verdun; toma parte
na ofensiva de 18 de Julho sobre Soissons,
no ataque do planalto de Crouy e no ata-
que final de Metz terminado pelo armisticio;
num total de 4 anos e 3 mêses de campanha.
O general Weiller foi ferido 9 vezes sem
nunca deixar o front, tendo sempre recusado
a evacuação, apesar da gravidade das suas
feridas, que lhe valeram 5 citações em ordem
do exercito, duas em ordem de corpo de
exercito, uma em ordem de divisão e a sua
promoção no campo de batalha ao grau de
oficial da Legião d'honra. Coronel em 1918
no fim da guerra, foi promovido a Comen-
dador da Legião d'Honra em 1920.
O general Weiller é titular dum grande
numero de condecorações ; entre elas a cruz
de comendador de Sant'Ana, que lhe foi
conferida pelo Governo do Tzar da Russia


 
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