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N.º 004, Tamuz 5687 (Jul 1927)







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N.° 4                               PORTO - TAMUZ de 5687 (Julho de 1927)                            ANO I
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Tudo se ilumina                _  _    _           _       _    ___  ___  ___              ...alumia-vos e
para aquele que               | || |  /_\    ___  | |     /_\  | _ \|_ _||   \             aponta-vos o ca-
busca a luz.                  | __ | / _ \  |___| | |__  / _ \ |  _/ | | | |) |            minho.
                              |_||_|/_/ \_\       |____|/_/ \_\|_|  |___||___/
       BEM-ROSH                                                                                   BEN-ROSH

                                                 (O FACHO)

                                 Órgão da Comunidade Israelita do Porto

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DIRECTOR E EDITOR: -A. C. os BARROS BASTO (BEN-ROSH)   || COMPOSTO E IMPRESSO NA Empresa DIARIO Do Porto L.da
            Avenida da Boavista, 854-PORTO             ||           Rua.de S. Bento da Victoria, 10
(Toda a correspondencia deve ser dirigida ao director) ||   ---------------- P O R T O ----------------
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Moisés Nosso Mestre

AS tabuas de bronze da _Historia des-
taca-se, avulta e sobresáe a figura
gigantesca de Moisés, Nosso Mestre.
Formidavel genio a quem devemos a
sublime Lei, que Ele em nome de Deus,
legou a Israel e á humanidade inteira.
Grande Libertador dum povo, que jazia
escravisado pelo Egipto, e trazendo-o para
o deserto do Sinai aí o transformou numa
congregação de sacerdotes de todos os po-
vos da terra.
A figura deste libertador e legislador é
bem humana e comtudo bem alto sobreleva
a todos os homens dos tempos passados,
do seu tempo e dos tempos futuros.
Sublime grandeza moral, numa epoca
em que nação alguma conhecia a dõr dos
escravos, Ele fez notar que um escravo era
um homem e como tal tinha direitos.
Num tempo em que fundos odios divi-
diam os povos Ele proclamava a fraterni-
dade humana. Na sua Lei defendia os direi-
tos dos pobres, dos orfãos, das viuvas, dos
estrangeiros, dos servos e dos animaes,
acautelando-os contra as prepotencias dos
grandes e dos fortes.
E sobre os belos principios de organisa-
ção moral e social consignados na sua Lei
se basearam todas as leis antigas e moder-
nas, bem como muitas idealogias, de povos
que adoptaram qualquer das duas grandes
religioes, filhas da nossa: O Cristianismo e
o Islamismo.
Mahomed no Alkoran presta a sua home-
nagem ao legislador do Sinai e Jesus de
Nazareth afirma no Evangelho que á Lei de
Moisés não se deve tirar nem um yod (que
como sabem é a mais pequena letra do
alfabeto hebraico), isto é, afirma que ela
deve ser cumprida na integra.
Apesar de ser um grande chefe dum
povo, de ser um formidavel legislador das
nações e um sublime poeta cantando louvo-
res ao Altissimo e Unico, Moisés-Nosso
Mestre, aliava ao seu genio incomparavel
uma sabia modestia, e para que o seu tu-
rnulo se não tornasse um motivo da idola-
tria, que ela tanto abominava, ao sentir-se
morrer, afastou-se para um monte, de onde
via a Terra da Promissão, e ali .fez jurar
aos seus companheiros que o enterrariam
em logar oculto e que nunca a pessoa
alguma indicassem o local onde repousa-
vam os seus restos mortaes. E assim fize-
ram os seus companheiros.
Ha mais de 30 seculos que a Terra
recebeu carinhosamente o seu corpo e ainda
o seu grandioso e magnanimo genio domina
a Terra.
Ben-Rosh


 
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