HA-LAPID 5 ===================================== de Levy tambem eram consagrados ao ser- viço divino, sendo porém inferiores em dignidade aos Kohanins. Na segunda-feira e na quinta-feira, nos dias de jejuns e na Minh'ah de Shabbath são chamadas a sepher sómente tres pes- soas; em Rosh H'odesh (Lua Nova e em H'ol Hamoed (meia festa) quatro; nas festas solenes cinco e no dia de Kipur seis pela manhã e três em Minh'ah. (No dia de Kipur ha mais dois que são chamados á leitura dum segundo Sepher Thorah na oração da manhã) antigamente cada uma das pessoas chamadas a Sepher lia um trecho da Parashah, mas com o tempo começou o uso de que fosse o H'azan (oficiante) que fizesse a leitura pelas pessoas chamadas, que se limitam a ir acompanhando com a vista a leitura e a recitar, no começo e no fim da leitura, umas bençãos especiaes. Antes de começar a leitura do sepher faz-se a sua elevação, cerimonia que con- siste em elevar o sepher aberto afim de que todos possam vêr a escritura. Na oração matutina de Shabbath e dos dias de festas e em Minh'ah dos dias de jejuns, além da parashah, lê-se a Haph- tarah (um trecho dos livros profeticos) e é chamado a Sepher o Mapthir, o leitor da Haphtarah. No dia de Kipur e no dia 9 de Ab lê-se a Haphtarah na oração da manha e em Minh'ah; nos outros jejuns sómente em Minh'ah. A leitura do Sepher é uma das partes mais importantes do oficio publico, á qual se deve prestar a maxima atenção. Como o ano hebraico é umas vezes mais curto, algumas parachioth unem-se para que, como dissemos, toda a Lei seja lida durante o ano A' leitura da lei não são chamados rapa- zitos, salvo para o cargo de maphtir. o o o A Benção de Rabbi lsac Rabbí Nah'man jantava com o seu mes- tre Rabbí Isac e no momento de despedida, disse-lhe : - Mestre, abençoa-me. -Escuta, respondeu Rabbí Isac, um via- jante atravessava o deserto, estava fatigado, estomeado e morrendo de sêde; chegou a um oasis onde havia uma palmeira carre~ gada de frutos e junto a ela brotava uma fonte de agua fresca e limpida. O viajante comeu bons frutos, repousou á sombra bem- fica e apagou a sêde na agua que a jorros borbulhava alegremente a seu lado. No momento de se pôr a caminho, vol- tou-se para a arvore e disse: --Arvore cheia de graça, com que palavras posso eu aben- çoar-te, e que bem te posso desejar. Não te posso desejar bons frutos porque tu já os tens; possues a benção da agua; Adonai concedeu-te a sombra benefica que dão os teus soberbos ramos, para meu bem e de todos os que seguem por este cami- nho. Deixa-me pois orar a Deus para que os teus rebentos sejam tão excelentes como tu mesmo. O mesmo se passa comtigo, meu disci- pulo: Que benção posso eu chamar sobre ti? Tu és versado na Lei, és eminente nesta terra. és respeitado e bendito por todas as maneiras. Que Deus queira que a tua pos- teridade seja tão perfeita como tu. Talmud, Taanit. o o o O culto em português Alguns leem as Lamentações na vespera do 9 de Ab, outros esperam pela manha, de maneira que um homem levanta-se, depois da leitura da Thorah, com a cabeça coberta de cinza e o vestido rasgado, e lê o texto de Jeremias no meio de choros e gemidos. Se ele sabe traduzir. muito bem; se não sabe, dá-o a traduzir a quem saiba a fim de que o povo, as mulheres e as creanças compreendam; por que é preciso que as mulheres compreendam o que foi lido e com mais razão os homens. A mulher deve tambem saber ler a ora- ção de Shemâ e a das 18 bençãos. Se ela não compreende a lingua santa deve-se en- sinar-lhe estas orações em outra lingua que ela possa compreender ou aprender. E' por isso que se diz:-Aquele que pronuncia uma benção, que eleve a voz para sua mu- lher e suas filhas». E é preciso, pela lei, que depois da leitura da Thorah, se traduza para o povo, para as mulheres e para as creanças, a Sídrá (secção do Pentatenco) e a passagem dos Profetas lidas em cada Shab- bath. Talmud, Soferim, X VIII.
N.º 005, Ab 5687 (Ago 1927)
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