N.° 18 PORTO - Veadar de 5689 (Março-Abril de 1929) ANO III ============================================================================================================= Tudo se ilumina _______ ___ _______ |=|____ _______ ...alumia-vos e para aquele que |____ ||_ || ___ ||____ ||_____ | aponta-vos o ca- busca a luz. | | |_| \_\ | | / / _ | | minho. | | _____| | / / | | | | BEN-ROSH |_| |_______| /_/ |_| |_| BEN-ROSH (HA-LAPID) Órgão da Comunidade Israelita do Porto ------------------------------------------------------------------------------------------------------------- DIRECTOR E EDITOR: -A. C. os BARROS BASTO (BEN-ROSH) || COMPOSTO E IMPRESSO NA Empresa DIARIO DO PORTO, Lda Avenida da Boavista, 854-PORTO || Rua.de S. Bento da Victoria, 10 (Toda a correspondencia deve ser dirigida ao director) || ---------------- P O R T O ---------------- ------------------------------------------------------------------------------------------------------------- ISRAEL NA LITERATURA A RENASCENÇA Toda a ideia justa acabará por conquistar a humanidade inteira. Michel Pinès. Portugal segue com interesse o movi- mento literario de todo os outros paises, conhece a fundo a literatura e a historia literaria mundial, estuda carinhosamente a obra dos grandes pensadores israelitas da idade média e começo da renascença, muitos deles portugueses ou descendentes de por- tugueses, mas desconhece a literatura ju- daica na sua fase actual, ignora o movimento produzido nas letras hebraicas desde a epoca Mendelsoniana-o moderno neohe- braismo e as suas figuras principais. Se algum espirito mais culto se tem prendido a esse estudo, e poderemos citar como exemplo o ilustre prosador Fialho de Almeida, é no recanto do seu gabinete sem dar ao seu trabalho a mais pequena divulgação que o torne de qualquer utilida- de social. Desde que após Mendelssohn a litera- tura hebraica se libertou das formas arabes e dos moldes medievos que a acorrentavam fazendo-lhe perder as suas belas tradições, e se apresentou na sua nova fase, que magnifica expansão se tem dado afirmando a soberba vitalidade dum povo que as perseguições, o exílio, a dispersão, o marti- rio não tem conseguido quebrar! Sustentando pelo espirito a sua unidade, pelo espírito se tem sabido impôr e assim encontramos no movimento literario de Israel modalidades interessantissimas, pon- tos de vista dos mais diversos, desde a reacção fechada, o muitissimo contemplativo dos hassidins, até aos usos rasgados da haskalah em que os maskilins, os biuristas e os meassfins se elevaram ás mais altas regiões do pensamento, uma absoluta eman- cipação do rabinismos para acalmados esses excessos, virem todos ao campo da rasão, á justa medida que hoje se observa. Quer se apresente na lingua hebraica, que com esse movimento recuperou o seu antigo brilhantismo, quer se limite a con- servar o pensamento, a ideia judaica, trans- crita em qualquer das linguas europeias, essa literatura tem belesas de forma, tem um caracter proprio que não é lícito a um povo culto desconhecer. E porque o assunto é dos mais interes- santes vamos, em pequenos artigos, lançar os olhos pela obra de algumas figuras das que marcam um logar mais em destaque na moderna literatura neo hebraica. Não se assuste o leitor que não vamos fazer um curso de literatura; são breves notas colhidas um pouco ao acaso, sem mesmos nos encerrarmos numa rigorosa
N.º 018, Veadar 5689 (Mar-Abr 1929)
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