HA-LAPÍD 3 ========================================= e entregou-o ao Snr. Amzalak: Este Snr. colocou o tubo na cavidade aberta na pe- dra de granito, fechando a cavidade com uma placa de ardosía cimentada. Em seguida os pedreiros colocaram em cima nova pedra de granito. Findou a cerimonia com o hino Ha- -Tikvah cantado pela assistencia. Foi uma festa cheia de emoção a que o ceu se associou com a amenidade do tempo durante a cerimonia, o o o Um arrependido Até 1917 o conhecido fabricante de automoveis, Henri Ford, dirigia nos Estados Unidos da America uma campanha janti-udaica. Nesse ano, porém, Ford procurou o nosso eorreligienario L. Marshall e encar- regou-ode apresentar as suas desculpas aos israeli- tas pela sua injusta campanha, da qual estava arre- pendido. O sr. Marshall respondendo à declaração de Ford, escreveu-lhe o seguinte: -A declaração que V. me enviou (dá-nos a certe- za de que V. retrata todos os seus ataques, e, ao mesmo tempo, ela nos testemunha a sua boa venta- de e a sua amisade. Resolveu V., como homem de honra, apresentar-nes as suas desculpas pela, sua campanha anti-judaica. Até onde a minha influencia poderá ser empregada para que V. seja perdoado, eu o farei de boa vontade, e isto, simplesmente porque nas minhas veias corre o sangue dos meus antepas- sados que sofreram cruelmente, mas que, comtudo, ficaram ínabalaveis na sua confiança em Deus. Israel Zangwill escreveu algures que nós outros judeus so- mos, apesar de tudo, os unicos cristãos. Ele poderia acrescentar que o espirito de perdão é uma marca essencialmente judaíca." Ha poucas semanas realisou-se em New-York um banquete em honra do sr. David A. Brown, bemfeitor israelita muito conhecido. Tomou parte nesse ban- quete o sr. Henri Ford que ficou assentado junto do sr. L. Marshall. Um dos oradores foi o sr. Ford, do discurso do qual extraimos o seguinte: "Sinto-me feliz por me encontrar aqui para apre- sentar as minhas homenagens ao meu bom amigo sr. Brown e, na sua pessoa, á grande raça que tem a sorte de o contar entre os seus. O sr. Brown é um luminoso exemplo dos sentimentos de bondade do povo judeu, da sua generosidade, do seu desejo de tornaro mundo melhor, de instruir os ignorantes, de curar os doentes e de proteger os orfãos. A activi- dade inteligente e cheia de acção dos judeus em fa- vorecer cada vez mais a Justiça Social fez deles um grande povo, do qual o sr. Brown é um dos filhos mais notaveisn R. da R.-Para que o sr. Ford se rendesse á bon- dade e excelencia da grande familia judaica não foi preciso empregar as acções cristãs dos fanaticos Vati- canistas: a tortura, a fogueira, a prisão nos velhos tempos, a guerra surda, mesquinha e hipocrita ope- rada contra os empregados ou operarios cripto-judeus pobres. ALA DE HONRA Paul Goodman O nosso homenageado é o secretario honorario da Spanish & Portuguese Con- gregation de Londres, Comunidade fundada por judeus e cripto-judeus emigrados de Portugal e Espanha no tempo em que nes- tes paizes campeava a feroz Inquisição. Paul Goodman não é sómente um pujante escritor como o demonstram os seus traba- lhos literarios, dentre os quais destaco "The History of the Jews e The Synagogue and the church", onde á levesa e graciosidade da linguagem alía o rígido criterio do historia- dor e o espirito piedoso de apolegetica. E' ele tambem o secretario activíssimo do Portuguese Maranos Comittee de Londres, que tem dirigido os trabalhos da Obra do Resgate em Portugal e tem procurado em todo o mundo judaico elementos para que seja conduzida a bom termo a sagrada mis- são de redimir os descendentes dos marti~ res da Inquisição.
N.º 020, Sivan 5689 (Jun-Jul 1929)
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