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Ha-Lapid הלפיד


N.º 028, Adar 5690 (Fev-Mar 1930)







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                 HA-LAPID                 3
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por um humilde serviço até ás mais altas
missões, não é, como se poderia julgar um
lêma de palestra que convem so para os
grande; legisladores, monarcas ou governan-
tes. Tambem não é reservado para os chefes
espirituais cuja missão é pregar e guiar mo-
ralmente os seus semelhantes e que, em to-
das as confissões nascidas e alimentadas da
Biblia, receberam o nome de pastor da mes-
ma forma que os seus fieis de ovelhas, por
uma metafora que vem os profetas e,
singularmente, do belo capitulo 34 de Eze-
quiel sobre os pastores de Israel.

Se o nosso apologo vos parece edificante,
caros leitores, é que cada um o sente bem,
todo o que tem um papel de Vigilancia, de
acção moral, um cargo de alma a exercer
numa colectividade qualquer, quer seja no
exercito, no ensino, na industria, na oficina,
no atelier, no canteiro ou simplesmente num
grupo de adueiros (boyscouts), todo aquele
que, em qualquer grau, é chefe, de rebanho
deverá o melhor do seus prestígio, do seu
ascendente e do seu sucesso à conscienia, à
abnegação com as quais tiver assumido as
tarefas infimas e ingratas dos seus começos 
e bem assim à bondade e ao amor que tiver
testemunhado aos fracos e aos sofredores.

Mas voltemos a Moisés que mereceu fi-
car o prototipo do bom pastor espiritual e
cuja glória, para Israel, não foi eclípsada por
nenhuma outra.

Ele desapareceu, apoz uma vida de dedi-
cação pelo seu povo, vida exemplar, mas
tão) perfeita, porque ninguem é infalível. Ele
desapareceu e os outros profetas tambem;
nas eles e seus herdeiros, os depositarios
da Torah e das suas lições imortais, onde
eles ensinaram o Deus de justiça e de bon-
dade e comunicado a sua vontade soberana
de justiça e de bondade fizeram de tal forma
que nunca mais o povo que eles prepararam,
apezar de disperso pelo mundo, não poude
ser comparado a um rebanho que não tem
pastor porque Israel possue para si, como
ele o deseja para todos os homens, o Pastor
ralco do mundo inteiro, Moisés que nós era-
mos todos ovelhas do seu rebanho e que o
caminho é directo e sem desvios duma alma
esclarecida pela sua lei até ao Pastor celeste.

"Qual é o povo bastante grande para ter
divindades proximas dele como o Senhor o
está para comnosco cada vez que o invoca-
mos?" Se outros insistem com Israel para
que reconheça um mediador divino sem o
 


qual não se poderia chegar ao Pae misericor-
dioso, nós honremos a sua convicção e a sua
sinceridade, mas a resposta de Israel será
sempre a mesma a semelhante convite. E' a
que anteriormente tinha dado o rei-poeta,
pastor falivel de Israel e que nós repetimos
com confiança e inteira serenidade-Adonai
e' o meu pastor, não lhe faltarei em nada.

                        Trad. do francês.

                 o o o

Madame Lily Jean-Javal
e os maranos

Foi no ultimo domingo. Uma discreta
ovação saudou a aparição na tribuna do Che-
má de madame Lily jean-Java] que se es-
treiava como conferente.
Para a estreia...
Madame Lily Jean-Javal regressa de Por-
tugal. Os nossos leitores, lembram-se sem
duvida, das cartas tão interessantes que ela
nos enviou lá de baixo.

No Porto, em Bragança, a autora de Noe-
mi e de Inquieta viu Maranos, Ela está ain-
da comovida por isso. E esta emoção soube
comunica-la aos auditores do Chemá.

Madame Lily Jean-Java] começou por
contar a historia dos judeus de Espanha, no
tempo em que Torquemada avermelhava o
seu habito de frade ao clarão das fogueiras.
Nunca historia mais tragica foi evocada com
tanta emoção. Expulsos de Espanha, um
grande numero destes judeus emigraram pa- 
ra Portugal, onde foram por muito tempo to-
lerados antes de sofrer a conversão forçada.
Mas os convertidos praticavam o judaismo
clandestinamente.

Eles deixaram em Portugal remeniscen-
cias e descendentes. Madame Lily Jean-Ja-
val foi a descoberta destes judeus que
atraiam a sua alma de artista e de crente.
Quantos maranos ha em Portugal? Ninguem
o sabe ao certo, nem mesmo o capitão Barros
Basto.

Deste incomparavel animador, a distinta
conferente traçou um retrato muito sedutor,
muito vivo.

Ela contou a sua vida, uma vida digna
de ser romantisada. Ela disse os elans mis-
ticos da sua alma de adolescente, a obra ma-
ravilhosa empreendida pelo homem que é


 
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