N.º 033, Tishri 5691 (Set-Oct 1930) > P03
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Ha-Lapid הלפיד


N.º 033, Tishri 5691 (Set-Oct 1930)







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                   HA-LAPÍD                    3
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de, não fazem nenhuma impressão sobre os verdadei-
ros israelitas. As divinas palavras que os advertem
dos perigos que correm, fazem-lhes considerar a feli-
cidade presente como a foram os Cristãos, como a nu-
vem passageira que se dissipará no tempo feliz da
redempçao.

Longe de se deixar reduzir pelas dignidades, os
cargos e os grandes bens que lhes prometem se qui-
zerem abandonar a lei de Deus, sofrem com circuns-
tância todos os opróbios e todos os tormentos que lhes
fazem sofrer. Eles estão permadidos e com razão de
que as misérias com que as esmagam sao preferiveis
aos prazeres, á abundancia e á fortuna, que formas-
sem os seus inimigos.

Contentes de seguir com exactidão os preceitos
divinos, a lei sagrada e perpétua que o Senhor lhes
deu, não se deixam reduzir por bem pouco reais e
que não podem comparar-se com os que Divino legis-
lador lhes promete. Eles veem que esta nova lei
inventada pela perversidade dos homens não deve
subsistir: esperam com tanta impaciência como segu-
rança o fim dos seus males, o que os Profetas lhes
anunciaram da parte a parte do Senhor, e não duvi-
dam da felicidade perfeita que lhes foi prometida e
que não será sugeita a nenhuma mudança. Toda a
grandesa do Cristianismo se dissipará, e todos os que
o abraçaram serão obrigados a confessar o seu erro,
e a cantar a unidade de Deus para obter misericordia,
Eles poderão instantemente ser instruidos na santa e
imutavel lei de Moisés que observarão rigorosamente
para merecer o perdão dos seus pecados.

                CAPITULO V

"Onde se faz ver o Israel que não é necessário
que Deus venha ao mundo para expiar o pecado de
Adão".

A sentença que Deus pronunciou contra Adão e
contra a mulher desde que êles confessaram o seu
pecado encontra-se no texto com todas as circunstân-
cias que são necessarias para o tornar definitiva. O
juiz soberano impõe a êstes infelizes criminosos todos
os castigos que mereceram. Eles estão todos especifi-
cados nesta sentença divina e o primeiro homem so-
freu-os para expiação do seu crime, para justificar a
sentença do seu criador e para merecer a sua mese-
ricórdía.

Só uma negra e propositada maldade pode fazer
reviver éste processo 60O anos depois de ter sido
julgado, processo cuja revisão é quimérica porque se
é obrigado a apelar a Deus sobre uma sentença auten-
tica que Ele próprio promulgou para toda a eterni-
dade, Nós vemos na escritura até que grau da geração
se estende a cólera de Deus quando pune os homens
dos crimes atrozes que cometerem, e não ha um
único delito, de qualquer naturesa que seja, que in-
flizes castigos a uma geração que não participou dê-
les. Não se poderia dizer sem impiedade que o Se-
nhor pronunciou uma sentença imperfeita, que Ele
foi obrigado a transformar-se e descer á terra para
se retratar e fazer saber aos homens que todos eles
sofriam pelo pecado de Adão, e que não sendo defini-
tiva, a primeira sentença que éle tinha pronunciada
para punir o primeiro homem pelo seu erime. Ele
tinha sido absolutamente obrigado a fazer-se notar
mortal e de se fazer pregar na cruz para expurgar
inteiramente o genero humano do pecado de Adão.

Estas ficções tem tam pouco verosimelhança e
repugnam tanto ao bom senso, que é surpreendente

 

que os cristãos não entreguem razões menos absur-
das para convencer os Israelitas de que Deus veiu ao
mundo para morrer, e expiar pela sua morte o pecado
de Adão e salvar o género humano.

Não é preciso mais que reflectir a vida de Jesus
Cristo para nos convencermos que ele náo morreu
para expiar êsse pecado, mas sim como justa punição
dos que ele cometia todos os dias contra a Lei de
Deus e contra os seus Divinos preceitos. Se ele tivesse
querido persuadir os Israelitas que, vendo-os mer-
gulhados no crime, abismados no pecado, a sua pie-
dade o fazia agir para o reconduzir para o caminho
da salvação, ele teria destruído mais eficazmente as
más inclinações dos judeus que viviam no seu tempo,
Creando uma vida modelar, fazendo jejuns e orações
que tivessem chamado a clemencia do Senhor para o
seu povo. Uma observância rigorosa da lei devia fazer
reconhecer a rectidão e a pureza das suas intenções;
por éstes meios eficazes ninguém teria nunca atacado
os seus costumes nem protestado contra a inocência
dêles.

Não se teria ousado prsceder contra o homem
virtuoso que prepara uma doutrina ortadoxa e uma
moral regular.

O Sanhedim te-lo-hia apoiado e dar-lhe-hia lou-
vores merecidos por uma acção tam santa. Mas a his-
tória da vida é bem diferente. Desde que éle se deu
a conhecer ao mundo, deu provas evidentes e escan-
dalosas do seu pouco respeito pela Lei da Deus; e não
foi senão depois de se ter certificado pelo exame mais
exacto e imparcial que a sua doutrina e a sua moral
eram opostas ás Leis de Deus, que o condenaram à
morte.

Não se pode discordar que Jesus Cristo, homem
e crucificado, seja maldito; é uma sentença de S.
Paulo: é maldito o homem que pende da Cruz. Ora
como se poderá crer que Deus tenha querido subme-
ter-se á maldição dos homens e que os tenha absolu-
tamente obrigado a faze-lo morrer com tanta ignomi-
nia, para salva-los, e expiar um pecado comietido há
tantos seculos. Poderá a lei criar uma quimera tam
mal] fundada, mesmo no mais crédulo dos espiritos?
Mas, dir-se-há esta doutrina tam pouco verosimil, es-
ta doutrina tam ortodoxa e aceite no mundo e tem
partidários muito poderosos e distintos em quasi todo
o universo.

Eu não digo o contrário. mas que eles confessem
por sua vez com a mesma sinceridade que não é por
convicção nem conhecimento de causa mas sim uni-
camente por vaidade e por interesse que vivem na
ignorância e no erro.

A dependencia em que viviam os judeus quando
começou a introduzir-se a religião cristã, os impediu
de destroi-la pela raiz. Se eles não estivessem sob o
jugo romano e se tivessem a mesma força que tinham
sob o reino de David e Salomão, este idolatria teria
acabado logo a seguir ao seu começo. Mas sendo
limitado o seu poder, sob o domínio dos seus senhores
e tendo-se junto muitos libertinos aos impostores,
insinuaram os seus erros e estenderam-nos e multipli-
caram nos até ao ponto em que hoje os vemos.

O pecado de Adão nem por isso desapareceu do
mundo e os homens continuam tam mergulhados no
vício como estavam antes da vinda de Jesus Cristo.

Deus, sempre atento á salvação do seu povo,
sempre pronto a dar-lhe provas da sua bondade e da
sua mesericordia, tendo previsto que se fariam os
maiores esforços para arrastar os israelitas para esta
perniciosa doutrina ??????.


 
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