4 HA-LAPÍD ===================================================== os persuadir a salvar-se por esta nova doutrina e para convence-lo que Jesus Cristo tinha morrido para ex- piar todos os pecados do género humano, deu-lhes uma indicação segura que os conduziría inapelavel- mente para um precipicio de que nunca sairíam. Ordena-lhes no texto sagrado que tenham uma ver- dadeira e sincera contrição e assegura-lhes que isso é o bastante para a expiação dos seus pecados e para alcançar a glória eterna. Fixa-lhes um dia do ano para que se preparem para este sincero arrependi- mento as suas almas, para os purificar da mancha dos seus vícios e reparar as loucuras que cometem todos os días. Esta prova essencial do amôr devino, esta bondade mais que paternal do Criador, os man- tém no seu amor e fortifica na observação dos santos preceitos. Se o seu coração não está endurecido pelo vício, se querem merecer a graça do Senhor, tem um caminho seguro de alcança-la. O único dia de penitência, no decorrer do ano, para expiar todo o mal que praticam durante um tam longo lapso de tempo, pouco é, e no entanto este Pai meserícordioso com isso se satisfaz e compadece-se das tentações a que a fragilidade humane expõe os seus filhos. O décimo dia do séptimo mes, diz o Senhor, vós purificareis as vossas almas: é neste dia que Eu vos perdoarei e purificarei de todos os pecados. Vós observareis este mandamento por toda a eternidade. As mesmas palavras estão repetidas no 23.o capi- tulo do Deuteronômio a fim de que nenhum deles o possa ignorar e para que todos raibam é perante Deus vivo que tem de comparecer; e é a Ele que se devem confessar de todo o mal que cometeram e que é a de Ele só que devem esperar ser perdoadas, e não dum homem pregado numa cruz e que nunca teve atributos de Divindade. O Senhor instruiu tambem o povo de israel no tempo em que constituía uma réplica, ordenou-lhes com tanta claresa tudo o que éles deviam fazer para a sua conservação e o que deviam evitar para não se deixar dominar pelos outros povos, que éste povo não tem senão a necessidade de seguir os santos mandamentos que recebeu do Ser Supremo para se tornar digno dos seus beneficios e da sua graça. E para que não falte ao respeito que deve aos seus jui- zes, eis o que Ele disse: Quando ignorares alguma coisa do direito sobre o sentido, sobre o juizo e juizo sobre as pregas e as pragas; quando houver alguma desordem nas tuas cidades; então levantarte-hás e irás ao lugar que o Senhor teu Deus tiver escolhido para esse fim: virás perante os padres da raça dos Levitas e perante o juiz do teu tempo. Tu perguntar-lhe-hás e eles te dirão, no lugar que o Senhor tiver escolhido, o que tu deves fazer, e tu farás o que eles ordenarem segundo a lei, e te mostrarão, e te submeter-te-hás inteiramente à sua sentença. Se houver alguém bastante presunçoso para nao aceitar com inteira submissão o que o padre ou o juiz que servem o Senhor teu Deus, lhe ordenarem, tu fa-lo-has morrer para exterminar o mal do seio de Israel, todo o povo será informado e temerá um cas- tigo egual e a sua vaidade não o levará a cometer, de futuro, a mesma irreverêndia." 0 Senhor quiz, por este decreto tam absoluto. preservar esta nova república, estabelecida por Ele mesmo, de todos os êros nos quais poderia tombar seguindo opiniões que não fossem inteiramente con- forme aos seus divinos mandamentos. Ele quiz fazer saber ao seu povo que não há homem nenhum que não esteja sujeito ao julgamento do senado por Ele estabelecido. Toda a espécie de justiça esta compreen- dida nestas poucas palavras: Civil, Criminal e ceri- monial, os Israelitas não podem duvidar de coisa ne- nhuma, não podem ter nenhuma dificuldade sôbre a qual não sejam esclarecidos imediatamente. Tudo o que sentencia este sagrado tribunal, é definitivo e sem apelo; o cuidado e as precauções que sempre to- mou para. fazer recta justiça, devem convencer todo o mundo de que os juízes de que se compunha este conselho, eram inspirados por Deus e não faziam mais que declarar a sua vontahe. Tu farás tudo o que te ordenarem nêste lugar que o Senhor escolheu; di- rigir-te-hás aos padres e aos juízes que aí presidem e o seu julgamento e a sua decisão servir te-ha de lei. Esta autoridade despótica e esta ordem absoluta que- rem dizer que Deus quer ser obedecido nas sentenças dos ministros da sua justiça; êles são os dignos suces- sores de Moisés, de Josué, de Samuel, que tiveram os mesmos poderes que eles, que nós lemos no texto sa- grado os castigos e mortilicações que sofreram os israelitas pelas suas desobediências. A providência infinita do Senhor declarou a sua vontade desta maneira tam clara para impedir o seu povo de se deixar tentar por novas opiniões. Previu que ee levantaria uma seita que trataria de anular os santos mandamentos; que os Cristãos introduziriam um Messias para tentar os que fossem assaz crédulos para lhes dar ouvidos, e que este homem-Deus acom- panhado de meia duzía de libertinos da ralé do povo e de algumas mulheres de vida desregrada, estabele- ceriam uma religião completamente oposta à que o Divino Legislador tinha dictado a seu servidor Moisés nos montes de Sinai e de Oreb. Estas santas leis que alguém anunciou em diver- sos tempos e lugares estão conformes nas menores circunstâncias. Nada tem mudado e alterado. Porque? porque tudo que parte da vontade do Senhor é crente de toda a espécie de imperfeição Esta única prova deve bastar para convencer os Cristãos do absurdo da sua doutrina. A quantao mudanças não tem sido ela sugeita desde o seu estabelecimento? As suas opiniões estão ainda tam divididas que uma parte destes enovadores acusama outra de heresia. Quais são os fundadores desta nova lei? Simão o leproso. Mateus o usurário dos pobres pescadores, Paulo, Madalena, a Samari- tana, reconhecidas ambas por as mulheres prostitui- das que se entregavam ao primeiro que aparecia. Eis as testemunhas oculares da vida de Jesus Cristo: eis as pessoas eminentes e duma conduta sem mancha que o declararam Deus. os que anunciaram a ressurreição e que lhe tem atribuido todos os mila- gres que lemos na historia fabulosa da sua vida. O Sanhedrim podia mesmo sem examinar os fei- os tam pouco verosimeis e tam escandalosos aí ajun- tar a minima fé. Eu pergunto se o cristão mais ze- loso pode abster-se de confessar do fundo do seu coração que este sagrado reinado teria sido condena- vel se não tivesse parado o curso de tanta irreveren- zia contra a Magestade Divina. Este homem que se fazia passar e proclamar Rei da Judea, Profeta Mes- sias, devia ser reconhecido e adorado sob a palavra dos libertinos e das mulheres que lhe davam este glo- rioso titulo? O seu testemunho era assaz autentico para o crer cegamente? Nós vemos todos os dias nas coisas de menor
N.º 033, Tishri 5691 (Set-Oct 1930)
> P04