HA-LAPID 3 ============================================ comunidade, que teve uma época de esplen- dor, encontrava-se em decadencia e a tarefa do seu novo chefe espiritual foi a reorganiza- ção do ensino hebraico, para o que mandou vir professores e professoras da Palestina. Entretanto, o partido Jovem Turco subia ao poder. Rabi Moisés Levy, Rabi-mor da Turquia pede a demissão e ele foi convidado a suceder-lhe (5669-1909 e. v. ), mas teve que declinar este importante oferecimento por causa da insistência dos judeus de Sa- lónica, que, para o conservarem, tinham pro- clamado um dia de jejum. No começo de (471 (1911 e. v.), uma votação unânime das comunidades palesti- nenses elegeu-o Rabi-mor de Erez-Israel (Terra de Israel), mas ainda Salónica, para o reter declarou a greve geral e venceu Jerusalem. Por essa época o Sultão Mahomed IV, visitando Salóníca, condecora-o com a insi- gnia Osmanié (1.a classe). Quando Salónica foi tomada pelos gregos tomou tal atitude que causou a admiração de todos. Depois teve as melhores relações com o rei Jorge I e seu filho Constantino, Teve grande amizade com o grande estadista Venizelos, conseguindo sempre tudo o que interessava à comunidade, quando ele patro- cinava esse assunto. No Verão de 5679 (1919 e. v.) deixou definitivamente Salónica e foi fixar-se na Palestina. Perante uma comissão de estudo americana pro-Palestina pronunciou um elo- qüente discurso em favor do Lar Nacional Judeu. Em 1921, a pedido do primeiro Alto Comissário Britânico, Sir Herbert Samuel, preparou um importante estudo sôbre numis- mática judaica. Fez parte duma delegação enviada pelo Conselho Nacional de Jerusalém junto do Ministro das Colônias em Londres: em 1921 foi nomeado o governo, juntamente com o Rabi Isaac Kook, presidente do Conselho do Rabinato-mor palestinense, que acabava de ser fundado e o qual era composto de dois rabis sefardim e quatro askenazim. Foi eleito Rabi-mor da Palestina pelas comunidades sefardim, que lhe concederam o título honorífico de Rishon-le-Sion (o pri- meiro em Sion); reorganizou a Escola Rabí- nica Tifereth Jerushalaim e confiou a direc- ção a Rabi Joseph Ha-Levi; contribuiu para a manutenção do asilo dos vélhos; recusou receber honorários pelo cargo de Rabi-mor: presidiu à Yeshibah Porath Joseph, fundada por Joseph Sassoon de Bombaim (esta Yeshi- bah consta dum oratório, um talmud Torah, alojamentos gratuitos para 20 rabínos, dos quais 10 cabalistas, que recebem também gratificações mensais); tomou parte no 13.° Congresso Sionista, onde defendeu a causa dos judeus do Oriente e reclamou a criação duma secção superior que tratasse do seu renascimento. Uma das principais obras do Rabi Jacob Meir foi a reunião em uma grande Yeshibah, chamada Ohel Jacob de todas as pequenas yeshiboth disseminadas em Jerusalem (essas yeshiboth eram: 1) Beth Ha-Haron, funda- ção Aarão Abecassis, de Londres: 2) Beth Eliahu, fundação Jacob Menahem Eliahu, de Bucarest: 3) Beth Yehudah, fundação Jadah Guedalia, de Londres: 4) Beth Yakob, fun- dação Sir Jacob Sassoon e sua mulher Ra- quel de Bombaim; 5) Beth Jacob, fundação Jacob Pereira, de Amsterdam; 6) Berith Abraham, fundação Abraham José Franco. de Livorno; 7) Peer Anavim, de José, Rafael e Abraham Franco de Livorno; 8) Yeshívath Abraham e Sarah, da família Pereira, de Amsterdam; 9) Yeshívath Montefiore, de Sir Mosés Montefiore, de Londres; 10) Maghen David I, de David Emanuel Pinto, de Ams- terdam; 11) Maghen David II, de David Bluca, de Nardaia; 12) Mazal Someah, de Mazaltov, em nome de seu filho David Ezrah, de Calcutá; 13) Mixmaroth, de Jacob Sas- soon, de Alexandria; 14) Mixmaroth Kehuna; de Massud Cohen, de Lisboa; 15) Kais Nissim, de Cais Nissim Xemama, de Paris). Graças aos seus esforços, vários e impor- tantes legados foram obtidos a favor de ins- tituições das comunidades sefarditas da Pa- lestina, entre outros destacamos o importante legado da falecida Sr.a Simhah Belilios, de Hong-Kong. O ilustre extinto tinha escrito duas obras de jurisprudência rabínica. Estes manus- critos foram devorados pelas chamas no grande incêndio de Salónica. Cavaleiro da Legião de Honra, titular de numerosas Ordens nacionais e as mais altas distinções honorificas, ele foi, no Oriente, durante a guerra, o representante qualificado do judaísmo junto das potências aliadas. Rabi Jacob Meír foi um dos grandes pio- neiros do renascimento palestinense. Êle era um homem de ideal e de acção.
N.º 093, Yiar-Sivan 5699 (Abr-Mai 1939)
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