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N.º 093, Yiar-Sivan 5699 (Abr-Mai 1939)







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comunidade, que teve uma época de esplen-
dor, encontrava-se em decadencia e a tarefa
do seu novo chefe espiritual foi a reorganiza-
ção do ensino hebraico, para o que mandou
vir professores e professoras da Palestina.
Entretanto, o partido Jovem Turco subia ao
poder. Rabi Moisés Levy, Rabi-mor da
Turquia pede a demissão e ele foi convidado
a suceder-lhe (5669-1909 e. v. ), mas teve
que declinar este importante oferecimento
por causa da insistência dos judeus de Sa-
lónica, que, para o conservarem, tinham pro-
clamado um dia de jejum.

No começo de (471 (1911 e. v.), uma
votação unânime das comunidades palesti-
nenses elegeu-o Rabi-mor de Erez-Israel
(Terra de Israel), mas ainda Salónica, para
o reter declarou a greve geral e venceu
Jerusalem.

Por essa época o Sultão Mahomed IV,
visitando Salóníca, condecora-o com a insi-
gnia Osmanié (1.a classe). Quando Salónica
foi tomada pelos gregos tomou tal atitude
que causou a admiração de todos.

Depois teve as melhores relações com o
rei Jorge I e seu filho Constantino, Teve
grande amizade com o grande estadista
Venizelos, conseguindo sempre tudo o que
interessava à comunidade, quando ele patro-
cinava esse assunto.

No Verão de 5679 (1919 e. v.) deixou
definitivamente Salónica e foi fixar-se na
Palestina. Perante uma comissão de estudo
americana pro-Palestina pronunciou um elo-
qüente discurso em favor do Lar Nacional
Judeu.

Em 1921, a pedido do primeiro Alto
Comissário Britânico, Sir Herbert Samuel,
preparou um importante estudo sôbre numis-
mática judaica.

Fez parte duma delegação enviada pelo
Conselho Nacional de Jerusalém junto do
Ministro das Colônias em Londres: em 1921
foi nomeado o governo, juntamente com o
Rabi Isaac Kook, presidente do Conselho
do Rabinato-mor palestinense, que acabava
de ser fundado e o qual era composto de
dois rabis sefardim e quatro askenazim.

Foi eleito Rabi-mor da Palestina pelas
comunidades sefardim, que lhe concederam o
título honorífico de Rishon-le-Sion (o pri-
meiro em Sion); reorganizou a Escola Rabí-
nica Tifereth Jerushalaim e confiou a direc-
ção a Rabi Joseph Ha-Levi; contribuiu para
a manutenção do asilo dos vélhos; recusou



receber honorários pelo cargo de Rabi-mor:
presidiu à Yeshibah Porath Joseph, fundada
por Joseph Sassoon de Bombaim (esta Yeshi-
bah consta dum oratório, um talmud Torah,
alojamentos gratuitos para 20 rabínos, dos
quais 10 cabalistas, que recebem também
gratificações mensais); tomou parte no 13.°
Congresso Sionista, onde defendeu a causa
dos judeus do Oriente e reclamou a criação
duma secção superior que tratasse do seu
renascimento.

Uma das principais obras do Rabi Jacob
Meir foi a reunião em uma grande Yeshibah,
chamada Ohel Jacob de todas as pequenas
yeshiboth disseminadas em Jerusalem (essas
yeshiboth eram: 1) Beth Ha-Haron, funda-
ção Aarão Abecassis, de Londres: 2) Beth
Eliahu, fundação Jacob Menahem Eliahu, de
Bucarest: 3) Beth Yehudah, fundação Jadah
Guedalia, de Londres: 4) Beth Yakob, fun-
dação Sir Jacob Sassoon e sua mulher Ra-
quel de Bombaim; 5) Beth Jacob, fundação
Jacob Pereira, de Amsterdam; 6) Berith
Abraham, fundação Abraham José Franco. de
Livorno; 7) Peer Anavim, de José, Rafael e
Abraham Franco de Livorno; 8) Yeshívath
Abraham e Sarah, da família Pereira, de
Amsterdam; 9) Yeshívath Montefiore, de Sir
Mosés Montefiore, de Londres; 10) Maghen
David I, de David Emanuel Pinto, de Ams-
terdam; 11) Maghen David II, de David
Bluca, de Nardaia; 12) Mazal Someah, de
Mazaltov, em nome de seu filho David Ezrah,
de Calcutá; 13) Mixmaroth, de Jacob Sas-
soon, de Alexandria; 14) Mixmaroth Kehuna;
de Massud Cohen, de Lisboa; 15) Kais
Nissim, de Cais Nissim Xemama, de Paris).

Graças aos seus esforços, vários e impor-
tantes legados foram obtidos a favor de ins-
tituições das comunidades sefarditas da Pa-
lestina, entre outros destacamos o importante
legado da falecida Sr.a Simhah Belilios, de
Hong-Kong.

O ilustre extinto tinha escrito duas obras
de jurisprudência rabínica. Estes manus-
critos foram devorados pelas chamas no
grande incêndio de Salónica.

Cavaleiro da Legião de Honra, titular de
numerosas Ordens nacionais e as mais altas
distinções honorificas, ele foi, no Oriente,
durante a guerra, o representante qualificado
do judaísmo junto das potências aliadas.

Rabi Jacob Meír foi um dos grandes pio-
neiros do renascimento palestinense. Êle
era um homem de ideal e de acção.


 
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