HA-LAPID 3 ============================================= mos conservar nas nossas casas nada que tenha fermento (Hamés). Em lugar de pão alimentámo- -nos durante Esses oito dias de Massot. Ázimos ou pão sem fermento. P. - O que é o Séder? R. -Nas duas primeiras noites da Páscoa, cele- bra-se a cerimónia familiar do Séder, durante a qual se lê Hagada, ou passagem da saída do Egito. P.- O que é que se põe no prato do Séder? R. - No prato do Séder põem-se principalmente estas três cousas: Pesah, Massot, Maror. Pessah ou carneiro pascal, é representado por um osso de carneiro assado ao lume: lembra a décima praga do Egito a morte dos primogénitos, época em que todos aqueles ue tiveram confiança em Deus foram pou- pados. Massot o pão ázimo lembra a pressa com que os nossos antepassados fugiram do Egito, levando a massa sem levedar, que cozeram ao sol. Maror, as ervas amargas simbolizam a amargura da escra- vidão e os sofrimentos que os nossos tiveram no Egito. P. - Falemos de Pentecostes ? R. - Shabuoth ou festa das semanas, chama-se assim porque se celebra sete semanas depois da Páscoa ou seja 6 de Sivan. É a segunda das três festas e o aniversário da promulgação do Decálogo. Dura dois dias sendo ambos santificados. P.- Quais são as cerimónias especiais da festa Shabuoth? R-Shabuoth como é a festa da ceifa orna- mentámos as sinagogas e as nossas casas com flores e verduras. E para lembrar a promulgação da lei dada ao Monte Sinai, fazemos a leitura solene dos dez mandamentos durante o oficio do primeiro dia. P. - Que significa Pentecostes? R. - Pentecostes significa qüínquagesimo porque esta festa celebra-se no quinquagesímo dia depois da Páscoa. P.- Qual e' a última das três festas? R. - É a festa das cabanas, ou Succot, comple- tada pelos dois dias finais Azereth ou Shemíni Azeret. P.- Quando é que se celebra Succot? R.- Succot celebra-se cinco dias depois de Kípur dia 15 de Tishri, com o Azereth esta festa dura nove dias dos quais os dois primeiros e os dois últimos são santiñcados. Os cinco dias intercalados são dias semi-festivos ou Hol Hamoed. O último desses cinco dias chama-se Hoshana Rabá. P.~ Quais são as cerimónias especiais da festa de Succot? R-Fazem-se para esta festa cabanas ao ar livre ara lembrar a permanência dos nossos ante- passa os nas cabanas durante os quarenta anos que permaneceram no deserto. Como esta festa é tam- bém a da colheita, é costume ornamentar estas cabanas com produções do outono. P.- O que é o Lulab? R.- O Lulab (palmeira) é um feixe composto de quatro espécies: um ramo de palmeira, ramos de murta, ramos de Salgueiro e um fruto chamado Etrog ou Cidra. Estas quatro espécies reunidas simbolizam a união dos grandes e dos pequenos, dos fortes e dos fracos, que são todos iguais perante Deus e que se devem ajudar mutuamente. Agile-se o Lulab durante os saimos do Halle] para mostrar o nosso reconhecimento a Deus que nos renovou as produções da terra. P. - Como é que se chama o último dia da festa de Succot? R. - O segundo dia de Azereth chama-se Simhá Tora, ou festa da Lei. Nesse dia fazemos a leitura do último capítulo do Deuteronômio e imediata- mente começa-se o Pentateuco pela leitura do pri- meiro capitulo do Gênesis. P.-A que horas do dia começa e ter- mina o Sábado e as festas? R. - Todas as nossas festas começam ao por do sol da véspera do dia fixado pela Lei e terminam no dia marcado quando anoitece. P.- Quais são as rezas com que ini- ciamos e terminamos o Sábado e as outras festas? R.-Iniciamos o Sábado e as festas pela reza chamada Kidush, santificação, e terminamos pela Habdalá separação pela qual declaramos a so '- dade terminada. P.- Que diferença existe com relação ao trabalho entre o Sábado e as festas? R. - Excepto no dia da Expiação que é em tudo muito semelhante ao Sábado e que se chama mesmo o Sábado dos Sábados, nas outras festas é-nos per- mitido acender o lume, luzes e cozinhar os nossos alimentos. P. - Fora os dias de festas não há tam- bém uns dias que se fazem ofícios especiais? R.-Sim. é em Rosh Hodesh que se celebra pela recitação do Hallel e a reza suplementar ou Mussaf. ----------------------------------------------- NECROLOGIA SAMUEL VAN DEN BERG No principio de Fevereiro dêste ano, chamou Deus à sua divina presença o Sr. Samuel Van den Berg, senador holandês, um amigo dos maranos portugueses, mem- bro honorário da Comunidade Israelita do Porto. Tinha saido da Holanda pouco antes da ocupação germânica e fora residir para uma vila (casa de campo), que possuia em Nice (França). Era um justo, era um bom. Paz à sua alma.
N.º 106, Ab-Elul 5701 (Jul-Ago 1941)
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