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N.º 027, Xebat 5690 (Jan-Fev 1930)







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 2       HA-LAPID
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Muitos dos primeiros eruditos autores
daquele tempo referem-se a Abraham
Zacuto e ao seu "Almanach Perpetuum".
Além do nosso comentário bibliogra-
fico devem dizer algumas palavras
acerca do impressor destas famosas
obras e a possivel razão porque o livro
foi publicado por Abraham ben Samuel
Dortas (ou de Orias) em Leiria, ou de
este teve uma imprensa desde 1492
a 1496.
Embora a tipografia de Dortas não
fosse muito produtiva, as suas obras são
comparaveis ás mais perfeitas da Penin-
sula. Três tipos de letra quadrada e
outro de letra rabinica foram usados nos
livros hebraicos impressos em Leiria.
O "Almanach de Abraham Zacuto"
ou "Taboas Astronomicas" foram im-
pressos nesta oficina.
A tipografia hebraica em Portugal no
seculo XV inclue o "Pentateuco" por
Moises Ben Nahman e "Comentario so-
bre a Ordem das Orações" por David
Abudarham.
                     (Continua).

           o o o

    Celebração dos Casa-
          mentos

         (RITUAL)

A Thorah (Lei de Moisés) no seu livro
1.° (Genesis), capitulo 2.° versículo dezoito
diz:
-"E Adonai disse: Não é bom que o
homem fique só. Eu quero dar-lhe uma
companheira, uma colaboradôra."
Cumprindo esta determinação divina
todo e homem se deve casar.
A cerimonia do casamento entre os
israelitas do rito portugues realisa-se da
seguinte forma:
Resa-se a oração de Minh'ah (oferenda)
sendo o oficiante assistido na Thebah
(tribuna) pelo noivo que põe os thefilin e
o Talet, (manto religioso), recebendo des-

ta forma a invertidura de patriarca, isto
é, o chefe civil e religioso da familia que
se vao constituir.
Terminada a oração de Minh'ah o ofi-
ciante (Hazan) dirige-se á sala proxima
onde está a noiva, assistida das duas ma-
drinhas; chama á parte a noiva e pergun-
ta-lhe em voz baixa se é por sua livre
vontade que se vae casar.
Obtida resposta afirmativa volta para
a sala onde se efectua a cerimonia onde
está armado um docel.
O oficiante lê então a Ketubah (escrip-
tura Nupcíal) que será assinada pelo
noivo e duas testemunhas.
Entao entra nessa sala a noiva, coberta
com o veu, pelo braço de seu pae ou uma
pessoa de respeitabilidade na falta do pae
e acompanhada das madrinhas dirige-se
para debaixo do docel, onde já deve estar
o noivo, assistido pelos padrinhos.
A' entrada da noiva a assembleia entôa
o cantico de bendição (Barug'Abá).
O ofíciante (Hazan) coloca-se tambem
sob o docel. Este docel representa a tenda
da nova familia e chama-se H'upah,
Então o oficiante pega um copo de
prata cheio de vinho e diz:
-"Bendito sejas tu, Adonai, rei do
Universo que creaste o fruto da vinha.
Bendito sejas tu, Adonai, nosso Deus,
Rei do Universo, que nos santificaste com
os teus mandamentos e nos ordenaste a
castidade, que nos prohibiste as noivas
de outrem e nos permitiste que nos unís-
semos pelos laços do casamento.
Bendito sejas tu, Adonai, que santificas
Israel pelo docel nupcial e pelo casamen-
to."
O oficiante bebe um pouco do vinho
e dá a beber aos noivos; em seguida o
novo pega numa aliança douro (adquirida
pelo seu trabalho) e mete-a no dedo indi-
cador da mão direita da noiva, dizendo,
perante as duas testemunhas:
-"Por este anel tu ficas unida a mim
pelos laços do casamento segundo as leis
de Moisés e de Israel. (Hari at mecudexet
li, batavaât Zó, Kedat Moxéh veisrael.)
Em seguida o oficiante pega numa
taça de vidro com vinho e diz as sete
benções:
-~Bendito sejas tu, Adonai, nosso
Deus, Rei do Universo que creaste o fruto
da vinha.


 
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