2 HA-LAPID ========================================= Weil, de Paris, no seu livro "Judaisme", ensina: -..A natureza inteira, ceus e mares, furacões e tempestades, montes e vales, e arvores frutíferas, todo o reino animal, é uma imensa aleluia ao Creador. Mas neste concerto, não ha senão acor- dãos consonantes, só o homem pode no- mear Adonai. O homem, como o resto do Creador, não pode ser devinisado. Sómen- te, por um favor insigne lhe é dado chegar ao conhecimento de Deus. -O Creador, é o todo poderoso é a força, a causa suprema, donde tudo mana inflexivelmente. Mas ele deu a vida ás coi- sas. E a vida evolue do inorganico até ao homem. -Adonai hu ha Elolhim (só Adonai é Deus) o Unico e o Vivente por excelencía, que, pela creação, atributo inerente á sua essencia, dá vida e espontaniedade ao crea- do, segundo uma escala, sendo cada vez mais complexos á medida que se elevam na escala, tornando, no reino humano, consciencia, pensamento, escolha entre o bem e o mal, moralidade. Os ceus e a terra, falam de Deus, são testemuho de Deus. Que diz a seu teste- munho? A potencia do Creador, a imensi- dade do seu reino, o fusionamento das coisas, a população da Vida. Diz tambem o reino da lei, a regularidade e a perenida- de das Sucessões dos fenomenos, a ordem impressa ao Cáos. -Ha mais: se a natureza aparece co- mo um strito mecanismo ao homem de ciência que não põe em obra senão a inte- ligencia calculadora, ela é tambem, pela sua sensibilidade, uma obra d'arte no que ela manifesta da sua beleza e desse misterioso impulso para uma finalidade. Magnificencia e variedade dos cristais geometricos, côres e perfumes das flores, magestade epica das florestas, gloriosa ar- quitectura das montanhas e das geleiras, iluminações dos ceus estrelados, todos es- tes explendores objetivamente reais e não, simplesmente emprestados às coisas pela sensibilidade humana, todos estes especta- culos atestam Maacé Berechit, uma obra da creação, onde não ha só strutura e sin- tax e, mas stilo, arte e eloquencia". Segundo o conselho destes nossos be- los guias espirituais e fazendo uso da nos- sa inteligencia e da nossa razão, para sa- bermos ler esse grande livro incomparave¡ que se chama a Natureza, nós ali encontra- mos revelações prodigiosas e admiráveis ensinamentos. Vendo o crescimento das arvores e dai flores, o fluxo e refluxo dns mares imen- sos, todos os meteoros, auroras boreais trombas d'ar e marítimas, e os astros des- crevendo as suas orbitas; ouvindo o mar, das aguas cristalinas os doces hinos, vendo o sol fortificando, aquecendo e tornando resplandecente a creação, a agua descendo das nuvens para fazer germinar os grãos e crescer as plantas; as folhagens unirem-se aos ramos para resguardar os homens dos ardores do dia, as flores abrirem as suas corolas para perfumar a brisa, e o doce amor atraindo os sêres; a nossa inteligencia e a nossa razão diz-nos que uma energia su- blime em tudo se manifesta, infinita como o universo, uma força que tudo vivifica, uma potencia infinita, toda sábia, roda per- feita que conduz e dirige-a vida dos seres um imutavel autor das transformações incessantes, cujo grande poder tudo con- binou para que nada perecesse. A essa força das forças, a essa suprema vontade creadora, causa primaria de tudo o que existe, principio supremo, eterno, nem gerado, nem corrutivel; alma, senhor, arquiteto e ordenador do Universo, do qual regula a vivente harmonia e no qual perpetua a cada momento a creação come- çada, nós damos o nome de Adonai, nosso Creador. II Santíssima Unidade e seus atributos Moisés, nosso mestre proclamou aos Bene-Israel: -"Shemah israel! Adonai Elohenu, Adonai Eh'ad (Escuta Israel! Adonai é nosso Deus, Adonai é Uno)". E' Adonai, teu Deus, que tu temerás; é Ele que tu adorarás, e será pelo seu nome que jurarás. (Deu- teronomío, 6,13) -Foi-te revelado e ensinado que Adonai é Deus e que não existe outro. (Deuteronomio 4,35) -Tu reconhecerás nesse dia e serás convencido que Adonai está no ceu e na terra e que não existe outro. (Deuteronomio V,39) -Adonai, Adonai! Deus misericordioso e compa- decido, lento na colera, rico em bondade e em fideli- dade, que conserva a sua graça até mil gerações, que perdoa a iniquidade, a revolta e o pecado. (Exodo XXXIV, 6,7)
N.º 041, Ab 5691 (Jul 1931)
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