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Ha-Lapid הלפיד


N.º 009, Shebat 5688 (Fev 1928)







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 4                    HA-LAPÍD
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concours de la communauté sephardite de cette ville
et de 1'A1liance Israélite est convaincu que l'on pour-
rait faire beaucoup plus avec plus de ressources. Les
israélites aportugais» de France ne voudront-ils pas
faire un effort en faveur de leurs frères retrouvés?

                TRADUÇÃO

     Notícias dos Maranos do Portugal

   Depois da redacção do nosso artigo sobre
o regresso dos Maranos portugueses ao Ju-
daismo, recebemos informações complemen-
tares, que mostram ter a missão assumida
pelo capitão Arthur Carlos de Barros Basto
obtido resultados encorajantes.
   No dia 1 de Julho de 1927, foi inaugurada
no Porto a sinagoga Mekor H'aim, que é
frequentada pelos habitantes israelitas da
cidade e que é visitada pelos Maranos do
interior. A' comunidade, de que o capitão
Barros Basto é o presidente, creou comissões
para o culto, educação e beneficencia; a aber-
tura duma escola religiosa está em estudo.
   A propaganda, pode-se dizer o apostolado
do capitão Barros Basto, começa a dar os
seus frutos. Nos ultimos mezes um numero
cada vez mais elevado de Maranos foram
reconduzidos para o Judaísmo, entre eles
dois medicos, que servirão, para o futuro, de
mohel.
   O movimento de regresso ao Judaísmo
ganha os Maranos do interior. Em outubro
findo. o capitão Barros Basto, acompanhado
do Dr.' Ernesto Augusto Rodrigues visitou
varias localidades-habitadas por Maranos,
que o receberam com sentimentos misturados
de alegria e de receio.
   Em consequencia desta volta, uma comuni-
dade Judaica foi creada na cidade de Bragan-
ça, habituada por 7 a 800 cripto-judeus. Um
oficio foi celebrado na aldeia de Vilarinho,
cujos 500 habitantes são quasi todos Ma-
ranos.
   O capitão Barros Basto publica um jornal
mensal, em português, Ha-Lapid (o Facho),
que indica aos Maranos a doutrina Judaica
e os acontecimentos da vida Judaica no estran-
geiro Recebemos os ultimos numeros desta
folha; lêmo-la com interesse; ou para melhor
dizer, com emoção. O capitão Barros Basto
publicou também uma tradução do oficio de
sexta-feira á noite. O Rabbino Raffalovitch,
que a Jewish Colonisation Association insta-
lou no Brazil, traduziu em portugués duas

obras elementares sobre Judaísmo e sobre
historia Judaica e exemplares destas duas;
traduções foram distribuidas aos Maranos.
   A. J. C. A. propõe se publicar um livro
de orações com tradução portuguesa; este
ritual, destinado aos seus colonos do Brazil,
pode servir tambem para os Maranos portu-
guêses.  
   O Comité dos Maranos creado em Londres
com o concurso da comunidade Sephardy
desta cidade e da Alliance lsraelite está
convencido que se pode fazer muito mais com
mais recursos. Os israelitas portuguêses de
França não quererão fazer um esforço a favor
dos seus irmãos achados?  

   Alemanha - O jornal Judiches Wochenblatt
de Berlim dá a noticia da inauguração da sina-
goga Mekor-H'aim no Porto e da fundação
da comunidade Israelita em Bragança. Refere
tambem o facto de terem sido feitos oficios
liturgicos israelitas na aldeia de Vilarinho.

   Egipto - O jornal israelita « L'Aurore que
se publica no Cairo, publica um artigo onde
fala da vinda a Portugal do snr. Lucien Wolf
em 1925; da fundação da sinagoga do Porto;
do trabalho do capitão Barros Basto, da funda-
ção da comunidade de Bragança, etc, etc.

   Italia - O Presidente da comunidade Is-
raelita de Pisa (Italia), o snr. Giusepp Pardo
Roques publicou no jornal «Israel» um belo
artigo falando da Obra do Resgate em termos
muito lisongeiros para nós, e incitando os
israelitas italianos a darem-nos a sua preciosa
colaboração, lembrando-lhes que muitos dos
nossos correligionarios daquele paiz são des-
cendentes dos emigrados de Portugal e Espas
nha durante o periodo inquisitorial.  
   Lamentamos não podermos transcrever
este excelente artigo devido ás exiguas di-
mensões do Ha-Lapid. O snr. Pardo Roque
(apelido tão português) é descendente
familia de Maranos estabelecidos em Leorne
(Livorno) no começo do seculo XVII. A sua
familia ainda, na primeira metado do seculo
XIX, falava a lingua sephardy, que é uma
mescla de espanhol e português antigo pol-
vilhada com alguns termos hebraicos. Este
idioma é ainda falado por muitos israelitas
da Grecia, Turquia, Palestina e norte d'Afri-
ca. Ao snr. Pardo Roques os nossos agrade-
cimentos.


 
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