HA-LAPID 3 ============================================== 6) As coisas que fazem invalidado o mesmo acto de degoladura, são cinco: a saber Dilação, Apertadura, Escondedura, Resvaladura e Arrancadura. 7) Dilação, é, quando comezçando a degolar, levantou a mão, ou sem a levantar passou, antes de haver degolado a quanti- dade competente a qual degoladura é inva- lida, e a carne proibida, posto que a dila- fosse dum brevissimo espaço de tempo. Apertadura, é apertar o pescoço com a faca, ou corta-lo de um golpe; porque a degoladura para ser boa, ha-de ser, levan- do e trazendo a faca. Escondedura, é não fazer a degoladura, descoberta, mas oculta, metendo a faca en- tre os dois canos e cortando; ou entre a pele, aos canos; ou ainda entre a pena ou o couro, ou debaixo de alguns pano. E por esta causa se tira primeiro a pena, fazendo logar para a faca: e então descoberto o pes- coço se degola. Resvaladura, é degolar fora do logar competente, o qual é o que acima temos declarado. Arrancadura, é haver-se achado depois de degolar algum dos dois canos de todo arrancado, e fora do logar donde estão pe- gados ás queixadas. Sucedendo pois qual- quer destas cinco coisas, é a degoladura inválida, e proibida a carne. Da forma e estilo que se : observa no degolar : CAPITULO V Primeiramentre olha-se com curiosidade a faca, passando pela unha e carne 12 vezes. _2) achando-se sem mossa prepara-se o pó e degolando, diz-se a benção seguinte: Bendito sejas tu Adonai, nosso Deus Rei do Universo, que nos santificas-te com os teus mandamentos, e nos ordenaste, a degoladura. E adverte-se, que uma benção, degolando muitas aves serve para todos, em tanto que não fale entre ave a ave, em coisa que não seja do serviço da degoladura. Dita a benção degola-se no logar, e quantidade com- petente. Depois de degolar, vê-se , se observou na degoladura as circunstancias referidas, ou pecou nalguma delas. Feita esta diligência, torna-se a olhar a faca: e vendo que se acha com alguma mossa, e trefá a carne que se tem degolado. E assim, quem degola muitas aves, é necessario, que entre ave e ave reveja a faca; porque se acaso não fez isto, e olhando-a ultimamente a achar com mossa, todas as aves que houver dego- lado são trefás. Finalmente, com a mão, ou cabo da faca, ou qualquer outra coisa, se cobre o sangue e diz a bendição seguinte: Bendito sejas tu A. N. D. R. do mundo, que nos santificou com suas encomedanças, e nos encomendou sôbre cobertura do sangue. E degolando muitas aves, uma vez só se hade cobrir o sangue com uma só benção. Estes são os Dinim suficientes, para po- der degolar licitamente : buscando-se primeiro algum Hacham, a quem se mostre a faca, e o exanime, dando-lhe a aprovação, para o poder fazer. Das coisas que fazem uma ave trefá CAPITULO VI O fígado se faltar na ave a faz trefá, salvo se lhe houver ficado quantidade de duas azeitonas, uma no logar do fel, e outra, no logar onde está pegado: e isto se mostrará a um Hacham que o entendo. 2) Se está todo ele seco, que se desfaz com a unha, é tambem trefá a ave. E assim mesmo, se nela se acharem dois figados. 3) Fel, não tem algumas aves, como as tortolas e pombas. E estas são caxeres, e boas, posto que lhes falte: mas aquelas que de seu nasci- mento o tem, são trefás se acaso o não tiverem. E assim quando nalguma ave se não acha fel, se continua fazer esta expe- riência; a saber: dá-se no fígado duas corta- duras atravessando uma por cima da outra, e prova-se, se nele ha sabor de fel, é sinal que o tinha, e é caxer, e sendo que não saiba a fel, faz-se outra nova experiência, e tor- na-se a provar com a lingua então tem sabor de fel, é caxer, e se não, é trefá. 4) Se a caso se achou numa ave dois feis distintos desorte que um se não comunica com o outro, é trefá. 5) Se no fel se achar algum alfinete, ou espinha, é tambem trefá a ave. 6) A moela tem dois couros. E assim
N.º 011, Yiar 5688 (Mai 1928)
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