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Ha-Lapid הלפיד


N.º 031, Tamuz 5690 (Jun-Jul 1930)







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N.° 31                                 PORTO - Tamuz 5690 (1930 e. v.)                                ANO IV
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Tudo se ilumina                     _______  ___  _______ |=|____  _______                    ...alumia-vos e
para aquele que                    |____   ||_  ||  ___  ||____  ||_____  |                   aponta-vos o ca-
busca a luz.                            | |   |_| \_\  | |    / /   _   | |                   minho.
                                        | |       _____| |   / /   | |  | |
       BEN-ROSH                         |_|      |_______|  /_/    |_|  |_|                          BEN-ROSH

                                                  (HA-LAPID)

                                      Órgão da Comunidade Israelita do Porto

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DIRECTOR E EDITOR: -A. C. os BARROS BASTO (BEN-ROSH)   || COMPOSTO E IMPRESSO NA Empresa DIARIO DO PORTO, Lda
            Avenida da Boavista, 854-PORTO             ||           Rua.de S. Bento da Victoria, 10
(Toda a correspondencia deve ser dirigida ao director) ||   ---------------- P O R T O ----------------
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           Dissertação sobre o Messias

Onde se prova que êle ainda não chegou, e que segundo as
promessas dos profetas que o anunciaram aos israelitas,
            êles esperanho conirasão

                  INTRODUÇÃO

Não há nada mais extraordinário que o querer
explicar o texto sagrado e de se propôr alguém a fa-
zer comentários sobre as passagens mais obscuras o
que se não pode compreender sem explicação quando
se não faz sempre um estudo profundo da lingua na
qual o Senhor o dictou. Tal e nada menos a situação
em que se encontram a maior parte dos cristãos.

Entre o grande número dos seus Douctores (pré-
gadores da Lei) a custo se encontram dois ou três
em cada século que tivessem um conhecimento re-
flectido da lingua hebraica e que se tivessem aplicado
aprofundar as obscuridades, a fixar o caracter e espi-
rito, a determinar a sintaxe duma maneira simples,
clara e preciso, e ainda a conhecer as acentuações, as
faltas e anomalias, em uma palavra notar as altera-
ções sucessivas que ela experimentou desde a sua
primeira instituição, pura efeito de várías causas fisi-
cas e morais, e as diferenças essenciais que estas alte-
rações poseram necessariamente entre éste antigo
Hebraico e o da Biblia que certamente difere muito.

Não é portanto senão depois de ter feito estes
Estudos preliminares e indispensaveis que se pode
fazer sem temeridade saber interpretar a escritura e
de fixar o sentido de várias passagens mal esclareci-
das até agora. Isto sciente eu pergunto se os homens
mais capazes de desempenhar esta tarefa dificil não
são aqueles que tem bebido, por assim dizer, com o
nsie o conhecimento da lingua santa, a quem seus
Pais a transmitiram, senão em toda a sua pureza pri-
mitiva e original que não subsiste, pelo menos tal
como eles tinham recebido dos seus antepassados e
que foram forçados pelo seu estado e circunstâncias
de lhe estudar o génio e a metafísica.

Tudo depõe pois sob este ponto de vista ao favor
dos Judeus. E se se está em dúvida sobre o sentido
duma passagem ou de uma palavra é certo que é
mais á sua interpertaçào que deve dar fé do que á dos

Cristãos, e que em se determinando mesmo depois
de simples probabilidades, elas são todas pelo judeu
e contra o Cristão.

Depois de estas reflexões que eu submeto ao
exame de creaturas imparciais e que quiserem ser
sinceras comigo mesmo, eu espero que não se me
acusará de temeridade se eu pretendo desvendar aos
olhos das creaturas sensatas os erros graves que os
cristãos ensinam referindo-se ao seu pretendido Mes-
sias, e o pouco respeito que êles tem pelos escritos
dos Profetas aos quais eles dão a tortura, seja por
malícia seja por ignorancia da lingua na qual estes
santos homens a escreveram. O extremo desejo que
eu tenho de seguir com a maior exactidão possivel o
que me ordena o texto sagrado, obrigou me a lé-lo
com toda a atenção de que eu foi capaz, e para que
me fôsse ainda de mais fácil compreensão, interro-
guei os mais sábios Rabís do nono século afim de
dar á minha obra a maior perfeição a esse respeito, e
suprir pelas suas luzes a pouca profundidade das
minhas.

Eu gostaria que o zélo da verdade os tivesse le-
vado a trabalhar por si mesmos para fazer vêr ao
mundo que os Judeus não poderiam receber o Mer-
cias que os Cristãos adoram, sem destruir a verdade
da sua religião; mas visto que eles não escreveram
nada sobre éste tão importante assunto, de que eu
tenha conhecimento, vou encarregar-me de o tratar
de maneira a merecer a sua aprovação: eu não me
gabo de conseguir converter tantas nações que abra-
çaram a Religião Cristão; mas eu creio que as mi-
nhas razoes são bastante sólidas para combater e
destruir todas aquelas que se opõem á Lei que o
Senhor deu ao seu povo sôbre. o monte do Sinai e
confirmou sôbre a de Oreb.

Uma outra razão ainda me resolveu a escrever
esta dissertação: um grande Senhor em casa de


 
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