N.º 042, Elul 5691 (Ago-Set 1931) > P01
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N.º 042, Elul 5691 (Ago-Set 1931)







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N.° 42                                    PORTO - Elul 5691 (1931 e. v.)                                 ANO V
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Tudo se ilumina                     _______  ___  _______ |=|____  _______                    ...alumia-vos e
para aquele que                    |____   ||_  ||  ___  ||____  ||_____  |                   aponta-vos o ca-
busca a luz.                            | |   |_| \_\  | |    / /   _   | |                   minho.
                                        | |       _____| |   / /   | |  | |
       BEN-ROSH                         |_|      |_______|  /_/    |_|  |_|                          BEN-ROSH

                                                  (HA-LAPID)

                                      Órgão da Comunidade Israelita do Porto

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DIRECTOR E EDITOR: -A. C. os BARROS BASTO (BEN-ROSH)   || COMPOSTO E IMPRESSO NA Empresa DIARIO DO PORTO, Lda
            Avenida da Boavista, 854-PORTO             ||           Rua de S. Bento da Victoria, 10
(Toda a correspondencia deve ser dirigida ao director) ||   ---------------- P O R T O ----------------
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Teologia Popular Israelita

                Por A. BEN-ROSH

            III

Adonai Albinu Malkenu (Adonai, nosso Pai, nosso Deus)

-Adonai! Pai e Deus da minha vida.
             diz Jesus Ben-Sirah'

E a nossa liturgia, acrescenta:

-Tu amas o teu povo de Israel com um
amor inalteravel. Tu deste-lhe a tua lei e
os teus mandamentos, ensinaste-lhe a or-
dem e a justiça; tambem é nosso dever,
Adonai, nosso Deus, cumprirmos as tuas
ordens e alegrar-nos com as tuas leis e man-
damentos quer levantando-nos, quer deitan-
do-nos e sempre.

E Moisés, nosso Mestre, nos ensina:

-Tu amarás o Senhor, teu Deus, de
todo o teu coração, de toda a tua alma e
de toda a tua força. (Deuteromio, VI,5)

Rabbi Salomão Ben-Gabirol na sua ora-
ção Corôa Real nos diz a razão porque de-
vemos consagrar a Adonai, nosso pai, o pai
dos ceus, todo o nosso amor filial:

-"Tu voluntariamente me creaste sem
precisares de mim, por amor e por bondade
e nenhuma força Te obrigou; ainda eu não
existia e já existiam as Tuas graças; Tu in-
suflaste em mim um espírito e me fizeste
viver. Depois da minha vinda para este



mnudo nunca me abandonaste; como um
pai carinhoso me educaste, como uma ama,
pela; creancinha que amamenta, cuidaste de
mim Tu me colocaste no seio de minha
mãe e me confortaste com os Teus afagos;
quando comecei-me a ter nas pernas. Tu me
deste forças, e segurando-me nos braços me
guiaste; ensinaste-me a sabedoria e a mo-
ral e livraste-me de aflições e angustias. No
tempo de desgraça abrigaste-me á sombra
da Tua mão; e de quantas desventuras, que
desconheço. Tu me livraste? Antes que a
dor me atingisse, sem nada me dizeres, já
ttnhas preparado o balsamo precioso; li-
vraste-me de acidentes em tempos que os
não podia evitar; quando caí nos dentes de
leões. Tu lhos quebraste e deles me arran-
caste; quando sofri doenças longas e peri-
gosas, graciosamente delas me curaste;
quando sob a Tua severa justiça, salvaste-
me da espada, livraste me da morte, alimen-
taste-me durante-me durante a fome manti-
veste-me na abundancia; quando Te fiz
irritar, castigaste-me como um pai castiga
um filho; quando Te invoquei, poupaste a
minha alma e não a repeliste sem a atender"

Devemos ter então para com Adonai
apenas o amor filial? Não. Porque?


 
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