HA-LAPID 5 ===================================== o calvario existente num caminho publi- co de Pinhel apareceu, uma manhã, furada alguns tiros de pistola e imediatamente uns fanaticos acusaram os judeus como autores da proêsa. A digna autoridade administrativa pro- cedeu a um rigoroso inquérito descobrindo o autor desse acto condenavel fôra um nte de policia, que assim fizera, instiga- do pelo fanatismo local, para crear uma má Ostera aos judeus de Pinhel. O polícia punido e transferido. O procedimento do Ex.mo Administrador assim honrou e prestigiou o principio autoridade, foi muito favoravelmente -eciado por todas as pessoas sensatas e amgas da ordem não só de Pinhel como de fóra. No mês de Agosto o Reverendo Talmid do Instituto Teologico Israelita do Porto Manuel Rodrigues organisou a escola da comunidade. Ministrou ensino a 32 alunos alguns já adultos. As lições realizavam-se seguintes horas: das 9,30 ás 12, das 13 ás 15 e das 21 ás 23. Ensinou a Lingua Sa- grada, Portugues, Estudos Bíblicos e rudi- entos de judaismo. Regressou ao Porto deixando um jovem de 21 anos, já Berith Uah, habilitado a fazer a oração da noite de Shabbath em hebreu. Deu Mishberag a varias mulheres e meninas que o solicita- ram e conduziu para o Porto dois jovens para serem recebidos na Aliança de abraham. Retirou o Rev. Samuel Rodrigues de Pi- nhel, onde deixou amisades e simpatias de- io á sua maneira de proceder honesta e inuante. Os fanaticos fazem uma grande boycot- age economica ao sr. S. Cardoso de Al- meida, mas a sua cegueira os ilude! Deus bendito não desampara aqueles que hones- tamente o servem. o o o Israel Vingado (CONTINUAÇÃO) Não se saberia aplicar Israel, porque, ainda mesmo que ele tivesse aliado do culto divino, o que directamente contra a verdade, não se pode acusa-lo de ter tomado cada qual em particular um caminho diferente, eles todos seguiram sem se afastar o mesmo caminho e observaram a lei de Moisés sem se deixar seduzir pela introdução das diferentes seitas. Eles o observam até mais religiosamente no seu exílio do que eles o faziam no proprio tempo de Je- sus Cristo: este versículo encara pois as nações que estão divididas em diferentes seitas e que estabelece- ram cerímonias absurdas que a maior parte conde- nam e pretendem ser idolatras. Depois que as nações tiverem confessado a injustiça com a qual elas tratam os israelitas, elas serão forçadas a dizer que éste ver- siculo pinta todas as calamidades, todos os tormentos que sofreram com uma constancia admiravel no seu cativeiro. Eles lhes anuncia em seguida os bens aos quais devem aspirar; êles foram oprimidos e aflitos sem abrir a boca, diz êle no versículo setimo, êles sofre- ram com paciencia, porque êles teem tido sempre deante dos olhos esta promessa sagrada e irrevogavel do Senhor, saber que para expiar os seus crimes e as suas impiedades e para reentrar na sua graça eles de- vem sofrer sem se lastimarem os efeitos da sua colera e da sua justiça. Vós direís nêste dia, porque o Se- nhor não está entre nós, todas as espécies de desgra- ças nos acontecem. São estas divinas palavras que lhes fizeram guar- dar o silencio; sem isto êles teriam cedido a tantos males ou ter-se-hiam levantado contra tantos opro- bios. VERSICULO OITAVO Tiram-no da força da angustia e dos decretos da condenação, quem falará da sua geração; porque êle foi tirado da terra doe vivos e eu o feri pelos pecados do meu povo. Arias Montanus explica a palavra decreto pela clausura por causa que ele foi encerrado nas prisões. A versão dos Setenta o substiluê pela palavra opres- são, mas diversos autores cristãos melhor versando na lingua santa dizem que esta palavra signi- fica potencia, e eles traduzem assim esta passagem; tiraram-na do seu poder, que é a verdadeira signifi- cação da palavra hebraica. Buxtorf explica-a pelas de potencia, de reino, de dominio e o texto sagrado con- firma o seu sentido: falando de Saul ele serve-se da mesma palavra. Este, diz ele, reinará sobre o meu povo, e nos Juízes, aquele que possuir o império e o poder etc. Ele significa tambem decreto porque os Reis reteem os seus subditos nos limites das leis, es- tabelecidas no seu reino, e por consequência deve-se traduzir, tiraram-no do Reino e do Julgamento, isto é que se tirou a Israel o reino e o poder de julgar. As nações o tornaram escravo, aboliram o seu governo lhe disse do Deuteronomio: "Levarvos-hão e o vosso Rei que tiverdes estabe- cido para vós entre um povo que vós, nem vossos pais conheceram, e adorareis Deuses estranhos, deu- ses de pedra e de madeira. O Senhor vos trará um po- vo dos paizes mais recuados que se lançará sobre a preza. Um povo barbara cuja lingua vos não podereis compreender e o qual vos oprimirá. Ele vos cercará em todas as vossas cidades até que estas muralhas tão fortes e tão elevadas, em que tinheis posto vossa confiança caiam em toda a extensão desta terra que o Senhor, vosso Deus vos tinha dado. Quem falará da sua geração, diz o Profeta, não foi ele eliminado.
N.º 051, Kislev 5693 (Dez 1932)
> P05