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Ha-Lapid הלפיד


N.º 051, Kislev 5693 (Dez 1932)







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 8                HA-LAPID
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êle que ameaça com a cólera de Deus e com a sua
justiça para o fazer renunciar ao vício, faze-lo reen-
trar em si mesmo e obter assim a graça do seu crea-
dor que houvera perdido pelos seus pecados e gosar
das graças que lhe são destinadas segundo a promessa
do mesmo Profeta. Como ceus novos e a terra nova
que vou criar subsistirão sem que deante de mim,
diz o Senhor, assim o vosso nome e a vossa graça
subsistirão eternamente. Estas palavras decidem duma
maneira categórica que não podem desprezar-se. Pro-
vam que o Profeta quer falar do povo e que a von-
tade do Senhor prosperará nas suas mãos. A constân-
cia com a qual sofreu as mais crueis perseguições du-
rante o seu cativeiro, a sua perseverança na observa-
ção da lei divina, serão recompensadas com tôdos os
bens e tôda a glória que lhes estão prometidas para o
tempo da redenção.

              VERSICULO UMDÉCIMO

A sua alma verá o furto dos seus trabalhos.
Ele saciar-se-á. O meu Servo justo jus-
tifieará muitos pelo seu saber. e leva-
rá o seu pecado sobre si.

O Profeta continua a anunciar todos os bens es-
pirituais e temporais de que o povo gosará no tempo
da sua redenção. Verá o que desejou ver desde tan-
tos séculos e o que esperou com uma perseverança
singular; o seu reino restabelecida e elevado acima
de tôdos os reinos do universo, o seu rei filho de
David sentado no trono, cheio da graça do espirito
divino; os seus padres e os seus levitas ofereceram ao
Senhor os sacrifícios com pureza. Verá a influência da
graça divina em todos os corações que não se ocupa-
rão senão do amor ao seu creador. Verã a casa de
Jacob e de Judá reunireni-se dos quatro cantos do
mundo em Jerusalém para louvar o Senhor e tôdas
as nações que aí se juntarem com uma humildade pro-
funda para cantar a sua glória. A casa de Deus res-
tabelecida, a cidade santa reedificada para tôda a
eternidade; e êle se saciarà de bens, e de grandezas e
de graça que o Senhor com profusão sobre éle espa-
lhará. E pelo seu saber o meu servo justificará que
não foi desprezado no caminho que devia seguir. O
pensamento em que estava as nações que uma obsti-
nação invencível ou uma ignorância grosseira do povo
judeu o faziam viver no desprezo e nas dóres obser-
vando a lei do Senhor e firmaiido-se nas suas dívi-
nas promessas, dissipar-se-á inteiramente: ficarão
confusas de ver esta mudança prodigiosa. Verão que
os Israelitas se conservaram pelo seu profundo saber
tais como o Senhor o tinha desejado para merecerem
os bens futuros que deviam justificar os divinos orá-
culos anunciados pelos Profetas; e que Deus não os
puniu na justa cólera senão para lhes fazer expiar in-
teiramente os pecados que tinham cometido. O termo
de servo que o Profeta toma neste ponto e com o qual
qualifica o povo de Israel e tão frequente no texto sa-
grado que é inutil repeti-lo. Com respeito a estas pa-
lavras, êle levarà o seu pecado, creio tê-lo explicado
assaz ao longo de muitos pontos deste tratado o que
o Profeta quere dizer por esta expressão, para não
fatigar o leitor com uma repetição inutil.

             VERSICULO DUODÊCIMO

    Assim eu o partinharei com muitos. Ele par-
    tinhará os seus despejos com os fortes;
    porque entregou a sua alma á morte e
    foi contado entre os pecadores, sofreu



    o pecado de muitos e pedirá pelos
    transgrassores.

Este versículo que é a conclusão deste importante
capitulo é propriamente uma recapitulação do que
contem. O Profeta reflete sobre as batalhas que
povo de Israel sustentou conra as nações durante
seu cativeiro; a paciência invensivel com que resis
a todos os esforços que elas empregaram para o
verter, para o obrigar a afastar-se do verdadeiro
Deus; e a constancia com que suportou as ignominias
e as calamidades a que as nações o expozeram; o
povo tornou-se um baluarte da lei divina: sofreu
dos os assaltos que lhe fizeram para o perder
ficou generosamente o seu bem estar e a sua vida
que jamais o pudessem abalar; é o que fez anua
ao Profeta o triunfo nesta grande vitoria. Eu
lharei, diz êle, entre êles os despojos ganhou;
longo combate, cada um terá povos sobre os que
dominará. Impor-se-á aqueles que se lhe teem a
posto, subjugará aqueles que o teem subjugado a
nações que tiver vencido o servirão. Confirma a
profécia o capitulo sexagécimo; as nações que o a
servirem serão destruídas.

Os filos daqueles que vos teem afligido humi-
lhar-se-ão deante de vós, aqueles que vos teem ma-
goado vos chamarão cidade do Senhor, Sião, S:
de Israel. Tornar-vos-eis os senhores de todos
seus bens e das suas riquezas como o fostes oiiu
das dos Egipcios. A sua glória e a sua grandeza
virão para vos elevar, a-fim-de que todas as nações
reconheçam que sois um povo querido, que con
sem que a minha cólera caiu sobre elas, e que
encho dos meus beneficios e bens espirituais e tempo-
rais de que gosareis com tranquilidade nos liizt
duma justa moderação. Dividirá os despojos entre
os valentes, diz o Profeta, isto é, aqueles que resisti-
ram com mais coragem aos tormentos, que não pres-
taram atenção alguma, aos discursos sediciosos
gentes cheias dum gelo falso e que teem tentado
para-los do culto da sua religião, que teem afront
a morte para não adorar os falsos deuses, terão o
lhor quinhão. Nada mais admiravel que estas ultil
salavras dêste capítulo, ele intercederá pelos violado-
res da lei.

Este proceder de Israel ébcin diferente de
outras nações: o servo de Deus, o povo escolhido
trado no seu património, restabelecido o seu pri-
meiro explendor, cheio da graça e da misericordia
seu Senhor, pedir-lhe-á para perdoar as nações todos
os males que estas lhe fizeram sofrer; esquecem
dos os opróbrios e tôdas as indignidades com
foi tratado: este ódio implacável que elas tiveram
tra todos aqueles que constantes na observancia
lei de Moisés, não quizeram mudar; e tornar-se
interessar dos seus inimigos a-fim-de que Deus
torne participes da sua misericórdia.

Eis o que prova evidentemente que Israel
povo de Deus: dêsde que êle entre na graça do sen-
nhor, os seus primeiros cuidados são implorar a
clemencia e não destruir aqueles que teem empre
tôdos os esforços para o exterminar. As preces
santo povo não serão infrutuosas e o Senhor dig
-se-á atende-las e perdoará ás nações tôdos os
que injustamente fizeram sofrer aos verdadeiros
litas.
                     FIM.

                 Dr. Orobío de Castro
              Judeu bragançano do seculo XVII


 
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