8 HA-LAPID ====================================================== êle que ameaça com a cólera de Deus e com a sua justiça para o fazer renunciar ao vício, faze-lo reen- trar em si mesmo e obter assim a graça do seu crea- dor que houvera perdido pelos seus pecados e gosar das graças que lhe são destinadas segundo a promessa do mesmo Profeta. Como ceus novos e a terra nova que vou criar subsistirão sem que deante de mim, diz o Senhor, assim o vosso nome e a vossa graça subsistirão eternamente. Estas palavras decidem duma maneira categórica que não podem desprezar-se. Pro- vam que o Profeta quer falar do povo e que a von- tade do Senhor prosperará nas suas mãos. A constân- cia com a qual sofreu as mais crueis perseguições du- rante o seu cativeiro, a sua perseverança na observa- ção da lei divina, serão recompensadas com tôdos os bens e tôda a glória que lhes estão prometidas para o tempo da redenção. VERSICULO UMDÉCIMO A sua alma verá o furto dos seus trabalhos. Ele saciar-se-á. O meu Servo justo jus- tifieará muitos pelo seu saber. e leva- rá o seu pecado sobre si. O Profeta continua a anunciar todos os bens es- pirituais e temporais de que o povo gosará no tempo da sua redenção. Verá o que desejou ver desde tan- tos séculos e o que esperou com uma perseverança singular; o seu reino restabelecida e elevado acima de tôdos os reinos do universo, o seu rei filho de David sentado no trono, cheio da graça do espirito divino; os seus padres e os seus levitas ofereceram ao Senhor os sacrifícios com pureza. Verá a influência da graça divina em todos os corações que não se ocupa- rão senão do amor ao seu creador. Verã a casa de Jacob e de Judá reunireni-se dos quatro cantos do mundo em Jerusalém para louvar o Senhor e tôdas as nações que aí se juntarem com uma humildade pro- funda para cantar a sua glória. A casa de Deus res- tabelecida, a cidade santa reedificada para tôda a eternidade; e êle se saciarà de bens, e de grandezas e de graça que o Senhor com profusão sobre éle espa- lhará. E pelo seu saber o meu servo justificará que não foi desprezado no caminho que devia seguir. O pensamento em que estava as nações que uma obsti- nação invencível ou uma ignorância grosseira do povo judeu o faziam viver no desprezo e nas dóres obser- vando a lei do Senhor e firmaiido-se nas suas dívi- nas promessas, dissipar-se-á inteiramente: ficarão confusas de ver esta mudança prodigiosa. Verão que os Israelitas se conservaram pelo seu profundo saber tais como o Senhor o tinha desejado para merecerem os bens futuros que deviam justificar os divinos orá- culos anunciados pelos Profetas; e que Deus não os puniu na justa cólera senão para lhes fazer expiar in- teiramente os pecados que tinham cometido. O termo de servo que o Profeta toma neste ponto e com o qual qualifica o povo de Israel e tão frequente no texto sa- grado que é inutil repeti-lo. Com respeito a estas pa- lavras, êle levarà o seu pecado, creio tê-lo explicado assaz ao longo de muitos pontos deste tratado o que o Profeta quere dizer por esta expressão, para não fatigar o leitor com uma repetição inutil. VERSICULO DUODÊCIMO Assim eu o partinharei com muitos. Ele par- tinhará os seus despejos com os fortes; porque entregou a sua alma á morte e foi contado entre os pecadores, sofreu o pecado de muitos e pedirá pelos transgrassores. Este versículo que é a conclusão deste importante capitulo é propriamente uma recapitulação do que contem. O Profeta reflete sobre as batalhas que povo de Israel sustentou conra as nações durante seu cativeiro; a paciência invensivel com que resis a todos os esforços que elas empregaram para o verter, para o obrigar a afastar-se do verdadeiro Deus; e a constancia com que suportou as ignominias e as calamidades a que as nações o expozeram; o povo tornou-se um baluarte da lei divina: sofreu dos os assaltos que lhe fizeram para o perder ficou generosamente o seu bem estar e a sua vida que jamais o pudessem abalar; é o que fez anua ao Profeta o triunfo nesta grande vitoria. Eu lharei, diz êle, entre êles os despojos ganhou; longo combate, cada um terá povos sobre os que dominará. Impor-se-á aqueles que se lhe teem a posto, subjugará aqueles que o teem subjugado a nações que tiver vencido o servirão. Confirma a profécia o capitulo sexagécimo; as nações que o a servirem serão destruídas. Os filos daqueles que vos teem afligido humi- lhar-se-ão deante de vós, aqueles que vos teem ma- goado vos chamarão cidade do Senhor, Sião, S: de Israel. Tornar-vos-eis os senhores de todos seus bens e das suas riquezas como o fostes oiiu das dos Egipcios. A sua glória e a sua grandeza virão para vos elevar, a-fim-de que todas as nações reconheçam que sois um povo querido, que con sem que a minha cólera caiu sobre elas, e que encho dos meus beneficios e bens espirituais e tempo- rais de que gosareis com tranquilidade nos liizt duma justa moderação. Dividirá os despojos entre os valentes, diz o Profeta, isto é, aqueles que resisti- ram com mais coragem aos tormentos, que não pres- taram atenção alguma, aos discursos sediciosos gentes cheias dum gelo falso e que teem tentado para-los do culto da sua religião, que teem afront a morte para não adorar os falsos deuses, terão o lhor quinhão. Nada mais admiravel que estas ultil salavras dêste capítulo, ele intercederá pelos violado- res da lei. Este proceder de Israel ébcin diferente de outras nações: o servo de Deus, o povo escolhido trado no seu património, restabelecido o seu pri- meiro explendor, cheio da graça e da misericordia seu Senhor, pedir-lhe-á para perdoar as nações todos os males que estas lhe fizeram sofrer; esquecem dos os opróbrios e tôdas as indignidades com foi tratado: este ódio implacável que elas tiveram tra todos aqueles que constantes na observancia lei de Moisés, não quizeram mudar; e tornar-se interessar dos seus inimigos a-fim-de que Deus torne participes da sua misericórdia. Eis o que prova evidentemente que Israel povo de Deus: dêsde que êle entre na graça do sen- nhor, os seus primeiros cuidados são implorar a clemencia e não destruir aqueles que teem empre tôdos os esforços para o exterminar. As preces santo povo não serão infrutuosas e o Senhor dig -se-á atende-las e perdoará ás nações tôdos os que injustamente fizeram sofrer aos verdadeiros litas. FIM. Dr. Orobío de Castro Judeu bragançano do seculo XVII
N.º 051, Kislev 5693 (Dez 1932)
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