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N.º 066, Elul 5694 (Ago 1934)







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N.° 66                             PORTO - Elul de 5694 (lua de Agosto 1934)                         ANO VIII
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Tudo se ilumina                     _______  ___  _______ |=|____  _______                    ...alumia-vos e
para aquele que                    |____   ||_  ||  ___  ||____  ||_____  |                   aponta-vos o ca-
busca a luz.                            | |   |_| \_\  | |    / /   _   | |                   minho.
                                        | |       _____| |   / /   | |  | |
       BEN-ROSH                         |_|      |_______|  /_/    |_|  |_|                          BEN-ROSH

                                                  (HA-LAPID)
                                                   O  FACHO

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DIRECTOR E EDITOR: -A. C. os BARROS BASTO (BEN-ROSH)   || COMPOSTO E IMPRESSO NA Empresa DIARIO DO PORTO,L.da
REDACÇÃO-Rua Guerra Junqueiro, 340-Porto               ||           Rua de S. Bento da Victoria, 10
(Toda a correspondencia deve ser dirigida ao director) ||   ---------------- P O R T O ----------------
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A Vinda dos judeus para Portugal e alguns
homens notaveis da sua historia

Entre os pontos escritos que fiz no meu exame
final para preceptor israelita, profissão que muito
me honrará pela sua elevação, um versava sobre o
tema "A vinda dos Judeus para Portugal e alguns ho-
mens notaveis da sua historia".

Disse ácerca dele tanto quanto o tempo destina-
do para a execução me permitiu. Depois, durante
alguns dias, ignorei a opinião que dêle se formou,
mas, por fim, o meu professor, com bastante satisfa-
ção minha, disse-me que estava "regularsinho".

Li-o e pareceu-me, d le facto, um pouco melhor
do que ao faze-lo. Resolvi-me então a publica-lo, não
sinceramente o confesso, por o julgar digno, mas
simples e unicamente com o intuito de que alguns
dos que como eu, descendem dos mártires, cujos
corpos as chamas inquisitoriais reduziram a cinzas, e
que ignoram um pouco mais do que eu a religião dos
nossos heroicos e imortais (pela memória) antepassa-
dos, possam torná-lo como um ensinamento, uma pe-
quena lição, que com o maior prazer, pessoalmente
lhe daria se me encontrasse mais próximo dêles e não
considerassem isso vexatório atendendo á minha rela-
tivamente pouca idade.

Ainda uma outra razão que me léva a publicá-lo
é o desejo de utilizá-lo como pretexto para manifestar
resumido em quatro palavras, o muito que o meu
coração sente por todos aqueles que se têm consagra-
do a ampliar os meus conhecimentos. bem como os
dos meus companheiros.

Portanto, ao Ex.mo Snr. Capitão Barros Basto,
Reverendo Alfonso Cassulo e demais auxiliares apre-
sento, plenamente convencido que os meus compa-
nheiros juntam os seus aos meus votos, e neste dia
em que termino o meu curso e que se contará entre
os mais felizes da minha existencia, se não mesmo o
mais feliz, o testemunho duma gratidão que será
eterna e procurarei provar esforçando-me por ser um
elemento activo na santa causa a que, até hoje, tem



sido o Snr. Capitão Barros Basto quásí o único que
se tem consagrado.

                    o o o

Segue-se o ponto escrito, aproximadamente cópia
do que fiz no meu exame:

"Falar da origem dos Judeus em Portugal é, até
certo ponto, o mesmo que falar da sua origem na
Peninsula Ibérica, atendendo a que hà relativamente
poucos séculos que este constitue um estado autóno-
mo

As suposições à cerca dessas origens perdem-se
através do passado e, como diz o ditado "cada cabe-
ca sua senteça, variam de historiador para historia-
dor. Levado pela curiosidade de ver ate onde chega-
riam as divergencias de opiniões, fui consultar quan-
tos livros relacionados com tal assunto, encontrei,
tirando as seguintes conclusões:

1.a - Teriam vindo já no tempo do poderoso
rei Salomão. Acredito facilmente atendendo a que a
propria Biblia se refere a viagens que, no seu tempo,
os Judeus fizeram, acompanhados por representantes
do povo marinheiro da antiguidade, Fenicios, a Tar-
sis que varios historiadores (Schulten e outros) provam
ser na Peninsula Ibérica, ao sul na região de Gua-
dalquivir outrora Betis. Ora, nada mais natural que
estes viajantes, atraídos pela magnificencia do país se
fixassem nêle.

2.a - Alguns vieram tambem quando o povo
eleito por Deus se dividiu em dois reinos: Israel e
Judá. Isto sucedeu após a morte de Salomão, por
seu filho Roboão se recusar a aliviar o povo dos im-
postos com que o pai, nos ultimos anos da sua vida,
o sobrecarrega para manter o luxo da corte.

3.a - Outra vinda de Judeus deu-se quando o
monarca babiloniano, Nabucodonosor, destruiu o pri-
meiro templo, cerca de 550 antes da E. V.; uns pare_


 
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