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Ha-Lapid הלפיד


N.º 070, Nissan-Yiar 5695 (Mar-Mai 1935)







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 2           HA-LAPID
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não creia na existencia dos deuses embora
se engane quanto à sua natureza". Plutarco,
outro escritor pagão diz: "Percorrendo a
terra podereis encontrar cidades sem mura-
lhas, etc, mas um povo sem Deus, sem
orações, sem juramentos, sem ritos religio-
sos, sem sacrificios jamais encontrareis". E,
agora, vejamos ainda o que diz o filósolo
platóníco Maximo de Tiro: "o grego e o bar-
baro, o homem do continente e o insular,
confessam unanimemente a existência de
Deus. Se desde a origem existem dois ou
três miseraveis sem Deus, dizei afoitamente
que são uma raça abjecta, estéril, ferida de
morte.

Acabo de apresentar a apinião de três
pensadores antigos e poderia a seguir apre-
sentar as de dezenas de pensadores moder-
nos; não o faço porque o desenvolvimento
desta parte do assunto levar-me-ia a ser
massador, além disso demasiado axtenso, o
que não é permitido nas curtas colunas
deste jornal.

Dir-lhe-ei, unicamente que os homens
célebres de todas as epocas cre am na exis-
tência de Deus; a lista dos nomes é intermi-
navel mas nela sobressaem Sócrates Platão,
Aristoteles, Cicero, Galiano, Leibriz, Bos-
sust, Fenelon' Copernico, Galieau, Kepler,
Newton, Cauchy, Herschell, Faye, Volta,
Pascal, Pasteur, Mayer, Lúbig, Biot, Cu-
vier.. . .e centenas dootros.

Agora, que ja' vimos que a existencia de
Deus não é negada, nem pelo maior numero,
nem pelos mais sabios, passo a apresentar
algumas provas dessa existencia, duma ma-
neira simples, compreensivel e razoavel.

Ora, que a existencia dum ser produzido
exige infalivelmente a existencia dum sêr
productor, é do dominio da ciencia e tudo
quanto existe no mundo, bem como o pró-
prio mundo é um sér produzido: portanto a
existencia deste ser productor. E quem
é esse ser productor? Deus: Creio eu que
isto bem claro e inteligivel.

Sim decerto que nada se produz a si
mesmo; vendo um automovel sabemos que
houve alguem que o fez, vendo uma casa
sabemos tambem que ela não se fez a si
própria, que houve quem a idealizasse e
edificasse; observando uma montra sabemos
que tudo quanto nela existe é obra dum ser
duma inteligencia, maior ou menor.

Ora a observação do mundo com toda a
sua sua complexidade de maneira alguma



pode tambem deixar de ser obra de um ser,
duma inteligencia, mas dum sér todo pode-
roso e duma inteligencia infinita, e esse sêr
todo-poderoso, essa inteligencia infinita, é
nada mais nada menos aquilo a que os cren-
tes chamam Deus.

A desenvolvimento desta prova se ne-
cessário for, fica confiado à boa inteligencia
do leitor.

Para segunda prova temos a existencia
do movimento, prova que esmaga os mais
incrédulos.

Na verdade se uma coisa se move, é
porque há um motor, visto que a si mesmo
a matéria não se pode mover, assim o pro-
vam ciencias fisicas e mecânicas; "um mo-
vimento acaba logo que cessa a força que o
produzir" lá está na fisica. Como se ex-
plica pois a eternidade do movimento dos
seres creados?

Tambem constitue uma prova da exis-
tencia de Deus, existencia da vida. Todos
sebem e a própria ciencia o diz que todo o
ser vivo recebe doutro a vida, o animal dum
outro animal e vegetal dum outro vegetal;
està, porém, provado pela geologia que hou-
ve uma epoca em que era tal a temperatura
do globo que tomava completamente impos-
sivel a existencia de seres vivos à sua su-
perficie. Donde poderia então ter vindo a
vida?

Outra prova ainda é a existência da
ordem que revela o universo, E que or-
dem deslumbrante esta!! A razão humana
perante esta sublime harmonia que reina en-
tre os milhões de sêres que povoam o uni-
verso, não pode por forma alguma deixar de
admitir a existencia duma inteligencia su-
prema e poderosa. A manutençao da com-
plicadíssima obra que constitue a creação só
por gente muito insensata pode ser atribui-
da ao acazo.

Alguem admitiria a possíbilidado de ao
comer um prato de massa em forma de le-
tras, meter a colher, e com ela tirar ja fei-
tinho, um verso de Camões? E', pois, uma
loucura dizer que esta enorme maravilha da
creação é obra do acaso. Já o velho Cícero
dizia que era mais tacil admitir que os Anuais
de Emiro (poema épico com 18 cantos)
eram o resultado duma renuião fortuita das
letras do alfabeto, do que ver na sublime
ordem do universo o producto dum cego
acaso!!

Aprsentado provas como estas Poderia


 
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