2 HA-LAPID =========================================== não creia na existencia dos deuses embora se engane quanto à sua natureza". Plutarco, outro escritor pagão diz: "Percorrendo a terra podereis encontrar cidades sem mura- lhas, etc, mas um povo sem Deus, sem orações, sem juramentos, sem ritos religio- sos, sem sacrificios jamais encontrareis". E, agora, vejamos ainda o que diz o filósolo platóníco Maximo de Tiro: "o grego e o bar- baro, o homem do continente e o insular, confessam unanimemente a existência de Deus. Se desde a origem existem dois ou três miseraveis sem Deus, dizei afoitamente que são uma raça abjecta, estéril, ferida de morte. Acabo de apresentar a apinião de três pensadores antigos e poderia a seguir apre- sentar as de dezenas de pensadores moder- nos; não o faço porque o desenvolvimento desta parte do assunto levar-me-ia a ser massador, além disso demasiado axtenso, o que não é permitido nas curtas colunas deste jornal. Dir-lhe-ei, unicamente que os homens célebres de todas as epocas cre am na exis- tência de Deus; a lista dos nomes é intermi- navel mas nela sobressaem Sócrates Platão, Aristoteles, Cicero, Galiano, Leibriz, Bos- sust, Fenelon' Copernico, Galieau, Kepler, Newton, Cauchy, Herschell, Faye, Volta, Pascal, Pasteur, Mayer, Lúbig, Biot, Cu- vier.. . .e centenas dootros. Agora, que ja' vimos que a existencia de Deus não é negada, nem pelo maior numero, nem pelos mais sabios, passo a apresentar algumas provas dessa existencia, duma ma- neira simples, compreensivel e razoavel. Ora, que a existencia dum ser produzido exige infalivelmente a existencia dum sêr productor, é do dominio da ciencia e tudo quanto existe no mundo, bem como o pró- prio mundo é um sér produzido: portanto a existencia deste ser productor. E quem é esse ser productor? Deus: Creio eu que isto bem claro e inteligivel. Sim decerto que nada se produz a si mesmo; vendo um automovel sabemos que houve alguem que o fez, vendo uma casa sabemos tambem que ela não se fez a si própria, que houve quem a idealizasse e edificasse; observando uma montra sabemos que tudo quanto nela existe é obra dum ser duma inteligencia, maior ou menor. Ora a observação do mundo com toda a sua sua complexidade de maneira alguma pode tambem deixar de ser obra de um ser, duma inteligencia, mas dum sér todo pode- roso e duma inteligencia infinita, e esse sêr todo-poderoso, essa inteligencia infinita, é nada mais nada menos aquilo a que os cren- tes chamam Deus. A desenvolvimento desta prova se ne- cessário for, fica confiado à boa inteligencia do leitor. Para segunda prova temos a existencia do movimento, prova que esmaga os mais incrédulos. Na verdade se uma coisa se move, é porque há um motor, visto que a si mesmo a matéria não se pode mover, assim o pro- vam ciencias fisicas e mecânicas; "um mo- vimento acaba logo que cessa a força que o produzir" lá está na fisica. Como se ex- plica pois a eternidade do movimento dos seres creados? Tambem constitue uma prova da exis- tencia de Deus, existencia da vida. Todos sebem e a própria ciencia o diz que todo o ser vivo recebe doutro a vida, o animal dum outro animal e vegetal dum outro vegetal; està, porém, provado pela geologia que hou- ve uma epoca em que era tal a temperatura do globo que tomava completamente impos- sivel a existencia de seres vivos à sua su- perficie. Donde poderia então ter vindo a vida? Outra prova ainda é a existência da ordem que revela o universo, E que or- dem deslumbrante esta!! A razão humana perante esta sublime harmonia que reina en- tre os milhões de sêres que povoam o uni- verso, não pode por forma alguma deixar de admitir a existencia duma inteligencia su- prema e poderosa. A manutençao da com- plicadíssima obra que constitue a creação só por gente muito insensata pode ser atribui- da ao acazo. Alguem admitiria a possíbilidado de ao comer um prato de massa em forma de le- tras, meter a colher, e com ela tirar ja fei- tinho, um verso de Camões? E', pois, uma loucura dizer que esta enorme maravilha da creação é obra do acaso. Já o velho Cícero dizia que era mais tacil admitir que os Anuais de Emiro (poema épico com 18 cantos) eram o resultado duma renuião fortuita das letras do alfabeto, do que ver na sublime ordem do universo o producto dum cego acaso!! Aprsentado provas como estas Poderia
N.º 070, Nissan-Yiar 5695 (Mar-Mai 1935)
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