8 HA-LAPÍD ============================================= para se dirigirem para um posto da pro- vincia. Por outra lado e nas mesmas condições. o snr. Rabbi Schilli, que fica adido aos ser- viços administrativos do Sacretariado Geral do Consistório de Paris, consagrará uma parte do seu tempo ao serviço. rabinico de vários locais de oraçocs em Paris e arra- baldes. o o o Festa de Purim Com uma numeresa assistência reali- zou-se no dia 18 na Sinagoga Kadury Mecor Haim a festividade Religiosa de Purim ou Festa de Ester. Começou pela oracão de Arbith oficiada pelo Rev.o Moreh Samuel Rodrigues e seguiu-se-lhe a leitura da Me- guilah de Ester feita pelo Exmo Sr. Menas- seh Bendob que lhe adaptou uma bela melo- dia. Por último o ilustre director do Ha-La- pid fêz uma interessantíssima palestra sobre a solenidade do dia, ligando, num vôo atra- vés da História, os tempos de Ashevero com os nossos e comparando as perseguições que os judeus sofreram naquela época com as que têm sofrido em todos os tempos e sofrem actualmente na Alemanha. E' mais uma prova que nos dá da sua grande cultura e das qualidades oratórias que possue e que o tornam bem conhecido. o o o O TALMUD (Continuação do n.o 69) se discutisse a questão que preocupava o seu espirito. (Ezeq. 8, 1; 14, 1; 20, 1. A solução que êles encontraram uma palavra a pode resumir: thorah. Este ter- mo hebraico imprópriamente traduzido por: lei, significa: ensinamento, direcção. Para os exilados designa o corpo das doutrinas, escritas e orais que o passado lhes transmissiu Sem tocar a questão muito debatida das origens e da data do Pentateuco, podemos admitia que sob uma ou sob outra forma, os Judeus possuiam em Babilônia a revelação mosaica. Além disso conservavam certos trechos proféticos, assim como os Salmos. Tais eram as únicas relíquias da sua vida nacio- nal de há pouco tempo, o unico rochedo, sobre oqual, no meio dos pagãos, estes exilados podiam estar em segurança até à hora em que Deus os restabelecesse na sua pátria. Por conseqüencia estes escritos deviam impôr-se à sua atenção constante. imprimir-se no seu coração, lembrar-lhes sem cessar que, vivendo em Babilónia êles não eram de Babilónia e que tinham uma sagrada obrigação: conservar-se um povo à parte. Os sábios estão de acordo em pensar que a instituição da Sinagoga data do tempo do exilio babiloniano. A expressão hebraica que a designa, beth hakéneseth (casa da assembleia), designa com precisão o fim inicial. Era o ponto de reunião du- ma nação sem lar; reunião duma nação sem lar, reuniam-se nela, para ler e explicar as escrituras. Como tempo, orações se uní- ram a estas leituras comentadas; assim a sinagoga torna-se um centro de adoração. As suas essembleias provocaram o desper- tar dum interesse crescente pelo estudo dos livros hebraicos, e este desejo de conheci- mento espalhando-se entre as massas, fez necessáriamente, sentir a necessidade de ter homens qualificados para a sua instru- ção, para dar o ensinamento. Conhecem-se com o nome de sopherim (escribas(, o que quer dizer não: escritores. mas: homens de letras. Alguns de entre eles figuram certa- mente na lista de "doutores" que contem Esdras, 8, 16, e há enumeração dos que "explicavam a toráh ao povo", segundo Nehemias, 8,7. Na primeira fila destes instrutores en- contrava-se Esdras que se nos apresenta como "um escriba versado na toráh de Moisés" (Esdra, 7,6), como um sopher peri- to. Fui êle que deu a solução dos seus antepassados à sua conclusão prática. O Talmud, mui justamente, compara a obra que êle realizou para o seu povo, à que realizara Moisés. Da mesma maneira que o grande legislado, duma massa amorfa de escravos saindo da servidão, creara uma nação dotando-o com a toráh Esdras dedi- cou a sua actividade a uma comunidade moribunda tanto em Babilônia como na Ju- dea, pela restauração da torah que será o (Continua)
N.º 070, Nissan-Yiar 5695 (Mar-Mai 1935)
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