N.° 70 PORTO luas de "Março" ABril e Maio de 5695 (1935 e.v.) ANO IX
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Tudo se ilumina _______ ___ _______ |=|____ _______ ...alumia-vos e
para aquele que |____ ||_ || ___ ||____ ||_____ | aponta-vos o ca-
busca a luz. | | |_| \_\ | | / / _ | | minho.
| | _____| | / / | | | |
BEN-ROSH |_| |_______| /_/ |_| |_| BEN-ROSH
(HA-LAPID)
O FACHO
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DIRECTOR E EDITOR: -A. C. os BARROS BASTO (BEN-ROSH) || COMPOSTO E IMPRESSO NA Empresa DIARIO DO PORTO,L.da
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PORTO -luas de «Março» Abril c Maio de 5695 (1935 e. v.)
A existência de Deus
por Norberto A. Moreno.
A existência de Deus tem sido até hoje,
como todos sabem, um problema bastante
debatido. visto que, inútil e' dizê-lo, é duma
importância capital, quer para a ciência, quer
para a religião.
Para a maioria das pessoas é desneces-
rária a demonstração dessa existência visto
que, ou pela tradição ou pelas faculdades
mentais, chegaram a convencer-se dela; para
outras é necessário faze-la e eu ouso tentá-
-lo embora lute com dificuldades, crente,
porém, de que, com o auxílio da bôa inte-
ligência e benevolência do leitor, o conse-
guirei.
Várias vezes tenho, por ser interrogado,
falado sôbre tal tema, mas hoje resolvi tra-
tá-lo por escrito, não duma maneira filosó-
fica por duas razões bem fortes e Simples:
primeira, por que aqueles a quem propria-
mente me dirijo teriam dificuldades em com-
preender-me; segunda, isto não e' modéstia,
porque sou incapaz de o fazer.
Pessôas há que negam a existência de
Deus, umas, por ignorância e outras por ódio
à verdade; além de todas estas temos ainda
aquelas que são torturadas pela atrós dúvida.
Contudo, é sôbre a existencia de Deus
que assenta este sublime edifício da religião
e, se êste apoia lhe faltasse, tudo se desmo-
ronaria rápido
A crênça nessa existencia é necessária,
pois só ela pode explicar uma série de eni-
gmas, cujo principal é o do destino humano.
A isto refere-se Davidier nestes termos: "De-
balde uma certa tuusuíía pretende fazer con-
sistir o progresso na negação do que ela
chama uma quimera; o seu desdém não
impede que, mais tarde ou mais cêdo se
levantem diante do espírito capaz de reflectir,
estas interrogações decisivas: Donde vens?
Para onde vais? Tens um senhor? Te-
rás um juiz? E, uma vez pósto o problema
será possivel, será razoaável não buscar a
sua solução? Evidentemente a vida inteira
muda de aspecto e significação, consoante
fôr necessário considera-la ou como um en-
cadeamento fatal de fenómenos mecânicos,
que desfecham na solução definitiva, ou
como prelúdio e preparação doutra vida sem
fim, na qual a liberdade humana receberá o
prémio das obras realizadas durante a nossa
curta passagem sôbre a terra".
Disse acima que há quem negasse a
existência de Deus; há, realmente repito
ainda, mas felizmente essa negação parte
dum número muito diminuto como o prova
bem claramente a ciência e a história.
Até os autores pagãos da antiguidade já
conheciam esta grande verdade que deixaram
escrita em termos bastante compreensíveis.
que são cinfirmados pela ciencia moderna,
Cícero. o célebre orador pagão, lá diz: "Não
há nação, por mais selvagem e grosseira que
N.º 070, Nissan-Yiar 5695 (Mar-Mai 1935)
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