4 HA-LAPID =================================================== -Cabanis.-Médico materialista. Numa carta ao seu amigo M. T. reclamou a necessidade duma "Sabedoria que concebeu os planos e duma Vontade que os pôs em execução; mas duma sabedoria sobe- ranamente superior, duma Vontade eminentemente atenta a todos os pormenores, que exerce o mais extenso poder com a mais minuciosa precisão." A lista continuaria com os nomes de Réamur Buffon, Lineu, Jussieu, Euler, Lavoisier, etc., etc. Duma maneira geral, quási todos os sábios ou grandes homens do século XVIII inclusivé, os ferozes revolucionários da Convenção, proclamaram a exis- tência do Ser Supremo. SÁBIOS do SÉCULO XIX Neste século que se pode chamar o século da ciência, mais díficil se torna ainda dar uma lista com- pleta dos nomes dos intelectuais. Entre os Matemáticos citaremos: -Cauchy-O maior matemático da Europa era profundamente religioso como ele próprio declara na Quaresma anti-clarical (pag. 59 e 60). -Herschell-foi o creador da astronomia estelar, a quem devemos a descoberta do planeta Urano e dos satélites de Saturno. Escrevia: "Quanto mais se alarga o campo da ciência, tanto mais numerosas e irrecusáveis se tornam as provas da existencia eterna duma inteligência crea- dora e omnipotente. Geólogos, matemáticos, astrôno- mos, naturalistas, todos acarrearam uma pedra para este grande templo da ciência, templo elevado ao próprio Deus. -Le Verrier. Apresentou na Academia as suas últimas "Recherches astronomiques" dizendo: "que elas corroboram as verdades imperecedouras da filo- sofia espiritualista. -Faye. Escrevia: "Como a nossa inteligencia não se fez a si própria deve existir uma inteligencia superior da qual a nossa deriva. Não corremos risco de nos enganar considerando-a como autor de tudo que existe, atribuindo-lhe estes explendores dos céus que despertaram o nosso pensamento. Quanto a negar a Deus, é como se dessas alturas nos deixasse-mos cair pesadamente em terra. -(Faye, Origine du Mande, pag. 9). -Laplace-Interpreta a existencia de Deus duma maneira diferente de Newton mas não a nega, como se conclue da sua Exposition du systeme du monde, fim). Os maiores fisicas deste seculo foram crentes também. -Ampére-A ele se deve: a telegrafia eléctrica e as leis do electro-magnetismo. Sainte-Beuve, diz, re- ferindo-se-lhe: "Vimo-lo aliar e conciliar sem esforço, de maneira que causa maravilha e respeito, a fé e a ciencia" (Portraits litteraires, i ). -Volta.-Deve-se-lhe a pilha eléctrica que tem o seu nome. Tinha firmes convicções religiosas. -Oersted.-Electrecista notável também. Refe- rindo-se à harmonia das leia do nosso espirito com as leis da natureza, dizia: "Qual é, portanto, a razão desta harmonia? E', respondia ele, que essas leis tem, umas e outras, uma causa comum, uma razão primor- dial, que é também a potencia primordial, numa pa- lavra, que é Deus". - Roberto Mayer-foi um dos fundadores da teo- ria mecanica do calor. Sentiu-se impressionado pelo pensamento de Oersted. -Fresnel-(1788-1827). Para ele o principio da simplicidade prova-se pela unidade e simplicidade de Deus. Aquele principio foi um dos factores essenciais das suas belas descobertas sobre a natureza da luz, que renovaram a física contemporânea. Poderíamos continuar esta lista com: Faraday, Liebig, Biol, Becquerel, Augusto de la Rive, Berze- lins, Bertholet, Gay Lussae-Tenard, etc., etc. Finalmente de entre os sábios naturalistas cita- remos: -Cuvier-Deve-se-lhe a creação da paleontolo- gia e da anatomia comparada. Foi celebrando as ma- ravilhas do Creador deante do seu auditório do Col- lege de France, em 8 de Maio de 1832, que êle teve o pressentimento do seu próximo fim. -Agassiz-Este naturalista suisso termina assim a sua obra: "A combinação de tantas concepções profundas não sómente manifesta a inteligência, mas prova a premeditação, a sabedoria, a grandeza, a omniscien- cia, a providencia. Todos estes factos e o seu enca- deamento natural proclamam o único Deus que o homem pode conhecer, adorar, amar. "(Agassis, De l'espèce et de la classification em zoologie, fim). -Latreille-Fundador da entomotogia, "Porque havíamos do temer, exclamava, louvar demasiado as obras do Ser Supremo?... São obras que não prestam o flanco a uma crítica razoável e onde só há que admirar. "(Latreille. Cours d'entomologie, pag. 26). -Milme Edwards-concluia: "Devemos maravi- lharmos de que em presença de factos tão significati- vos e numerosos, possa ainda haver homens que nos venham dizer que todas as maravilhas da natureza (viva.) são meros' efeitos do acaso ou conseqüências forçadas, das propriedades gerais da matéria, dessa matéria que forma a substância da madeira ou da pe- dra... Essas vãs hipóteses, ou antes essas aberrações do espirito, que às vezes se designam com o name de ciência positiva, são repetidas pela verdadeira ciência. "(Milme Edwards, Revue des ques scíentif. Abril 1883, pag. 386). -Lamarck-Dizia: "A natureza é um poder limi- tado, d'algum modo cega; esse poder não existe senão pela vontade duma potencia superior e sem limite... Tôda a nossa admiração e veneração devem referir-se ao seu sublime autor. "(Lamarck, Histoire des animaux sans vertebres, tomo I, pag. 214, 311, 322, etc.; estas passagens foram depois suprimidas por um miserável editor das suas obras). -Wallace-e o próprio Darwin, admitiam tam- bém uma causa primaria, inteligente e directriz. Este último, na primeira edição das Origens das espécies esforça-se por tranquiiizar as consciências religiosas, e só mais tarde e que sôbre a hipótese darwinista procuram enxertar-se opiniões anti-filosóticas e irreli- giosas. Escrevia: "Há certa grandeza em considerar a vida, com tôdas as suas propriedades, como dada primitivamenie pelo creador a um pequeno número de formas ou mesmo a uma só forma, etc. "(Darwin, Orig. des esp.-La vie et la correspond. de Ch. Darwin, pelo seu filho. Trad por de Varigni, 1888). -G. Saint Hi1aire-1836. Publicou uma brochu- ra intitulada: "Brilhante manifestação do espirito de Deus nos fenómenos do universo, "onde chama ao
N.º 076, Tishri 5697 (Set 1936)
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