2 HA-LAPID ===================================== O PROSELITISMO NO JUDAISMO "L'Univers Israelite" publica em um dos seus últimas números um interessante artigo que tem como titulo "Le judaisme ne constitue ni un peuple, ni une race, mais une religion et une tradition". Assina-o jules Lazard. O referido artigo constituiu para nós uma agradável surpresa. É que tínhamo-nos proposto escrever alguma cousa justamente sôbre o mesmo assunto, em resposta a muitos disparates que temos ouvido e... e temos lido, provenientes de criaturas que tinham obrigação de os não dizer. Dada a impossibilidade de uma transcrição na íntegra do citado artigo, vamos extrair algumas passagens. É preferível assim, porque apresentamos uma opinião menos suspeita que a nossa. N.A.M Provar aos homens de boa fé que o mo- saismo é uma religião e não uma raça, e ainda menos uma nação, é esforçar-se por repelir certos ataques, porque este "racismo" é a plataforma que serve de apoio a todos os outros enganos. Importa provar que, assim como os cren- tes dos outros cultos, os Judeus, na maioria, são descendentes de convertidos. Quando o Rei do Egipto convidou a famí- lia de Jacob a fixar-se no seu país, ela com- preendia 70 pessoas (Gênese XLVI). Quando da saída do Egipto constata-se (Exodo XII, 37-Números 1, 46) que os homens "de pé" são em número de 600.000. Êste número de homens de armas supõem uma população de mais de dois milhões de almas, incluindo mulheres, vélhos e crianças. Quantos egípcios de todas as raças tinham eles absorvido durante a sua estada? As Escrituras confirmam-nos as primeiras e prováveis conversões. O Império de Salomão estendia-se além da Palestina; os povos conquistados adopta- vam a sua fé; sob o seu reino etíopes tor- nam-se judeus: o título de "Leão de Juda" que usaram durante quinze séculos os seus reis, e mesmo até aos nossos dias, pode ser reclamado pelo Rei de Itália. A-pesar-deste país ter adoptado com o decorrer do tempo a religião copta, resta ainda na Etiópia (ou Abissínia) uma comu- nidade judaica. Estes pretos, conhecidos com o nome de Falachas, praticam o seu culto como se fazia no tempo de Salomão. O prestígio de Salomão estendeu a sua influencia ao mundo inteiro; as suas esqua- dras percorriam todos os mares. Feitorias foram criadas pelos Judeus na Grécia, Itália, Gália, Espanha e Norte de Árica. Sabe-se (Cícero: pro flaco 28) "que eles foram activos convertedores a começar pelos seus escravos que libertavam". Durante 15 séculos os Judeus coloni- zam e convertem (Bossuet Histoire univer- selle; Polybé II -20; Josepho, Ant. VIII, 6, XII, 3). Horácio fala dos seus progressos.; Philon, cujas afirmações são confirmadas por várias inscrições, dá uma longa lista das suas colônias. Em Alexandria, que conta um milhão de adeptos, em Antioquia, Damasco, Chypre, na Grécia, quási todos os judeus eram gentios convertidos que, não falando senão o grego, mandaram traduzir a Bíblia para a sua língua. Valério-Máximo, Séneca confirmam os resultados do proselitismo dos judeus, que vai desde os humildes até certos membros do patríciado romano. Certas conversões ao judaismo fizeram-se em massa: além dos Etíopes já citados, os vencedores Hachmonitas obrigam os Sírios a converterem-se.
N.º 087, Tishri 5699 (Set 1938)
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