6 HA-LAPlD ========================================= gião, tinham podido autorizar semelhante banditismo. Algumas cidades do Midi escaparam contudo ao furor desta horda de fanáticos. Em Montpellier os judeus foram salvos, e o chefe do bando dos pastores, que se tinha apresentado nesta cidade, foi morto. Êles não foram também felizes na Gasconha, e o que é verdadeiramente revoltante, é que quando os judeus desta região foram exter- minados, Eduardo II de lnglaterra e Duque de Aquitania, escreveu friamente ao senes- cal da Gasconha para reclamar os bens dêstes infortunados (carta de Eduardo II, em 1321-Arquivo da Tôrre de Londres). "Estes bens (diz o rei de Inglaterra) per- tencem a nós e não a outros. O Sul da França não foi o único teatro destas cenas deploráveis. Elas estende- ram-se à Navarra e Aragão; mas ali o rei chegou a parar os furores destes fanáticos e provou pela sua conduta que, se os reis tinham querido proteger os judeus, éles teriam podido salvá-los. De Les julifs en France, en Italie et en Espagne. * LONDRES O major R. D. Q. Henriques. militar-escritor, laureado com o prêmio Internacional do romance Tendo participado no concurso interna- cional do romance, o major Robert D. Q. Henriques acaba de obter, pelo seu livro Nem armas nem armaduras, um prémio de 3.000 libras esterlinas e a publicação da obra em onze países. O romance (vécu) pelo autor foi editado por Nicholson & Watson. O major Henriques teve uma carreira romântica cheia de aventuras. Descende duma família cujos serviços prestados à Inglaterra batem todos os records. Nascido em Londres, em 1905, foi educado em Rugby e no Novo Colégio de Oxford, onde obteve uma mensão honrosa na história moderna. Em 1926, entrou na artilharia real. Jogador apaixonado de polo, recebeu no concurso de um match, que teve lugar no Cairo, uma fractura que o obrigou a ficar de cama durante um ano. De regresso a casa, fêz serviço em Aldershot, em 1931 e em Wollwich, em 1932. O seu amor pela equitação permi- tiu-lhe o prazer de percorrer todo o pais a cavalo por ocasião do "International Horse Show, Olympia". Em 1933, foi nomeado capitão na Territorial (R. A.). Há dois anos, expulsou o leão e o leopardo do Sudão e da África Equatorial. No mês de Julho passado, o major Henriques, depois de ter completado um curso de Estado-Maior, foi nomeado oficial do Estado-Maior. É actual major da bri- gada R. A. nas novas divisões. A familia do major Henriques, que foi da Espanha para a Holanda, é uma das mais velhas famílias judaicas da Inglaterra, remontando ao reinado de Elisabete. O seu bisavô foi o primeiro judeu que fêz parte da Comissão Real. O seu pai e os seus três tios combateram na última guerra. O seu tio Ronald, militar regular no regi- mento do Reno, foi o primeiro soldado judaico caído no campo de honra em 1914. O seu pai, Juliano, advogado, que partiu como comandante da companhia "The Queen's Westminster Rifles", foi um dos primeiros comandantes da companhia T. A. sôbre o front. Basile, seu irmão mais novo (actualmente director do estabelecimento judeu do "Bernhard Baron St-George"), comandou um dos primeiros tanks através o "no man's land", na última guerra, e Herald, seu outro irmão, serviu no bata- lhão motorizado da Royal Horse Guards. Actualmente os dois irmãos gémeos do major Henriques (de 29 anos de idade) estão de serviço, um no estrangeiro, na R. A. e o outro, no país. Sua irmã, comanda um destacamento de 60 Nurses da V. A. D. Madame Robert D. Henriques é a filha do primeiro Visconde Bearsted e sobrinha do actual. É a irmã de Lady Swaythling. Há nove meses o major Henriques tinha pôsto a sua casa, situada em Cotwolds, à disposição dos refugiados da Europa Cen- tral. Está actualmente ocupada por 24 refugiados, alguns dos quais se distingui- ram nas artes e nas ciências. Nem armas nem armaduras não é 0
N.º 096, Kislev-Tevet 5700 (Nov-Dez 1939)
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