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N.º 115, Shevat-Adar 5703 (Jan-Fev 1943)







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 4            HA-LAPID
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            O FILÓSOFO

          (conto JUDEU)

Samuel, filho de Menasseh, nascera em 
Alexandria: desde várias gerações, a sua
familia vivia nesta cidade, entre os idolatras,
helenos e egípcios.

E se Menasseh continuava fiel ao Deus
dos seus antepassados, não podia contudo
evitar que seu filho frequentasse pagãos.
Ora, Samuel tinha atingido a idade varomil
quando se ligou por amizade com Mnesi-
demo, o filósofo grego.

Num dia de sábado, Menasseh chamou
o seu filho para a refeição do meio-dia, e
Samuel não respondeu, porque lia com uma
tal atenção que estava surdo para tudo o
que passava na casa. Menasseh foi ter com
ele e preguntou-lhe que capitulo da Thorah
o absorvia a este ponto. E Samuel confes-
sou que não lia o livro sagrado, mas uma
obra de filosofia que Mnesidemo lhe tinha
emprestado.

-Meu filho, disse Menasseh, como podes
tu esquecer as leis de Adonai, a ponto de
leres neste dia de sábado, um livro ímpio,
que tu devias evitar em todo o tempo?

Samuel baixou a cabeça e não respondeu.

Na noite seguinte, Samuel, filho de
Menasseh, teve um sonho, Sonhou que
estava encadeado no fundo duma prisão
por ter sido condenado à morte. Então
exclamou:- "Meu Deus, tu que libertas os
cativos e que reconduziste os nossos irmãos
de Babilônia, socorre-me!"- E despertou.

Samuel tornando a adormecer, teve outro
sonho. Sonhou que se tinha perdido no
deserto; torturado pela sêde, alquebrado
pela fadiga, deixara-se cair na areia e espe-
rava a morte. Então erguendo-se com muito
custio e levantando as mãos para o céu,
exclamou:- "Meu Deus, tu que deste a
Moisés o poder de fazer jorrar uma fonte
dum rochedo, socorre-me! E despertou.

Tendo adormecido novamente, teve um
terceiro sonho. Sonhou que estava só num
barco abandonado que era agitado pelo mar
embravecido. E como uma vaga, mais ter-
rivel que as outras, ameaçava submergi-lo.
exclamou:

-"Deus de Israel, tu que salvaste da
tempestade o navio de Jonas tem piedade
de mim!" E despertou.



Despertando, viu que o dia começava a
nascer. Então Samuel, filho de Menasseh,
levantou-se. Pegou no livro que lia na
véspera e foi a casa de Mnesidemo, o ateu.
E disse-lhe:

-Toma lá o teu livro cheio de men- 
tiras, porque eu não quero mais ofender
Adonai, meu Deus, o Deus dos meus ante-
passados, que sabe reconduzir para Ele os
seus filhos transviados pela falsa ciência dos
teus semelhantes.

     (Do Unívers Israelita).

                           ETIENNE TRÈVES



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Da caridade

P.-O que é que a lei nos ordena de
fazer aos nossos semelhantes?

R.-De empregar todos os meios, de
aproveitar todas as circunstâncias para nos
tornarmos úteis ao nosso próximo, e de
praticar para com todos obras de caridade.

P.-O que é que se entende por obra
de caridade?

R.-Entende-se por obra de caridade
tudo o que o homem fizer pelo próximo,
pelo sentimento de amor fraternal e sem
mira de algum interêsse.

P.-Quais são obras de caridade?

R.-1.° Visitar os enfermos;

2.° Prestar os últimos deveres aos
mortos:

3.° Socorrer os pobres, ou seja empres-
tando-lhes dinheiro ou seja fazendo-lhes
esmola;

4.° Dar hospitalidade;

5-° Reconciliar os desavindos:

6.° Consolar os aflitos;

7.° Advogar a causa dos inocentes e
defender o fraco a quem recusam justiça;

8.° Dar bons conselhos.

P.-O que é que compreende por pró-
ximo, irmão e semelhante?

R.- A religião manda que chamemos
assim a todos os homens sem distinção.

Devemos cumprir os nossos deveres para
com todos os homens, sem distinção de raça
ou de religião.

 


 
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