6 HA-LAPID ========================================= sempre bom acolhimento e um bom lar espiritual os descendentes daqueles que, há quatro séculos, gíoram violentamente obrigados a ocultarem a sua fé no Deus Bendito dos nossos pais Abraam, Isaac e jacob. Que Adonai Sebaoth abençõe esta Obra, a fortifique e faça com que desta Fonte ma- nem torrentes de luz de Verdade-Amen." Éste pergaminho foi assinado pelos se- guintes israelitas: A. C. de Barros Basto, Hoshea Ros- kin, Isaac Yanowski, Menasseh Kniszyns- ky, Jaime Pinto, Jos- huah Benoliel, Marcel Goldschmidt, Arman- do Halpern, E. dos Reis Tavares, Leo Augusto de Almeida, M. A. Vaz, E. de Al- Ineida, Abicin Schu- mann, Nathan Beigel, D. Furriel, A. J. Mar- tins, Abraham Morais de Almeida, Jose Is- rael Cardoso, E. Au- gusto Rodrigues, João A. Ferreira, Leah Azancot de Barros Basto, Miryan Yano- wski, Rosa de Lima, Felícia Gabriela Azan- cot, Antónia Candida da Costa Martins, Te- resa da Costa Martins, Braha'h Kniszynsky, Ribkah Schumann, Ermelinda Beigel. O Capitão Barros Basto pegou num tubo de ferro onde introduziu 18 moedas da República Portuguesa, do ano de 1929, porque 18 é o valor numérico da palavra hebraica H'ai (vida), metendo em seguida o pergaminho enrolado, depois do que fechou o tubo, roscando a tampa, e entre- gou-o ao Sr. Amzalak: Este senhor colocou o tubo na cavidade aberta na pedra de granito, fechando a cavidade com uma placa de ardósia cimentada. Em seguida os pedreiros colocaram em cima nova pedra de granito. Findou a cerimonia com o hino Ha- -Tikvah cantado pela assistencia. Foi uma festa cheia de emoção a que o ceu se associou com a amenidade do tempo durante a ceri- mónia. A Inaugura- ção do Tem- plo Kadoorie no Porto Porto, 16/I/1938 A inauguração do templo edificado para os Maranos que re- gressam à fé judaica, é um acontecimento sem precedente. Só aqueles que assisti- ram à cerimónia da dedicação podem apreciar o seu alto significado. É dificil imaginar-se que um só tenha tido a ideia de fundar uma casa de orações numa cidade e num tempo em que não havia ali judeus; é dificil de acreditar que este mesmo ho- mem tenha, ele só, contribuido a levar a cabo um tal em- preendimento. E como ele reali- zou maravilhosa- mente a sua idéia! A Sinagoga do Porto, a catedral judia do Norte de Portugal, construida para dar ao marano uma alta concepção da religião de seus pais, está a medida de realizar as esperanças que nela se fundaram. Quão magnifica aparece esta nova Sinagoga na sua beleza virginal! Cada detalhe reflete a santa inspiração, o amor do judaismo. E preciso ser do país para bem com- O Capitão Barros Basto em 1937, Ano em que foram concluidas as obras da sinagoga.
N.º 118, Ab-Elul 5703 (Jul-Ago 1943)
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