HA-LAPID 7 ======================================== prender, por exemplo, o sentido dos ara- bescos do Ekal (Arca Santa) e as passagens bíblicas, que ornam as galerias e as pare- des, E' a obra dum vasto cerebro empre- gnado de espiritualidade, que fez para o Culto de Israel tudo o que um homem lhe pode oferecer no nobre e belo dominio da arquitectura. Viu-se edificar muitos outros templos com meios financeíros afluindo de todas as partes. Éste é inteiramente a obra dum só homem cuja mão ficou constantemente aberta para levar a cabo a obra começada. A cerimónia realizou-se a 15 de Shebat em presença de numerosos maranos. O ofí- cio, celebrado por Samuel Rodrigues, um dos futuros rabinos maranos, que fazem os seus estudos sob a direcção do Capitão Barros Basto, foi dos mais interessantes, sobretudo para aqueles que não tinham assistido antes. Durante o ofício, chegou de Tras-os- -Montes, distrito situado além das Serras, um forte contingente de maranos. Eram cultivadores, pastores e pequenos nego- ciantes vestidos com os seus fatos pitores- cos. Êles ficaram cheios de respeito nos degraus da escadaria, fora, para não per- turbar o oficio. Eu tive o previlegio de presidir ao ofí- cio matinal de sabado. Um certo número de fiéis maranos foram chamados perante a Thorah. Havia ali um homem muito velho um pastor de 80 anos, vindo com o seu filho e seu genro. Êles escutavam com olhos maravilhados a secção da Thorah, que se lia, e a vista do Sepher comovia um deles ao mais alto grau. A Cerimónia da Dedicação foi celebrada com um recolhimento digno das mais ve- lhas comunidades. A celebração da minhah por Samuel Rodrigues, foi magnifica na sua simplici- dade. O Rev. Diesendruck, de Lisboa, e o Rev. Joseph Hertz foram impressionan- tes pela melodia das suas orações. A comunidade de Lisboa foi represen- tada por mais de 40 pessoas. Havia ali o Sr. Professor Bensabat Amzalak, o Naguid dos judeus de Portugal, o Sr. Dr. Elias Baruel, Vice-Presidente da Comunidade; Dr. Augusto de Esaguy, o conhecido eru- dito; Dr. Sequerra, Presidente de Ehhaber E o Sr. Terlô. Entre os não judeus nota- mos o Consul britãnico e o Ministro da igreja anglicana. A Comunidade Sephar- dita de Londres, que tomou uma parte activa na construção desta jovem Sinagoga sôbre a antiga terra de Sepharad, estava representada pelo Sr. Artur de Casseres e o abaixo assinado. O Capitão Barros Basto fez um vibrante apelo. Leader dos que regressam ao ju- daísmo, ele falou da imortalidade de ju- daísmo. O oficio foi encerrado pelo canto de Ha-Tikvah; nunca, na minha vida, ouvi este canto com tanto entusiasmo. Od lo avdá tikvatenu! Durante a brilhante recepção dada pelas damas do Porto, alocuções foram pronun- ciadas pela Sr. Casseres e pelo Dr. Alfredo Klee, Vice-Presidente da Comunidade berli- nense, que desde longos anos se interessa calorosamente pelo movimento marano. Mensagens vindas de toda a parte foram lidas, notavelmente do Rabbi-mor de França, da Alliance Israelite Universelle, do Rabbi- -mor Dr. Ovadia, Presidente da União Uni- versal das Comunidades Sepharditas. Paul Goodman. Traduzido de Le judaisme Sephardi de Paris. Sedes da Comunidade 1.a sede provisória - No primeiro andar da Rua Elias Garcia n.° 84 (predio demo- lido ara a construção da actual Avenida dos Aliados). 2.a sede-A 6 de Abril de 1924 trans- ferencia da sede para a Rua Fernandes Tomás; para o prédio da Confederação Patronal Portuguesa. 3.a sede-A 19 de Fevereiro de 1925 para a Rua do Bonjardim n.° 434. 4.a sede- 1 de Junho de 1927 para a Rua do Poço das Patas n.° 37. 5.a sede-Rua 5 de Outubro n.° 99. ------------------------------------- O Rito Oficial da Comunidade do Porto Os senhores do Mahamad reunidos em sessão no dia 14 de Agosto de 1924 (14 de Ab de 5684) aprovaram que para reatar as tradições israelitas da cidade do Porto, que nesta Comunidade em todos os actos de culto israelita fosse usado o rito sephardi.
N.º 118, Ab-Elul 5703 (Jul-Ago 1943)
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