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Ha-Lapid הלפיד


N.º 118, Ab-Elul 5703 (Jul-Ago 1943)







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               HA-LAPID               7
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prender, por exemplo, o sentido dos ara-
bescos do Ekal (Arca Santa) e as passagens
bíblicas, que ornam as galerias e as pare-
des, E' a obra dum vasto cerebro empre-
gnado de espiritualidade, que fez para o
Culto de Israel tudo o que um homem lhe
pode oferecer no nobre e belo dominio da
arquitectura.

Viu-se edificar muitos outros templos
com meios financeíros afluindo de todas as
partes. Éste é inteiramente a obra dum
só homem cuja mão ficou constantemente
aberta para levar a cabo a obra começada.

A cerimónia realizou-se a 15 de Shebat
em presença de numerosos maranos. O ofí-
cio, celebrado por Samuel Rodrigues, um
dos futuros rabinos maranos, que fazem os
seus estudos sob a direcção do Capitão
Barros Basto, foi dos mais interessantes,
sobretudo para aqueles que não tinham
assistido antes.

Durante o ofício, chegou de Tras-os-
-Montes, distrito situado além das Serras,
um forte contingente de maranos. Eram
cultivadores, pastores e pequenos nego-
ciantes vestidos com os seus fatos pitores-
cos. Êles ficaram cheios de respeito nos
degraus da escadaria, fora, para não per-
turbar o oficio.

Eu tive o previlegio de presidir ao ofí-
cio matinal de sabado. Um certo número
de fiéis maranos foram chamados perante
a Thorah. Havia ali um homem muito
velho um pastor de 80 anos, vindo com o
seu filho e seu genro.

Êles escutavam com olhos maravilhados
a secção da Thorah, que se lia, e a vista
do Sepher comovia um deles ao mais alto
grau.

A Cerimónia da Dedicação foi celebrada
com um recolhimento digno das mais ve-
lhas comunidades.

A celebração da minhah por Samuel
Rodrigues, foi magnifica na sua simplici-
dade. O Rev. Diesendruck, de Lisboa, e
o Rev. Joseph Hertz foram impressionan-
tes pela melodia das suas orações.
A comunidade de Lisboa foi represen-
tada por mais de 40 pessoas. Havia ali o
Sr. Professor Bensabat Amzalak, o Naguid
dos judeus de Portugal, o Sr. Dr. Elias
Baruel, Vice-Presidente da Comunidade;
Dr. Augusto de Esaguy, o conhecido eru-
dito; Dr. Sequerra, Presidente de Ehhaber
E o Sr. Terlô. Entre os não judeus nota-



mos o Consul britãnico e o Ministro da
igreja anglicana. A Comunidade Sephar-
dita de Londres, que tomou uma parte
activa na construção desta jovem Sinagoga
sôbre a antiga terra de Sepharad, estava
representada pelo Sr. Artur de Casseres e
o abaixo assinado.

O Capitão Barros Basto fez um vibrante
apelo. Leader dos que regressam ao ju-
daísmo, ele falou da imortalidade de ju-
daísmo. O oficio foi encerrado pelo canto
de Ha-Tikvah; nunca, na minha vida, ouvi
este canto com tanto entusiasmo. Od lo
avdá tikvatenu!

Durante a brilhante recepção dada pelas
damas do Porto, alocuções foram pronun-
ciadas pela Sr. Casseres e pelo Dr. Alfredo
Klee, Vice-Presidente da Comunidade berli-
nense, que desde longos anos se interessa
calorosamente pelo movimento marano.

Mensagens vindas de toda a parte foram
lidas, notavelmente do Rabbi-mor de França,
da Alliance Israelite Universelle, do Rabbi-
-mor Dr. Ovadia, Presidente da União Uni-
versal das Comunidades Sepharditas.

                         Paul Goodman.

Traduzido de Le judaisme Sephardi de Paris.

           Sedes da Comunidade

1.a sede provisória - No primeiro andar
da Rua Elias Garcia n.° 84 (predio demo-
lido ara a construção da actual Avenida
dos Aliados).

2.a sede-A 6 de Abril de 1924 trans-
ferencia da sede para a Rua Fernandes
Tomás; para o prédio da Confederação
Patronal Portuguesa.

3.a sede-A 19 de Fevereiro de 1925
para a Rua do Bonjardim n.° 434.

4.a sede- 1 de Junho de 1927 para
a Rua do Poço das Patas n.° 37.

5.a sede-Rua 5 de Outubro n.° 99.

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O Rito Oficial da Comunidade do Porto

Os senhores do Mahamad reunidos em
sessão no dia 14 de Agosto de 1924 (14 de
Ab de 5684) aprovaram que para reatar as
tradições israelitas da cidade do Porto, que
nesta Comunidade em todos os actos de
culto israelita fosse usado o rito sephardi.


 
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