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N.º 136, Tevet-Adar 5707 (Dez-Fev 1946)







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N.° 136               PORTO - Luas de Dezembro, Janeiro e Fevereiro - 5707 (1946-1947 e. v.)          ANO XXI
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Tudo se ilumina                     _______  ___  _______ |=|____  _______                      ...alumia-vos
para aquele que                    |____   ||_  ||  ___  ||____  ||_____  |                   e aponta-vos  o 
busca a luz.                            | |   |_| \_\  | |    / /   _   | |                   caminho.
                                        | |       _____| |   / /   | |  | |
       BEN-ROSH                         |_|      |_______|  /_/    |_|  |_|                          BEN-ROSH

                                                  (HA-LAPID)
                                                   O  FACHO

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DIRECT. E EDITOR: -A. C. DE BARROS BASTO (BEN-ROSH)   ||   COMPOSTO E IMPRESSO NA IMPRENSA MODERNA, L.DA
      Redacção na Sinagoga Kadoorie Mekor Haim        ||                 Rua da Fábrica, 80
           Rua Guerra Junqueiro, 340 - Porto          || ------------------- P O R T O -------------------
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THE LAUDERDALE ROAD SYNAGOGUE
 
A sínagoga de Landerdale Road da Spanish & Portuguese Jews Congregatíon (Congregação dos
judeus Espanhóis e Portugueses) de Londres foi inaugurada no domingo 4 de Outubro de 1896 e no
domingo 2 de Heshvan de 5707 (27 de Outubro de 1946) celebrou o seu jubileu com um culto especial.



 
ISRAEL

É na aurora nascente, que este vocábulo
de três sílabas aparece na cena do mundo.
Todos sabem que Jacob foi chamado
por este nome por ter lutado, nas trevas,
contra um agressor misterioso e por o ter
vencido, ao romper de alva, um pouco
antes de se reconciliar com Esaü seu irmão.

Uma luxação da anca foi o resgate
da vitória. Quem se orgulhará de sair
indemne dum combate; e dum combate
travado durante a noite? Desde então, o
patriarca e os seus descendentes não mais
deixaram de usar este nome. O tempo e
a história o consagram, e este nomezinho,
composto de tantas vogais como de con-
soantes, soa como uma trombeta, expres-
sivo e simbólica como uma bandeira,
atravessou os séculos, trazendo por toda
a parte consigo um pouco mais de luz e
de justiça, quantas vezes na dor e nas
lágrimas.

O sentido deste trissílabo, cuja notarie-
dade serviu por vezes de termo, um pouco
bulhento e tendencíoso a certos dramatur-
gos, não deixa de ser preciso. Mas em
vez de remontar à origem donde deriva,
de interpretar etimolôgicamente, a igno-
rância e a paixão apercebem sobretudo os
desprezos e os erros que, durante séculos,
o curso perturbado dos acontecimentos
acumularam à volta deste nome. A origem
deste vocábulo, única na sua espécie, escapa
à maior parte daqueles que não reconhecem à
posteridade de Jacob a missão que implica
o famoso hexagrama, cujas seis letras ex-
primem a luta incessante que na vida dos
Povos. Israel deve sustentar para o triunfo



da verdade e do bem. "Escutai isto, man-
são de Jacob. vós que vos orgulhais com
o nome de Israel" (Isaias, XLVIII), este
nome traça o vosso dever, determinai a
vossa tarefa cumprir.

Mas não basta a tarefa, uma missão,
para proclamar a sua realidade. É preciso
que os factos, as experiências da história
tragam o testemunho disso e confirmem
esta realidade. Só, o método experimental
nos dá a quase certeza nesta ordem das
verdades cientificas.

Ora, o estudo imparcial da história (a
qual é uma colectânea de experiências)
constitui uma espécie de verificação per-
manente do valor positivo do programa
do qual a palavra Israel continua a ser o
emblema.

Ela nos ensina que esta palavra não é
um rótulo de convenção, dissimulando,
qualquer objecto falsificado, ou um pavi-
lhão ocultando uma mercadoria alterada;
ela nos demonstra que o seu conteúdo foi
realizado um pouco por toda a parte, par-
cialmente ou totalmente.

A vida judaica, nos tempos antigos, na
Idade Média, nos tempos modernos, não
foi ela uma luta ininterrupta contra todas
as potências do mal? Nós ficamos, apesar
de tudo, Israel, isto é forte contra as
ameaças, as tentações e as provas.

A tradição talmúdica, ultrapassando o
ensino da História, tinha-o perfeitamente
compreendido quando ela fez da palavra
Israel como que a coroação, a recompensa
da vida de privação e de aperfeiçoamento
progressivo de Jacob. A acreditar-se nisso,


 
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