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N.º 136, Tevet-Adar 5707 (Dez-Fev 1946)







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                 HA-LAPID               3
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que o Lar Nacional Judaico só pode ser cons-
truido na "Eretz-Israel"-na Terra de Israel.

       As audiências com o Sultão
               Abdul Hamid

A Palestina fazia então parte do Impé-
rio Otomano, que a dominava havia mais
de 4 séculos. Foi, pois, com o Sultão que
Teodoro Herzl, na qualidade de chefe sio-
nísta, teve de tratar do problema da Pales-
tina. Na última audiência que lhe conce-
deu, Abdul Hamid houve por bem consentir.
contra o pagamento da soma de 1:600.000
libras, uma colonização na Síria, na Meso-
potâmia e na Anatólia, mas nunca na
Palestina.

-Um "lar" sem a Palestina! Recusei
imediatamente - escreveu Herzl.

O Dr. Teodoro Herzl morreu em Julho
de 1904, com 44 anos. No espaço de
8 anos, que foi quanto durou a sua activi-
dade sionista, o Dr. Herzl conseguiu revo-
lucionar a vida e o espírito do povo judeu.

     O Dr. Chaim Weitzmann e a
        Declaração Balfour

O Sionismo ganhou grande desenvolvi-
mento depois da declaração Balfour.

São múltiplas as razões que levaram a
inglaterra a tomar, em 1917. o compro-
misso contido na declaração Balfour para
com o povo judeu. Entre essas razões
encontra-se a da recompensa que o Go-
verno inglês quis dar ao Dr. Chaim Weitz-
mann, actual presidente da organização
Sionista Mundial, como prémio das suas
importantes descobertas cientificas no domí-
nio da quimica.

O Dr. Weitzmann era então professor
de quimica na Universidade de Manchester
e director do Laboratório do Almirantado
Britânico. A sua descoberta de fabrico da
acetona auxiliou muito a vitória na pri-
meira guerra mundial.

Lloyd George, então Primeiro Ministro,
recomendou o Dr. Weítzmann a Sua Majes-
tade o rei Jorge V, para o galardoar com
as devidas honras.

-"Para mim, nada desejo!"-foi a
resposta do sábio.

Mas Lloyd-George insistia:

-"Não há nada, então, que possamos



fazer em vosso favor, como prova do nosso
reconhecimento pelo valioso auxilio que
prestou ao nosso pais?

-Há! Gostaria que fizesseis alguma
coisa em favor de meu povo!"-respon-
deu Weitzmann, que depois expôs a Lloyd
George a questão da Palestina.

Foi desta maneira extraordinária que o
Dr. Weítzmann contribuiu também, para a
Declaração Balfour.

   O Papa Bento XIV a favor do Sionismo

Paralelamente à declaração Balfour será
oportuno lembrar que o Papa Bento XIV
manifestou a sua simpatia pelo Sionismo,
acrescentando que Judeus e Católicos haviam
de ser bons vizinhos da Palestina.

"Um esforço construtivo que suscita
a admiração do mundo"

A obra dos Sionistas na reconstrução
da Palestina, embora Já iniciada muito
antes, começou a intensificar-se depois da
declaração Balfour. A despeito de todas
as dificuldades e de todos os obstáculos
que lhes punham no caminho, os Judeus
continuaram com tal tenacidade e dedi-
cação o seu trabalho para reconstruir a
sua Pátria e com tais resultados-que o
próprio governo inglês, no famoso Livro
Branco de 1939, reconheceu tudo isso,
declarando: "o desenvolvimento do lar
nacional judeu e os respectivos resultados
obtidos em vários domínios representam
um notável esforço construtivo que suscita
a admiração do mundo".

      Extraordinário progresso
      do movimento Sionista

O movimento sionista cresceu de ano
para ano. Antes da última guerra havia
organizações sionistas em 55 paises. Nas
eleições para o Congresso de 1933 tomaram
parte 700.000 eleitores; em 1935, quase
1:000.000; e em 1939, ainda para o Con-
gresso, 1:400.000.

Nessa altura a população judaica ascen-
dia a 18 milhões. Depois do extermínio
de 6 milhões de almas, o povo hebreu ficou
reduzido a 12 milhões, dos quais 2 milhões
e 500 mil participaram nas eleições para o


 
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