HA-LAPID 3 ========================================== que o Lar Nacional Judaico só pode ser cons- truido na "Eretz-Israel"-na Terra de Israel. As audiências com o Sultão Abdul Hamid A Palestina fazia então parte do Impé- rio Otomano, que a dominava havia mais de 4 séculos. Foi, pois, com o Sultão que Teodoro Herzl, na qualidade de chefe sio- nísta, teve de tratar do problema da Pales- tina. Na última audiência que lhe conce- deu, Abdul Hamid houve por bem consentir. contra o pagamento da soma de 1:600.000 libras, uma colonização na Síria, na Meso- potâmia e na Anatólia, mas nunca na Palestina. -Um "lar" sem a Palestina! Recusei imediatamente - escreveu Herzl. O Dr. Teodoro Herzl morreu em Julho de 1904, com 44 anos. No espaço de 8 anos, que foi quanto durou a sua activi- dade sionista, o Dr. Herzl conseguiu revo- lucionar a vida e o espírito do povo judeu. O Dr. Chaim Weitzmann e a Declaração Balfour O Sionismo ganhou grande desenvolvi- mento depois da declaração Balfour. São múltiplas as razões que levaram a inglaterra a tomar, em 1917. o compro- misso contido na declaração Balfour para com o povo judeu. Entre essas razões encontra-se a da recompensa que o Go- verno inglês quis dar ao Dr. Chaim Weitz- mann, actual presidente da organização Sionista Mundial, como prémio das suas importantes descobertas cientificas no domí- nio da quimica. O Dr. Weitzmann era então professor de quimica na Universidade de Manchester e director do Laboratório do Almirantado Britânico. A sua descoberta de fabrico da acetona auxiliou muito a vitória na pri- meira guerra mundial. Lloyd George, então Primeiro Ministro, recomendou o Dr. Weítzmann a Sua Majes- tade o rei Jorge V, para o galardoar com as devidas honras. -"Para mim, nada desejo!"-foi a resposta do sábio. Mas Lloyd-George insistia: -"Não há nada, então, que possamos fazer em vosso favor, como prova do nosso reconhecimento pelo valioso auxilio que prestou ao nosso pais? -Há! Gostaria que fizesseis alguma coisa em favor de meu povo!"-respon- deu Weitzmann, que depois expôs a Lloyd George a questão da Palestina. Foi desta maneira extraordinária que o Dr. Weítzmann contribuiu também, para a Declaração Balfour. O Papa Bento XIV a favor do Sionismo Paralelamente à declaração Balfour será oportuno lembrar que o Papa Bento XIV manifestou a sua simpatia pelo Sionismo, acrescentando que Judeus e Católicos haviam de ser bons vizinhos da Palestina. "Um esforço construtivo que suscita a admiração do mundo" A obra dos Sionistas na reconstrução da Palestina, embora Já iniciada muito antes, começou a intensificar-se depois da declaração Balfour. A despeito de todas as dificuldades e de todos os obstáculos que lhes punham no caminho, os Judeus continuaram com tal tenacidade e dedi- cação o seu trabalho para reconstruir a sua Pátria e com tais resultados-que o próprio governo inglês, no famoso Livro Branco de 1939, reconheceu tudo isso, declarando: "o desenvolvimento do lar nacional judeu e os respectivos resultados obtidos em vários domínios representam um notável esforço construtivo que suscita a admiração do mundo". Extraordinário progresso do movimento Sionista O movimento sionista cresceu de ano para ano. Antes da última guerra havia organizações sionistas em 55 paises. Nas eleições para o Congresso de 1933 tomaram parte 700.000 eleitores; em 1935, quase 1:000.000; e em 1939, ainda para o Con- gresso, 1:400.000. Nessa altura a população judaica ascen- dia a 18 milhões. Depois do extermínio de 6 milhões de almas, o povo hebreu ficou reduzido a 12 milhões, dos quais 2 milhões e 500 mil participaram nas eleições para o
N.º 136, Tevet-Adar 5707 (Dez-Fev 1946)
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