HA-LAPID 5 ======================================= aduarismo em Portugal e o iniciador das organisações adueiras. Organisador e presidente da comunidade israelita do Porto ele conseguiu crear na Faculdade de letras da Universidade uma cadeira de lingua e literatura hebraica. Para coroar sua obra bela e fecunda, o capitão Barros Basto trabalha para chamar ao ju- daísmo oficial os descendentes de marranos portugueses. O capitão Barros Basto colabora em di- versos jornais onde ele se ocupa de ques- tões sociais, politicas ou religiosas. Seu avô era um Marrano observante; ele mesmo frequentara ameudadas vezes a sy- nagoga de Lisboa em vista de aí se familia- risar com os principios e ceremonias do ju- daismo. Ele aprendeu o hebreu, e, depois da guerra, dirigiu-se a Marrocos, onde foi devidamente introduzido na aliança de Abraham. Ele toi em seguida nomeado di- rector das prisões militares da 3.' divisão, e, depois de ter esposado uma gentil meni- na israelita de Lisboa, fixou-se no Porto. Aí fundou e organioou uma Comunidade judaica com as desassete familias de emi- grantes da Europa oriental que estabelece- ram sna residencia nesta cidade. Nesta Co- munidade é o presidente, oficiante, tesoureiro, secretario e boa tada. E' um homem dum entusiasmo e duma bondade exemplar: depois de ter procurado empregos a todos os seus fiieis, ele vela pelo seu bem estar material e moral com uma solicitude sem limites. Os recursos dos quais ele dispõe são infelizmente limitados. Sua synagoga consiste numa simples sala; ele não pode até agora obter um «Sepher- Torah», e com muis forte razão um terreno para um cemiterio. Como ele mesmo é an- tigo Marrano, conhece a psicologia dos Mar- ranos melhor do que ninguem entre os ju- deus de Portugal, e se ele fosse dotado de meios necessarios poderia levar a bom ter- mo a sua obra. Ele pensa, contrariamente aos israelitas de Lisboa, que uma acção junto dos Marranos adultos não deve ser esteril; ele julga que se tivesse os recursos que é preciso, poderia iacil- mente, num praso de dois ou trez anos, chamar a si uma centena de Marranos. Sem outros meios que o seu proprio entusiasmo, ele já ganhou quatro Marranos que, por agora, não são mais que proselitos do Porto. Um dentre eles é presidente duma Co- missão de colocação de trabalhadores ju- deus que o capitão Barros Basto instituiu junto da sua synagoga. Durante o mês de Janeiro. tomou-se co- nhecimento da existencia de cripto-judeus nas seguintes terras trasmontanas: Torre de D. Chama; Chaves; Rebordelo (Vinhais); Vi- la-Real; Vila-Flor; Aveiro. Sendim (Miranda); Vilar séca (Vimioso; Azinhoso (Mogadouro); Travanca (Mogadouro); Prado de Gatão (Miranda); Azinhôso (Mogadouro); Chacim; Valpassos. Nas Beiras: Fozcôa, Cedovim, Guarda, Mêda e Pinhel. o o o Vida Comunal PORTO Eleições. - No dia il de Tebet de 5688 (4 de janeiro de 1928) reuniu a Assembleia Geral desta Comunidade, a' qual presidiu o Snr. Max. Herzberg, secretariado pelos Snrs. M. Brandão e M. Dias. Foram eleitos os seguintes senhores: MAHAMAD Presidente - Capitão Barros Basto. Vice-Presidente c Tesoureiro-Miguel A. Vaz. 1.° secretario - Isaac Yanowsky. 2.° secretario - D. Furríel. Vogaes: M. Dias e M, Brandão. ASSEMBLEIA GERAL Presidente _ M. Herzberg. Secretarias-E. J. d'Almeida e Nathan Beigel. Antes de encerrada a sessão, por pro- posta do Snr. Barros Basto, foram por acla- mação aprovados socios benemeritos desta Comunidade pelos relevantes serviços a ela prestados, os Snrs. Lucien Wolf, Paul Good- man e Dr. Nahum Slouch. Milah-No sabado, 21 de Janeiro, na Sinagoga Mekor H'aim realisou-se a Milah
N.º 008, Tebet 5688 (Jan 1928)
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