N.° 22 PORTO Ab de 5689 (Agosto-Setembro de 1929) ANO III ============================================================================================================= Tudo se ilumina _______ ___ _______ |=|____ _______ ...alumia-vos e para aquele que |____ ||_ || ___ ||____ ||_____ | aponta-vos o ca- busca a luz. | | |_| \_\ | | / / _ | | minho. | | _____| | / / | | | | BEN-ROSH |_| |_______| /_/ |_| |_| BEN-ROSH (HA-LAPID) Órgão da Comunidade Israelita do Porto ------------------------------------------------------------------------------------------------------------- DIRECTOR E EDITOR: -A. C. os BARROS BASTO (BEN-ROSH) || COMPOSTO E IMPRESSO NA Empresa DIARIO DO PORTO, Lda Avenida da Boavista, 854-PORTO || Rua.de S. Bento da Victoria, 10 (Toda a correspondencia deve ser dirigida ao director) || ---------------- P O R T O ---------------- ------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Os acontecimentos da Palestina O mês de Ab, atravez a historia do povo de Israel, mais que uma vez foi marcado por tristes e dolorosos acontecimentos, entre os quais citamos a destruição do Templo de Jerusalem pelos romanos, a tomada da cida- de de Bethar por ocasião da revolta judaica sob o imperador Adriano e a expulsão dos judeus de Espanha. No fatídico mes deste ano sangue gene- roso hebraico foi derramado na terra prome- tida. No dia 23 de Agosto centenas de arabes armados de punhais agrediram covardemen- te alguns velhos israelitas que em Jerusa- lem oravam junto do muro das Lamentações, muro de trinta e tantos metros de compri- mento. formado por grandes blocos de pedra, o qual, segundo a tradição, e' o que resta do magnifico templo da cidade santa. Neste atentado á liberdade de conscien- cia morreram 9 judeus e 3 arabes. Na noite desse dia 16 arabes foram mor- tos. Foi o ínicio desta questao. No dia seguinte bandos de arabes fana- ticos atacam varias povoações judaicas e são repelidos a tiro em todas as colonias onde os judeus, que já desconfiavam do ataque, se tinham armado. Em Hebron e Safed po- voações onde havia varios seminarios e es- colas israelitas e não havia defeza foram mortos velhos, mulheres e creanças. A Inglaterra, que foi encarregada pela Sociedade das Nações da protecção a judeus acudiu rapidamente mandando ate' tropas de aeroplaano. Navios de guerra com tropas se dirigiram para a Palestina. As tropas britanicas dominaram a situa- ção fazendo numerosas prisões de agitadores e repetindo para além do rio Jordão os ban- dos de insurretos arabes. Não obstante a rapidez das medidas to- madas varios atentados arabes se deram. tendo como resposta represalias judaicas. Por todo o mundo civilizado os aconteci- mentos da Palestina emocionaram a opinião publica, que censurou a imprevidencia das autoridades locais. Os acontecimentos tomaram o caracter duma revolta geral contra a Inglaterra, que se não actuasse energicamente veria o seu prestígio bastante diminuído. Protestos judaicos se realisaram em Pa- ris, Nancy, Amsterdam, Londres, Varsovia, Bucarest, Atenas, Salonica, New-York, Bue~ nos Aires, Rio de Janeiro, etc. O Dr. Haim Weizman, presidente da Organisação Sionista, declarou a um jorna- lista: «Espero bem que o Governo Inglês, ins- truído por estes acontecimentos, fará agora
N.º 022, Ab 5689 (Ago-Set 1929)
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