HA-LAPID 3 ========================================= a sala ressoou um grande estalido de pal- mas, sendo S. Ex.a muito abraçado. Foi depois servido um delicioso serviço, no qual se trocaram inumeros brindes No final foi oferecido á Exma Sr.a D. Lea, es- posa do sr, Presidente, um lindo ramo de cravos. No decorrer da sessão foi aprovado um voto de louvor ao «Portuguese Maranos Co- mité» de Londres. A todos os que nos honraram com a sua presença os nossos agradecimentos. o o o Impressões sobre a vida comunal de Bragança Como sempre acontece no começo do empreendimento duma obra, receia-se pelo seu bom resultado, pelo seu avanço, e que as suas bases não estejam convenientemen- te lançadas, de modo a produzir o que se tem em vista. Nós, que empreendemos a grande obra do ressurgimento do povo de Israel, em Portugal, que a pouco e pouco, uma a uma, vamos juntando essas almas que talvez-quem sabe?-algumas delas não sabem avaliar a honra que Deus lhe conce- den fazendo-as descendentes de tão nobre povo, muitas vezes nos vem visitar uma, embora ligeira. sombra de duvida acerca do bom exito da empreza. Porém, animados pela ideia de que foi este povo judaico o escolhido para ser de- positario das diversas promessas a que Deus há-de conservar, miraculosamente, para dar testemunho à verdade das suas doutrinas, essa duvida depressa desaparece e criam-se novas forças, redobra-se a animação para prosseguir na tarefa. * * * Como é do conhecimento dos nossos lei- tores, depois da fundação da Comunidade do Porto, a primeira terra onde se fez brilhar a estrela para o resgate das almas, que retin- tamente judaicas, viviam captivas duma re- ligiosidade forçada, foi Bragança. Muito na- tural o ter-se começado por ali, visto ser onde os descendentes de Israel se acham re- presentados em maior numero, podendo-se afirmar. sem receio de êrro, que 50 0/0 da sua população seja de descendencia judaica, sendo só para lamentar que uma reduzida parte o reconheça e a outra renegue hipocri- tamente ás suas velhas tradições... O "Mensageiro do Resgate" dirigiu-se lá, fundou a Comunidade e esta começa a ví- ver. Muito trequentada? Pouco? Desconhe- cia... Eis que neste periodo de férias pude ir visita-la, e foi com uma satisfação indiscri- tivel que, uma noite de sexta-feira, eu vi a pouco e pouco encher-se aquela casa de Deus, do Deus verdadeiro, do Deus Uno, indivízivel e que nada há que O possa re- presentar, segundo Ele nos deixou dito! Começou a oração e toda aquela gente, na sua maioria humilde no trajar, modesta nos seus costumes, mas tão nobre nos seus sentimentos e tão enriquecidas de Fe', a acompanhou atentamente. E digo nobre nos sentimentos porque, ao contrário de outros nossos irmãos que não tem a coragem nem o desassombro de arrancar a mascara com que se fingem fieis adoradores de deuses diferentes daquele que lhes compete, ele souberam procurar o seu verdadeiro lugar regressandoá religião dos seus antepassa- pos. A vós, portanto, eu dirijo os meus lou- vores e vos peço para procurardes conduzir ao caminho da verdade todos os nossos ir- mãos que ainda se conservam na ignorancia da sua pura religião. Léo d'Almida o o o Dos 4 cantos da Terra htulnt: Egipto-E' publicada em Alexandria uma bela revista, intitulada «Illustration Juive», dirigida pelo professor David Prato, Rabbi- mór daquela cidade Esta revista comem artigos em frances e em hebraico de distin- tos colaboradores, acompanhados de magni- ficas gravuras. Austria - Diz-se que em breve vai ser creado na cidade de Viena um «Pen-Club» hebraico queé uma associação literararia de escritores da lingua hebraica.
N.º 022, Ab 5689 (Ago-Set 1929)
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