6 HA-LAPÍD ====================================== da Republica, o sr. Masarik declarou ser hostil a qualquer movimento antí- judaico na Techeco-Slovaquia. No novo ministerio deste paiz fazem parte dois israelitas ministros da Justi- ça e das Obras Sociais. o o o Terra de Israel Em Londres, na Camara dos Co- muns o sr. James de Rothchíld fez uma interpelação para saber se o governo inglês fez à população arabe da Pales- tina ou dos paizes vísinhos qualquer promessa que invalíde a declaração Balfour ou as clausulas do mandato. Drummonde Shiels, sub-secretario das Colonias respondeu que num Livro Branco publicado recentemente pelo ministerio das Colonias declara-se for- malmente que na política do governo inglês não ha nada que possa invalidar a declaração Balfour. Tendo o sr. coronel Howard Bury interpelado o sub-secretario este res- pondeu-lhe dizendo que o governo sempre considerou a Palestina excluída dos territorios que durante a guerra fo- ram prometidos aos varios chefes ara- bes. -Vai ser plantada, na Palestina, uma floresta em honra do celebre pro- fessor Albert Einstein. o o o O que dizem de nós Do "Comercio do Porto" (edição da tarde): OS JUDEUS Tomás Ribeiro, um poeta quási esque- cido, cantou a desdita da raça errante a que Balfour pretendeu constituir um lar, na terra dos seus antepassados. Aqui, no ocidente, estamos longe do pro- groms, massacres em massa da gente de Is- rael, e quási indiferentes ficamos á sorte dos milhões que uma fé tornou ao mesmo tempo desgraçados e felizes. O martírio para os crentes deve ser felicidade. Agora, com o apêlo de Primo de Rivera aos judeus, o ocidente parece interessar-se novamente pelo seu destino, sem que tenha vindo um caso Dreyfus a apaixonar a opinião. O seu vigor religioso, a sua tenacidade é bem comparável ás dos primeiros cristãos de Roma em luta com o paganismo. Ainda recentemente, dois judeus polacos que se vieram refugiar em Portugal, pare- ciam surpreendidos quando um advogado lhes garantia que, entre nós, a sua qualidade de judeus em nada os poderia prejudicar. A lei era igual para todos-judeus ou não ju- deus. Não era de certo lisongeiro para nós, o que pensavam uns pobres polacos do nosso país, mas em breve reconheceram que sa- bemos respeitar todas as creanças, principal- mente quando se trata de estrangeiros. A que obedece o convite do Primo de Rivera? Os jornais, a propósito, citam o mi- lionário norte americano israelista Rubinstein que pela sorte dos seus correligionários es- panhois muito parece interessar-se. E, na Espanha de hoje, aos projectos es- boçados, a maioria da imprensa, com o "A B C" á frente, tem respondico: -Mas recebe-los hemos de braços abertos. S. F. Boa Replica. O barão de Rotscild, famoso banqueiro judeu falecido há anos, era pessoa de fino espirito e grande repentista, encontrando sem- pre as mais oportunas replicas. Em certa ocasião, num grémio que êle frequentava, um viajante, ainda bastante novo. contava com alguns indícios de bravata, algu- mas das suas mais aventurosas e arrojadas viagens; e referindo-se a uma ilha oceanica onde permanecera algum tempo, exaltou lar- gamente as sua belezas naturais e a formo- sura das suas mulheres. Rotschild perguntou-lhe-E só lá existem
N.º 026, Tebet 5690 (Dez 1929)
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