N.° 26 PORTO - Tebet de 5690 (Nov 1930 e.v.) ANO IV
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Tudo se ilumina _______ ___ _______ |=|____ _______ ...alumia-vos e
para aquele que |____ ||_ || ___ ||____ ||_____ | aponta-vos o ca-
busca a luz. | | |_| \_\ | | / / _ | | minho.
| | _____| | / / | | | |
BEN-ROSH |_| |_______| /_/ |_| |_| BEN-ROSH
(HA-LAPID)
Órgão da Comunidade Israelita do Porto
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DIRECTOR E EDITOR: -A. C. os BARROS BASTO (BEN-ROSH) || COMPOSTO E IMPRESSO NA Empresa DIARIO DO PORTO, Lda
Avenida da Boavista, 854-PORTO || Rua.de S. Bento da Victoria, 10
(Toda a correspondencia deve ser dirigida ao director) || ---------------- P O R T O ----------------
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A Religiosidade Banida
A Russia pune o ensino de qualquer
religião e persegue os seus professores
que espalham o veneno embríagante da re-
ligião pelos cidadãos.
A França afasta o ensino religioso das
escolas; a Yugo-slavia quer seguir este
exemplo.
Vejamos a que pode isto conduzir:
Cinco seculos antes que uma religião
existisse, Abraham inventou "a religiosi-
dade", isto é, a conservação do homem
com esta propria voz interna, que Deus
colocou no coração de cada filho.
0 ensino da religião tem por fim cha-
mar a atenção da creança para esta voz
da consciencia desenvolver a sua facul-
dade de a escutar, e de reforçar a sua
vontade de se deixar guiar por ela.
E' o ensino elementar da religião, que
melhora a qualidade da produção.
Mas, os soviets pensam que tal melho-
ração torna a população menos apta para
a guerra.
A isto r historia demonstra, que uma
coligação é depressa formada, para com-
ter cada nação com imposturas brutais,
enquanto os estados mais pequenos e
mais fracos enfileiram-se entre os vence-
dores, desde que r sua cultura se harmo-
mse com a da grande familia das nações.
Para a duração do Estado, é pois im-
Pürtante, elevar a qualidade dos seus
habitantes á altura cultural da humani-
dade. Desde a infancia, o ensino da Reli-
gião eleva a qualidade da população, cul-
tivando-lhe esta voz interna.
Mais dificil é o ensino religioso nas
classes superiores que baseando-se nos
exemplos da historia, deve demonstrar
que as desgraças e malquerenças elevam
os individuos piedosos a felicidades no-
vas e superiores.
Assim, a grande desventura da familia
de Jacob, cujo amado filho foi roubado
por mercadores madianitas e vendido a
uma caravana ismaelita, que o revendeu
aos egípcios, procurou para Joseph as
insignias de vice-rei do Egipto, cuja côrte
foi incantada pela sua profunda religiosi-
dade, que recusando todos os elogios,
atribuindo todo o mérito á inspiração
divina.
O grande flagelo dos seus descenden-
tes, á escravatura egípcia, procurou para
o povo de Israel a gloria, de ter libertado
a humanidade das atrocidades da lei ba-
bilonica (que então dirigia o mundo), e
de ter colocado todos os povos sobre a
base cultural da Biblia, até aos nossos
dias.
O grande desastre da deportação do
povo de Israel em Babilonia, foi a sua
salvação do marasmo imoral do seu pró-
prio paiz, constantemente atravessado por
tropas assírías, babilónicas e egípcias.
Babilonía que devia ser a sua prisão,
tornou-se o seu terreno de gloria, porque
foi ali que Israel fundou as suas celebres
N.º 026, Tebet 5690 (Dez 1929)
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