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N.º 038, Nissan 5691 (Mar-Abr 1931)







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            HA-LAPID                  5
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Snr. josé Furtado Montanha, digno dire-
ctor da Agencia do Banco de Portugal
nesta cidade. Esta donzelinha era bela e
bondosa, era do ceu como o seu nome in-
dicava e Deus não permitiu que na -terra
permanecesse e para o ceu a quiz. Deus a
deu, Deus a levou, Bendito seja Deus.
No seu funeral que foi imponente, in-
corporou-se tudo o que de representati-
vo havia em Bragança, desde os humildes
operários até aos altos dignatarios. Mages-
tosa manifestação de saudade.

            o o o

Os dias da semana

Muito se tem escripto sobre os dias da semana,
mas até agora, ao menos de quanto temos lido, não
achamos a razão de ser dos respectivos nomes em por-
uiguez. O autor que explicitamente diz alguma coisa
é Candido de Figueiredo, sem comtudo esclarecer o
motivo por que, tendo "os outros povos christãos" de-
signados os dias da semana pelos dos planetas, só o
portuguez lhes deu denominação ordinal seguida da
palavra feira.

Como na opinião do autor destas linhas a causa
deste facto se deve encontrar na historia dos costu-
mas da Peninsula, e ainda em influencias exteriores,
vejamos primeiramsnte a origem da divisão do tempo
por semanas.

Entre outras hypotheses, a mais aceitável é que a
instituição da semana de sete dias é de origem judai-
ca, conforme o Genesis. Fazemos allusão á semana
de sete dias porque houve povos que a não conhece-
ram. Primitivaniente nenhum a teve. Ella só veio a
ser conhecida no occidente depois do contacto do
christianismo e, sendo este uma creação do pensamen-
to e da mentalidade judaica, é claro que tirou desta
civilização boa parte do que pode apresentar de ele.
vado e de util.

No Mundo antigo e entre os povos que nunca ti-
veram contacto com os Judeus, não se conheceu a
semana de sete dias. Vejamos:

Os Mayas tinham a semana de 5 dias; os Aztecas
dividiam o anno em dezoito meses de 20 dias e mais
cinco, como os epagómenos, pois já tinham o anno de
365 dias; o Egypto, ao que parece, não a conheceu.
No seu calendario o anno é dividido em trinta e seis
décadas e mais cinco dias que os gregos denomina-
vam epagómenos. Tambem havia a divisão em doze
mezes.

Parece, pois, que a sua semana era de dez dias
ou a década.

Não esquecemos que a palavra semana, do latim
Septimana, contém o radical sete; mas se ha quaren-
tena (de quarenta), de oito dias, pode pelo mesmo phe-
nomeno semantico haver semana de dez dias.

Os gregos igualmente contavam por décadas, isto
é, dividiam o mez em tres semanas de dez dias cada
Uma:

1.a Década menós archomenou (principio do mez
mez princípiante).

2.a Década: menós mesountes (meado do mez).

3.a Década: menós phthinontos, (mez expirante),
conter nove dias, conforme o mez lunar.

Os chinezes e japonezes tinham ou tem a semana
de dez dias; os romanos contavam os dias do mez de
mui diversa forma.
Vejamos um mez de 31 dias para dahi fazer-se
um juizo:

1.° Calendee.
2.° VI ante Nonas.
3.° V ante Nonas.
4.° IV ante Nonas.
5.° III ante Nonas.
6.° Pridie Nonas.
7.° Nonae.
8.° VIII ante Idus.
9.° VII ante Idus.
10.° VI ante Idus.
11.° V ante Idus.
12.° IV ante Idus.
13.° III ante Idus.
14.° Pridie Idus.
15.° Idus.
l6.° XVII ante Calendas.
17.° XVI ante Calendas.
18.° XV ante Calendas.
19.° VIV ante Calendas.
20.° XIII ante Cslendas.
2l.° XII ante Calendas.
22.° XII ante Calendas.
23.° X ante Calendas.
24.° IX ante Calcndas.
25.° VIII ante Calendas.
26.° VII ante Calemias.
27.° VI ante Calendas.
28.° V ante Calendas,
29.° IV ante Calendas.
30.° III ante Calendas.
31.° Pridie Calendas.

Tinham também os dias nudinae ou seja uma
especie de semana de oito dias marcados no seu ca-
lendario pelas letras A, B. C, D, E, F, G, H/
Os indus já conhecem a semana commum:

Rava-vâra dia do sol.
Soma-vâra dia da lua.
Mangala-vâra dia de Marte.
Budha-vâra-dia de Mercurio.
Guro-vâra-dia de Jupiter.
Sukra-vara--dia de Venus.
Sani-vâra--dia de Saturno.

Outro povo que tambem contava a semana de
sete dias é o babylonico. Parecce estar provado que
primitivamente este não a conheceu no seu calendá-
rio. Mas, tempos depois, dados ao cultivo da astrolo-
gia e dedicando um dia a cada planeta (como os egy-
pcios já faziam para as horas do dia) acabaram por
fixar sete dias, conforme a presumpção astrolatrica do
tempo. Assim temos:

O 1.° dia sob a invocação Xamáx (Sol).
O 2.° dia sob a invocação Sin (Lua).


 
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