HA-LAPID 7 =============================================== Os nomes dos dias das semanas em hebraico ain- da hoje säo: Yom chad Dia 1.° " Xeni " 2.° " Xelixi " 3.° " Rebihi " 4.° " Hamixi " 5.° Xabbath (Descanço)-Sabado Em Arabe: al'badi-dia 1.° al'ithnaini-dia 2.° al'thalathai-dia 3.° al'arbakai-dia 4.° al'obamsi -dia 5.° al'djumkafi-dia do congresso-dia 6.° assabti-sabado. Ocorre naturalmente uma pergunta: e porque na Hespanha onde houve muitos judeus e arabes não prevaleceu esse systems? Isso è apenas apparente. Se na Hespanha não es- tá esse uso generalizado, é pelo menos tolerada tal nomenclatura, além do que é corrente em certos cen- tros. O proprio diccionario da Academia o registra como tal. Quanto aos outros povos, elles são a prova evi- dente de que na Peninsula o phenomeno é de origem judeu-arabe, e mais judeu do que arabe, pois nos ou- tros elles os judeus nunca exerceram tão grande in- fluencla como ali. E' bom lembrar o facto bem significativo da criação das feiras commerciaes em Portugal no tem- po de Affonso III, isto é, entre 1248 e 1279, e portan- to, num periodo em que a lingua portuguêsa procu- rava fixar-se. Ninguem desconhece a acção civilizadora, com- municativa e divulgadora do commercio e é de pre- ver que o habito de arabes e judeus (e particularmen- te o destes, em cujas mãos se achava o commercio) se transmittisse ao ambiente designando os dias de negocio das feiras pelos da semana. Os negocios feitos nas feiras (nos mercados) no dia immediato ao domingo, seriam negocios de se- gundá-feira que vinha ao encontro da nomenclatura Judaica; a 2.a feira corresponde ao segundo dia da se- mana hiblica. E assim, os negocios da terça-feira, da quarta-feira, etc. Esta ordem prova com os recursos o raciocinio, e é saciedade a sua origem judaica Todos os povos que seguiram os ordinaes nos dias da semana, mantiveram-nos conforme a tradicção da Genesis. O Sr. Candido de Figueiredo affirma que o Domingo é a feira por excellencia, e por isso é a pri- meira feira. Tratando-se de feria pode muito bem ser, Mas se attendermos ao facto de que a semana é antes uma divisão de tempo, determinando um periodo de trabalho, devemos concordar que não se principia es- Se periodo pelo descanço. Ora, Arabes, (Mahometanos) Gregos e Portugue- ses (Christãrs) não tem 0 seu dia de descanço no Sabado-(descanço). Os christãos guardam o domin- go e os Mahometanos, a sexta-feira; entretanto desi- gnam os dias ordinariamente pela ordem instituída no calendario judeu. Houve, pois, um syncretismo, se assim nos po- demos expressar, combinando ou adaptando a pala vra feira de origem ecclesiaslica ao mesmo termo de origem commercial e, como é neste meio que o povo tem o seu maior contacto, acceitou essa nomenclatura como já havia adoptado muitas outras denominações da utilidade commercial o ce interesse economico e iudusirial. David Pérez o o o Portugal na Holanda Um novo curso na Sinagoga de Amsterdam Inaugurou-se em Amsterdam um novo "curso de lingua portuguesa" no Seminario da historica Sinagoga Portugueza tendo comparecido grande numero de membros da Comunidade Israelita e os Consules Ge- raes de Portugal e do Brasil que se faziam acompanhar pelo consul honorario de Por- tugal o dedicado e desinteressado lusofilo sr. Johan Voctelink. O acto foi presidido pelo Consul Geral de Portugal, sr. Borges dos Santos que, com o sr. Voetelink e o bibliotecario do Seminario, sr. Jacob da Silva Rosa, foi quem tomára a iniciativa do novo curso reavivando, dessa maneira, as gloriosas tra- dições portuguezas e o culto pela Patria distante. Os judeus portuguezes que tinham esquecido a lingua dos seus maiores vol- tam, agora, a pratical-a tendo como profes- sor o sr. Voetelink, proficuamente auxiliado pelo distinto bibliotecario sr. Silva Rosa. O "curso" abrange a propaganda co- mercial, colonial e turística, afóra as pre- lecções de literatura e de historia portu- guesa e assim, criar-se-hão fundas raizes na numerosa Comunidade israelita, cuja influencia no comercio e na industria de Amsterdam é muito importante. Devido aos esforços do sr. Voetelink, já diversos individuos de nacionalidade ho- landeza falam o portuguez, encontrando-se espalhados pelos Paizes Baixos alguns dos seus antigos alunos e os quais manteem relações comerciais com Portugal e suas Colonias. Deve-se frisar que o novo pro- fessor da escola portugueza anexa ao Se- minario é desde ha muito tempo professor
N.º 038, Nissan 5691 (Mar-Abr 1931)
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