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Ha-Lapid הלפיד


N.º 040, Tamuz 5691 (Jun 1931)







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 6               HA-LAPID
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tenham mêdo, o Israel; porque eu vos livra-
ria destes paízes afastados onde estais e re-
tirarei os vossos filhos da terra onde estão
captivos! Jacob voltará: êle gosará repouso
e abundância de toda a espécie de bens sem
que tenha mais inimigos a recear, porque
eu exterminarei tôdos os povos entre os
quais eu vos dispersei, e para vós eu não
vos perderei inteiramente, mas eu vos cas-
tigarei segundo a minha justiça afim de que
não vos julgueis inocentes. Um dia tôdos os
que vos devoram serão devorados, tôdos os
vossos inimigos que estavam nas tendas de
Jacob serão levados cativos, terei compaixão
das suas casas, a cidade será restabelecida
sôbre a montanha e o templo será fundado
novamente como êle era dantes. Eu os mul-
tiplicarei e o seu número não diminuirá; eu
os porei em honra e eles não cairão mais
na indígência. Vós sereis o meu povo e Eu
serei o vosso Deus. Nêsse tempo, diz o Se-
nhor, serei o Deus de todos os filhos de Is-
rael e êles serão o meu povo; eu vos edifi-
carei ainda e vós sereis edificada, virgem
de Israel. Porque eis o que diz o Senhor:
Jacob estremecei de alegria, fazei resoar os
vossos gritos de alegria á testa das nações;
fazei grande barulho entoai cânticos e dizei:
Senhor salvai o vosso povo, salvai o resto
de Israel, porque Eu os trarei da terra de
aquilão, os juntarei das extremidades da ter-
ra, o cego e o côxo, a mulher grávida e a
parturiente estarão entre êles e voltarão pa-
ra aqui em grande multidão, êles voltarão
chorando de alegria e os reconduzirei na
na minha misericordia; os farei passar atra-
vez torrentes de água por um caminho di-
reito onde não tropecerão, porque eu tor-
nei-me o pai de Israel e Efraim é o meu
primo genito.

                             Continua.

               o o o

          Carlos Alberto

Muitos dos nossos correligionários que
vivem no Porto ou veem a esta cidade co- 
nhecem a Praça de Carlos Alberto onde se
ergue o monumento aos mortos da Grande
Guerra e no Palácio de Cristal Portuense
teem visto a capela tumular do mesmo Car-
los Alberto, sita ao fundo da Avenida das

Tílias, em local de onde se disfruta o belo
panorama do vale do Douro.

Se perguntarem quem era este Carlos
Alberto e que fez ele para merecer da gen-
te do Porto tais provas de simpatia, vos
dirão que foi um rei italiano, que deixando
o seu trono, veio acolher-se a esta laboriosa
cidade, onde, pelo seu fino trato e pela ir-
radiante simpatia, soube crear uma grata
popularidade.

Mas ninguem vos informará que tal rei
nos merece, a nós, israelitas, a manifestação
da nossa reconhecida homenagem. E por-
que?

Simplesmente por esta pequena grande
coisa: Foi Carlos Alberto que pela primei-
ra vez na Italia proclamou a egualdade de
todos os cidadãos, sem se importar do cul-
to que professavam. O que quer dizer que
os judeus, até ali na categoría de tolerados,
possaram a ser cidadãos aptos a desempe-
nharem na vida italiana todo e qualquer
cargo publico, como os seus conterraneos
cristãos.

Carlos Alberto fizera terminar nos seus
estados a Edade média do hebraismo ita-
liano.

Que o seu corpo repouse em paz e glo-
ria e a sua alma seja reunida ao feixe da
vida eterna, sao os nossos votos ardentes.

             o o o

O que dizem de nós

Do "jornal de Notícia", do Porto, na
secção "Varias Notas":
                         LISBOA, 12

Comprei ontem um livrinho chegado
agora e cujo titulo é este:-Sous le charme
du Portugal. Subscreve-o um nome femini-
no Lily Jean-javal. Hesitei na compra, por-
que os tempos vão maus para despezas su-
perfluas, mas o titulo seduziu-me. O que
diria o livro? Seria a favor ou contra? Es-
tes estrangeiros costumam ser-nos sempre
tao desagradáveis... Comprado o livro, fi-
quei espantado com recheio. Em primeiro
lugar nao é nada banal o assunto principal
que o originou, em segundo lugar poucas
vezes se nota uma tão profunda sensibili-
dade analítica a nosso respeito, junta a uma
delicadeza de comentarios que nos encanta.


 
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