2 HA-LAPID ============================================ sas, e a unica potencia que teve o poder e o prestígio suficientes para defender Israel contra os seus modernos opressores e per- seguidores. o o o Israel Vingado CAPITULO VII Ondo se prova que, ainda que, segundo a opinião dos cristãos, se possa aplicar ao Messias, o capitulo 53. de Isaias, êlos não saberão contudo aplica-lo ao que êles reconhecem como tal e qua querem que tôda a terra -- -- adore -- -- A verdade do texto sagrado referênte á redenção de Israel estando estabeiecida e tendo mostrado evi- dentemente de que maneira deve cumprir-se a pro- messa de Deus quais devem ser as vantagens da vinda do Messias segundo as predições dos Profetas: depois de ter provado que ele deve ser o ministro de Deus e o Chefe de Israel resgatado a-fim-de que não possa jámais menospresar-se e por mais armadilhas que se lhe possam armar não pode afastar-se do culto de Deus e da exacta observância da sua santa lei e dos seus mandamentos. Numa palavra, depois de ter reputado com rasões muito sólidas apoiadas nas passagens formais da escritura tódaa doutrina dos cristãos, explicarei o capitulo 53.° de Isaias que é o arco abatido e a base na qual os cristãos se susten- tam. E' necessário a principio examinar se o que está contido neste capítulo deve referir-se a Jesus Cristo, ainda que os capitulos precedentes provem evidentemente o contrário. Com efeito, os espiritos mais obstinados devem estar convencidos por tudo que temos dito até aqui que a sua vinda não produ- ziu nenhum dos efeitos que deviam faze-lo reconhe- cer; o que prova jà a impossibilidade que há em aplicar os termos de que se serve o Profeta nem ao sentido nem á doutrina cristã, e por consequências o Messias adorado pelos cristãos não poderia ser o verdadeiro. Concedamos aos doutores cristãos, ainda que isto seja absolutamente contra a vontade profética que o Messias devesse morrer duma morte violenta para expiar os pecados dos homens, e é isto o que o Profeta Isaías anunciou no capítulo 53.° Concede- mos-1hes tambem, ainda que isto seja muito duvido- so, que o seu pretendido Messias declara-se êle pró- prio que o era, que os Romanos e os Judeus o te- nham feito morrer injustamente e o tenham feito pregar numa cruz, suplicio com que punham os mal- feitores, tudo isto não basta para provar que fôsse com efeito o verdadeiro Messias se ele nao tivesse alem disso as outras qualidades essenciais que estão contidas neste capitulo. A sua morte por si mesma não podia persuadir os israelitas; se ela não produ- ziu qualquer dos efeitos que o Profeta predisse; o que é que devia fazer o servidor de Deus de que ele descreve as aflições? E' necessário que ele cumpra inteiramente tudo que Isaías anuncia, sem o que não se poderia reconhecê-lo como tal sem ofender o Se- nhor que bem quiz dar-se ao cuidado de nos ensinar todas as suas qualidades e todas as suas funções, até á mais pequena circunstância para prevenir a fraque- sa do nosso julgamento: ora ninguem poderá provar que o Messias dos cristãos as tenha desempenhado todas; poderão contudo dizer-me que ele supriu com a sua morte tudo que houve de defeituoso na sua vida: o que nada prova num assunto tão importante como a salvação do gênero humano, assim como o farei ver claramente explicando todos os versículos deste capítulo. VERSICULO 1 Quem acreditou ao nosso ouvido é a quem o braço do Senhor foi revelado? Podem aplicar-se estas palavras a Jesus Cristo a não ser para negar, que ele seja Deus. O Profeta diz bem inteligivelmente que é um homem que o seu santo braco deve ser revelado. Se ele devesse reve- lar-se por si mesmo não teria falado doutro. Não se poderia dizer, sem impiedade e sem blasfemia que era o outro Deus, pois que havia um só' E' pois evi- dente que esta graça devia ser concedida a uma cria- tura e não a um criador transformado em criatura, Se fosse o criador, o Profeta terio dito indubitavel- mente que ele tinha salvado a dextra e o braço de sua santidade. VERSICULO 2.° e 3.° Ele sa elevará como um ramo deante dêle; será despresado dos homens; sofrerá o acostumar-se-á as aflições Nada explica melhor o estado deploravel em que se sencontrava o servidor de Deus, a sua humildade aí está pintada. Tudo nos exorta a estima-lo e a res- peita-lo. VERSICULO 4.° e 5.° Tomou na verdade os nossos pesares sobre si, sofreu as nossas dôres, foi polos nos- sos pecados que ele foi inquietado Os cristãos explicam éstes versículos e os seguin- tes dizendo que foi para expiar os pecados do género humano. Querem que o seu Messias os tenha apagado todos pela sua morte, que tenha vindo ao mundo so- mente para nos libertar das nossas dôres suportan- do-as ele mesmo, que tenha resgatado todas as na- ções e a propria Israel do pecado original do nosso primeiro pai. Supôsto isto ele devia ter pelo menos os atributos que os cristãos lhe dão a-fim-de ser reco- nhecido pelo verdadeiro Messias. Os sinais da sua grandesa deviam ser tão brilhantes aos olhos de to- dos que ninguem os pudesse despresar; era necessá- rio que ele sofresse as nossas dores e curasse as nos- sas doenças. E' aqui a ocasião de saber se essas dô- res e essas doenças que deviam fazer o cumprimento
N.º 049, Elul 5692 (Set 1932)
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