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Ha-Lapid הלפיד


N.º 049, Elul 5692 (Set 1932)







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 2              HA-LAPID
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sas, e a unica potencia que teve o poder e
o prestígio suficientes para defender Israel
contra os seus modernos opressores e per-
seguidores.

                 o o o

             Israel Vingado

              CAPITULO VII

   Ondo se prova que, ainda que, segundo a
    opinião dos cristãos, se possa aplicar
     ao Messias, o capitulo 53. de Isaias,
      êlos não saberão contudo aplica-lo
        ao que êles reconhecem como tal
         e qua querem que tôda a terra
              -- -- adore -- --

A verdade do texto sagrado referênte á redenção
de Israel estando estabeiecida e tendo mostrado evi-
dentemente de que maneira deve cumprir-se a pro-
messa de Deus quais devem ser as vantagens da
vinda do Messias segundo as predições dos Profetas:
depois de ter provado que ele deve ser o ministro de
Deus e o Chefe de Israel resgatado a-fim-de que não
possa jámais menospresar-se e por mais armadilhas
que se lhe possam armar não pode afastar-se do culto
de Deus e da exacta observância da sua santa lei e
dos seus mandamentos. Numa palavra, depois de
ter reputado com rasões muito sólidas apoiadas nas
passagens formais da escritura tódaa doutrina dos
cristãos, explicarei o capitulo 53.° de Isaias que é o
arco abatido e a base na qual os cristãos se susten-
tam. E' necessário a principio examinar se o que
está contido neste capítulo deve referir-se a Jesus
Cristo, ainda que os capitulos precedentes provem
evidentemente o contrário. Com efeito, os espiritos
mais obstinados devem estar convencidos por tudo
que temos dito até aqui que a sua vinda não produ-
ziu nenhum dos efeitos que deviam faze-lo reconhe-
cer; o que prova jà a impossibilidade que há em
aplicar os termos de que se serve o Profeta nem ao
sentido nem á doutrina cristã, e por consequências
o Messias adorado pelos cristãos não poderia ser o
verdadeiro.

Concedamos aos doutores cristãos, ainda que
isto seja absolutamente contra a vontade profética
que o Messias devesse morrer duma morte violenta
para expiar os pecados dos homens, e é isto o que o
Profeta Isaías anunciou no capítulo 53.° Concede-
mos-1hes tambem, ainda que isto seja muito duvido-
so, que o seu pretendido Messias declara-se êle pró-
prio que o era, que os Romanos e os Judeus o te-
nham feito morrer injustamente e o tenham feito
pregar numa cruz, suplicio com que punham os mal-
feitores, tudo isto não basta para provar que fôsse
com efeito o verdadeiro Messias se ele nao tivesse
alem disso as outras qualidades essenciais que estão
contidas neste capitulo. A sua morte por si mesma
não podia persuadir os israelitas; se ela não produ-
ziu qualquer dos efeitos que o Profeta predisse; o
que é que devia fazer o servidor de Deus de que ele
descreve as aflições? E' necessário que ele cumpra
inteiramente tudo que Isaías anuncia, sem o que não
se poderia reconhecê-lo como tal sem ofender o Se-
nhor que bem quiz dar-se ao cuidado de nos ensinar
todas as suas qualidades e todas as suas funções, até
á mais pequena circunstância para prevenir a fraque-
sa do nosso julgamento: ora ninguem poderá provar
que o Messias dos cristãos as tenha desempenhado
todas; poderão contudo dizer-me que ele supriu com
a sua morte tudo que houve de defeituoso na sua
vida: o que nada prova num assunto tão importante
como a salvação do gênero humano, assim como o
farei ver claramente explicando todos os versículos
deste capítulo.

                 VERSICULO 1

Quem acreditou ao nosso ouvido é a quem
o braço do Senhor foi revelado?

Podem aplicar-se estas palavras a Jesus Cristo
a não ser para negar, que ele seja Deus. O Profeta
diz bem inteligivelmente que é um homem que o seu
santo braco deve ser revelado. Se ele devesse reve-
lar-se por si mesmo não teria falado doutro. Não se
poderia dizer, sem impiedade e sem blasfemia que
era o outro Deus, pois que havia um só' E' pois evi-
dente que esta graça devia ser concedida a uma cria-
tura e não a um criador transformado em criatura,
Se fosse o criador, o Profeta terio dito indubitavel-
mente que ele tinha salvado a dextra e o braço de
sua santidade.

               VERSICULO 2.° e 3.°

Ele sa elevará como um ramo deante dêle;
será despresado dos homens; sofrerá o
acostumar-se-á as aflições

Nada explica melhor o estado deploravel em que
se sencontrava o servidor de Deus, a sua humildade
aí está pintada. Tudo nos exorta a estima-lo e a res-
peita-lo.

               VERSICULO 4.° e 5.°

Tomou na verdade os nossos pesares sobre
si, sofreu as nossas dôres, foi polos nos-
sos pecados que ele foi inquietado

Os cristãos explicam éstes versículos e os seguin-
tes dizendo que foi para expiar os pecados do género
humano. Querem que o seu Messias os tenha apagado
todos pela sua morte, que tenha vindo ao mundo so-
mente para nos libertar das nossas dôres suportan-
do-as ele mesmo, que tenha resgatado todas as na-
ções e a propria Israel do pecado original do nosso
primeiro pai. Supôsto isto ele devia ter pelo menos
os atributos que os cristãos lhe dão a-fim-de ser reco-
nhecido pelo verdadeiro Messias. Os sinais da sua
grandesa deviam ser tão brilhantes aos olhos de to-
dos que ninguem os pudesse despresar; era necessá-
rio que ele sofresse as nossas dores e curasse as nos-
sas doenças. E' aqui a ocasião de saber se essas dô-
res e essas doenças que deviam fazer o cumprimento


 
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