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N.º 049, Elul 5692 (Set 1932)







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N.° 49                               PORTO - Elul de 5692 (Setembro 1932)                              ANO VI
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Tudo se ilumina                     _______  ___  _______ |=|____  _______                    ...alumia-vos e
para aquele que                    |____   ||_  ||  ___  ||____  ||_____  |                   aponta-vos o ca-
busca a luz.                            | |   |_| \_\  | |    / /   _   | |                   minho.
                                        | |       _____| |   / /   | |  | |
       BEN-ROSH                         |_|      |_______|  /_/    |_|  |_|                          BEN-ROSH

                                                  (HA-LAPID)

                                      Órgão da Comunidade Israelita do Porto

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DIRECTOR E EDITOR: -A. C. os BARROS BASTO (BEN-ROSH)   || COMPOSTO E IMPRESSO NA Empresa DIARIO DO PORTO, Lda
REDACÇÃO-Rua Guerra Junqueiro, 340-Porto               ||           Rua de S. Bento da Victoria, 10
(Toda a correspondencia deve ser dirigida ao director) ||   ---------------- P O R T O ----------------
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Um artigo de Lord Melchett sobre o problem judaico

          "Só a Inglaterra póde salvar os judeus"

"Os homens mais eminentes, -diz Lord
Melchett-de todos os tempos e de todos
os paises, e os que mais contribuiram pa-
ra o progresso espiritual, intelectual, mo-
ral e social da humanidade foram os ju-
deus.

Naqueles tempos remotos e obscuros,
quando os povos da Europa estavam ain-
da imersos nas trevas da ignorancia e da
barbarie, jà os judeus tinham escrito a
Santa Biblia e tinham creado uma civilisa-
ção admiravel. Durante muitos seculos
lutaram com bravura e heroísmo sem
iguais contra imperios poderosos, em de-
fesa da sua patria e da sua liberdade. Mas,
por fim, tiveram de sucumbir ante o poder
colossal de Roma, e, desde então, vivem
disseminados por quasi todos os paises do
mundo."

"...Quando em qualquer país sobre-
vem uma calamidade, ou mesmo uma sim-
ples desgraça, atribue-se sempre a culpa
aos judeus. E são os proprios governantes
que geralmente o fazem com o fim sinis-
tro de alastrar das suas proprias faltas a
atenção do povo.

"O actual movimento antisemita dos
"naizes" da Alemanha é alimentado unica-
mente pelo edis. Já antes da guerra, como
se sabe, os alemãee haviam-se distinguido
como povos semeadores de odios.

"Não deve, pois, assombrar-nos que
hoje, quando por toda a parte se sofre de
uma crise agudissima, se atire a culpa dos
males para cima dos judeus, apesar de se-
rem eles os mais castigados por esse açoite
universal. E' o jogo de sempre.

 

"Recentemente, -continua o articulista
-celebrou-se pela primeira vez na histo-
ria, uma conferencia judaica mundial, com
o fim de procurar os meios adequados pa-
ra a luta contra o novo terror antisemitico;
mas, que meios e que forças possue um
pobre povo disperso para lutar contra tão
poderosos e implacaveis inimigos?

"Os dezaseis milhões de polacos exis-
tentes estão dissiminados por quasi toda a
terra, e, a sua maioria, precisamente nos
paises aonde habitam em maior numero,-
é sumamenre pobre. Durante seculos não
lhes foi permitido dedicarem-se á agricul-
tura e aos trabalhos manuais; por isso, ti-
veram de converter-se em comerciantes,
vendedores ou intelectuais de onde resulta
que são hoje os que mais directamente so-
frem com a crise mundial, pois que lhes
é impossivel viver do trabalho agricola,
como vivem as povoações rurais da Polo-
nia, Romania, Lituania, Hungria, Alemanha,
etc, aonde se eleva a milhões o numero
de judeus.

E termina assim o seu artigo o ilustre
escritor:

"A unica salvação --diz-só pode vir da
Inglaterra porque é o unico país que con-
sidera a judeofobia como um movimento
de loucos ou de malvados.

"A Inglaterra-continua-que respon-
deu ao grito de angustia do povo hebraico
com a declaração Balfour; que o autorisa
a reconstruir na Palestina o seu lar nacio-
nal; a Inglaterra, tão zelosa da sua fama de
defensora dos paises pequenos e oprimi-
dos e tao fiel cumpridora das suas promes-


 
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