HA-LAPID 7 ========================================= sono nessa noite, ordenou, afim de se dis- trair, que lhe lessem os anais do reino. Mas eis que chega a parte referente á conspiração descoberta por Mardoqueu e então Assuero, meditando no seu dever, pre- guntou qual a recompensa que esse seu fiel subdito havia recebido. -Nenhuma, responderam-lhe. Chamando Aman faz-lhe esta pregunta: - O que se há-de fazer aqaele a quem o rei quer honrar? Responde Aman, certo de que sómente êle podia ser o alvo das honras que o rei queria prestar: - Aquele a quem o rei quer honrar, deve ornar-se de reais vestidos, cingir a ca- beça com a corôa do monarca, montar um cavalo da casa real, que será conduzido através as ruas da cidade pelo maior prin- cipe da corte, pelas quais espalhará o brado - e assim será honrado aquele a quem El-Rei quer honrar. Mas... oh surpresa... o rei responde- -lhe:-Vai e faz a Mardoqueu. que esta sentado á porta do palácio, tudo o que aca- bas de dizer. Entretanto no segundo banquete Es- ter pede-lhe que salve o seu povo da morte e do ódio do seu mortal inimigo. -- E quem se atreve a odiar-vos? - Esse cruel Aman. ' Ficou irritado enquanto aquele ficava aterrorisado. Aumentou a sua irritação a noticia da forca que o seu valido tinha pre- parado para Mardoqueu e ordenou que ele fosse nela enforcado, no lugar daquele para quem a havia destinado. o decreto contra os judeus foi abolido e Mardoqueu recebeu o posto do extinto Aman. Não é possivel descrever a felicidade que os judeus sentiram. nem o numero de lagrimas que a familia do seu malvado ini- mlgo derramou. E no entanto tudo se deve á intervenção de Ester. Este periodo representa a passa- gem dos judeus do cadafalso para a corte real. Em seguida na sala da escola, num chá Que se seguiu ao discurso referido, recita- ram-se entre outras poesias: "Um Sonho" por David Moreno; "A Tragédia" por David Lapo; "Uma anedota" por Joseph Gabriel? "Pnrtugal" por Johanan Quina Vaz, e "Mas Porque" por Arão Horta. Várias canções, bem como o nosso Hino de Redenção, Hat kva, foram entoadas pLIOS Talmidim, acompanhos a orgão tocado pelo Talmíd Samuel Rodrigues. D. Moreno o o o VIDA COMUNAL Donativo- O Snr. Marcel Goldshmidt, de Lyon fez um donativo de 500 escudos para obras nas dependencias do Instituto Teologico Israelita. Bragança No dia 2 de Março sepultou-se, no cemi- terio publico, desta cidade. a inditosa Sn.a D. Eulalia Lavinia de Sá Pilão, de 72 anos de idade, brigantina tambem muito querida e estimada. A desditosa falecida era tia da Sr.a D. Candida de Sá Pilão e Matos, esposa do sr. Antonio Matos, conceituado capitão de infantaria 10, reformado. O seu funeral foi tambem muito concor- rido, vendo-se presentes muítissimae pes- soas da mais distinta e elevada posição so- cial. O ilustre arqueológo, reverendo abade de Braçal, e nosso erudito amigo, no seu livro "Memórias Arqucológico-Historicas do distrito de Bragança" --Os judeus-in- forma que no auto de fé de 6 de Agosto de 1713, na Inquisição de Coimbra foi conde- nado a carcere e habito perpetuo -José de Sá Pilão, cristão novo, tecelão, natural de Bragança, 38 anos, e a abjuração por pra- tica de judaísmo. No auto de fé de 19 de junho de 1718, na Inquisição de Coimbra - Antonio de Sá Pilão, cristão novo, tecelão de sédas. sol- teiro, filho de Henrique de Sá Pilão, do mesmo oficio, natural de Bragança, 21 anos condenado a carcere a arbítrio por judaismo.
N.º 054, Adar 5693 (Mar 1933)
> P07