N.º 057, Tamuz 5693 (Jun-Jul 1933) > P05
Primeira Página Página Anterior Diminuir imagem Imagem a 100% Aumentar imagem Próxima Página Última Página

Ha-Lapid הלפיד


N.º 057, Tamuz 5693 (Jun-Jul 1933)







fechar




             HA-LAPID                5
=======================================

que aqui é substituída por um esplêndido
relvado á beira do rio sombreado por vi-
deiras ou seja o símbolo da creação.

Não me sendo possivel descrever a
agradável maneira como aquele dia se pas-
sou, direi apenas que enquanto os mais
jóvens se divertiam dançando, jogando a
cabra-cega, etc, etc, os outros sentados em
sofás naturais, conversavam em várias lín-
guas, principalmente português, frances e
alemão.

A cada momento uma palavra hebraica,
que fazia voltar a cabeça dos que brinca-
vam, era introduzida entre as frases.

Embora aí, nos conservassemos quási
todo o dia, eu peço-lhes para voltar, a fim
de melhor examinar o mosteiro que deixa-
mos, pois creio não será das partes menos
interessantes.

Em todo o caso, contra o que desejaria
não disponho de suficiente espaço para re
latar a sua história, mas contentar-me-hei
com algumas indicações.

A noticia da sua fundação é ignorada,
mas sabe-se que a fábrica primitiva já exis-
tia no século X, composta de uma pequena
egreja e dum mosteiro que nos fins do sé-
culo XI foi reedificada, visto ameaçar ruína.

Sendo admitida pouco depois no reino
da Ordem de Malta, foi-lhe concedido o
mosteiro de Lessa que lhe ficou sempre
pertencendo, vindo a ser a cabeça da Ordem
em Portugal.

Nesse mosteiro se hospedaram D Afon-
so Henriques e sua mulher D. Mafalda, o
condestável Nuno Alvares Pereira, a infanta
D. Filipa, neta de D. João I, e muitos ou-
tros.

Foi tambem ali que D. Fernando casou
com D. Leonor Teles, receando quaisquer
protextos do povo no Porto ou Lisboa.

A casa do Lessa foi reformada por D.
Sancho I em 1212 e foi D. Manuel que lhe
deu foral em 1519

A fronteira do Templo dá sôbre um
pequeno adro, junto do qual fica o cemi-
tério da freguesia cuja porta principal é de
góticas ogivas. Todo o edifício é coroado
de ameias, manifestando claramente o des-
tino de templo-fortaleza,

A peça mais notável é a explêndida pia
batismal, de pedra ançã, rendilhada de es-
culturas e arabescos, soberbo exemplar de
estilo gótico floretado. E' de forma oita-
vada e tem na parte superior de cada uma
das quatro faces alternadas o escudo de
armas do fundador.

A inscrição que rodeia as quatro faces
diz que - O Prior de Crato, D. Frei João
Coelho a mandou fazer-provávelmente em
1514, data existente no formoso cruzeiro
que fica perto do templo, de estilo gótico,
que foi introduzido em Portugal no tempo
de D. Diniz.

Enfim, reconhecendo que este não é um
lugar próprio para desenvolver este assunto
termino juntando o meu voto ao de todos
que no fim se dirígiram ao sr. presidente
do Grupo Sionista e sr. Reitor do instituto
Teológico lsraelita dizendo:

-Teriamos muito prazer em ser convi-
dados a amiudados piqueniques.

                          David A. Marêno

              o o o

Dos 4 cantos da terra.

França - A assembleia geral dos antigos
combatentes da Divisão marroquina teve lu-
gar no sabado, 27 de Maio. no Hotel Luté-
tia em Paris.

Ao almoço, que reunia cêrca de 200
convivas, entre os quais os generais Gou-
raud, Lagard, Midelhauser, Sehuller e La-
grue, o general Daugan, presidente da As-
sociação, recordou, no seu discurso os efei~
tos inqualificáveis de que os judeus alemães
são actualmente as vitimas.

Ele rendeu uma emocionante homenagem
aos voluntários judeus da Divisão mortos
em Maio de 1915, na batalha de Carencia.

Inglaterra-O Daily Herald denuncia o
govêrno nazi, que acusa de prosseguir si-
lênciosamente a sua política de perseguições
contra os "não Arianos".

Nos primeiros dias do terror, nazi, es-
creve o orgão trabalhista, Sr. Hitler encon-
trou em todos os países gentes para tolerar
os seus procedimentos sob pretexto de que
estes não estavam empregados senão tem-
porariamente. Mas o terror continua. Faz
parte da filosofia nazi.

Para o governo dum país que se encon-
tra na situação actual da Alemanha, não de-
veria existir senão uma tarefa: a reconstru-
ção económica.

Certos, há no programa nazi elementos
rectos e traços dum desejo de atingir os


 
Ha-Lapid_ano07-n057_05-Tamuz_5693_Jun-Jul_1933.png [149 KB]
Primeira Página Página Anterior Diminuir imagem Imagem a 100% Aumentar imagem Próxima Página Última Página