4 HA-LAPID ================================================= Dedicada ás Senhoras cantou o Taimid Jonathan Rebordão uma canção que, no final, foi muito aplau- dida. A seguir o sr. Menassch Bendob recitou a en- graçada poesia: "Um aldeão que vai á cidade" que, pela manei- ra bizarra e interessante como foi recitada, mereceu os aplausos de todos, Em honra do sr. Eduardo Almeida cantou esta breve mas significativa quadra: N'alma e no coração A esperança acalentemos De á terra de Promissão Solo Bendito-(bis) A voltar não tardaremos. Tambem a sr.a D. Sofia de Carvalho e uma sua sobrinha se fizeram ouvir num canto muito sentimen- tial e belo, o Tlet pelo que mereceram os aplausos de todos. Levantou-se, depois, para brindar em honra da EX.ma Sr.a D. Lea Azancot, gentil Esposa do nosso Ex.mo Director, uma veneranda senhora, Avó do nosso Ex.mo Professor de Hebraico, que a todos muito impressionou e cativou e por todos foi secundada. Terminou esta tão simpatica festa com os cantos da Portuguesa e do Hino Nacional Hebraico, cantados de pé por todos os israelitas presentes, deixando a todos, estou bem certo disso, imorredoiras recorda- ções e fazendo votos para que mais tarde, assim tão alegreimente passadas nos sejam mais vezes propor- cionadas. São estes tambem os meus mais ardentes votos. Jonathan Duarte Rebardão o o o GRÃ-BRETANHA Manifestação projudaica no Parlamento britânico A questão judaica foi evocada mais uma vez ao Parlamento britânico no qual o co- ronel Oliver Lockey Lampson depositou num projecto de lei tendendo a acordar a nacionalidade palestlniana a todo o Judeu, que por qualquer razão, tenha perdido a sua nacionalidade de origem ou os seus direitos civicos. O debato suscitado pela proposta do de- putado inglês desenrolou-se numa atmosfe- ra de simpatia para o judaismo e mais es- pecialmente para os israelitas alemães. O snr. Locker Lampson disse em suma : "A Inglaterra que entrou na guerra para defender a liberdade do mundo, deve pôr-se ao lado da memória judaica perseguida. Os Judeus mostram-se habitualmente muito li- gados ao seu pais. Se a S. D N. permanece indiferente, o império britânico deve tomar a iniciativa duma vasta acção em favor dos Judeus da Alemanha". O orador terminou por um elogio entu- siasta ao professor Alberto Einstein alvo de uma ovação calorosa. A' Câmara adotou em seguida o pro- jecto do snr. Locker Lampson em primeira leitura. Para aliviar as vitimas judaicas da Hitlerismo O Daily Herald publicou um artigo de M. A. L. Easterman a respeito do exodo da Alemanha de cerca de 400.000 Judeus. O problema, diz êle, é complicado e di- ficil. Há na Alemanha 600.00 Judeus cuja maioria pertence á classe média: comercian- tes e artistas, 400 000 deixariam de certo o país se tivessem meios de o fazer. Calcula-se que 100.000 israelitas procu- raram já refugio na França, Austria e Tche- coslováquia. O conselho dos deputados Judeus, anun- ciando a sua decisão de convocar uma con- ferênciá mundial para discutir os melhores meios de auxiliar as vítimas de Hitler, de- clarou que a conferência estudaria a ques- tão da instalação dos refugios actuais e vir para os países susceptíveis de os absorver. Um vasto projecto financeiro foi estabe- lecido. Já negócios estão encetados com di- versos governos. O governo australiano está preparado para recolher uma forte colónia judaica nos territórios do norte que ainda não está de- senvolvidos; o governo turco tez saber que receberia um grande numero de Judeus, es- pecialmente engenheiros, médicos, quimicos, com a condição de que estes aceitem ins- truir um certo número de estudantes turcos. A Argentina e o Brasil aceitam igualmente a colonisação duma parte do seu território pelos Judeus. Enfim, o governo persa verá sem desprazer os israelitas instalarem-se nos districtos de Teheran e Tabi. o o o Terra de Israel Durante os três ultimos mêses emigra- ram para a Palestina 4.000 judeus alemães. - O govêrno palestiniano emitará um empréstimo de dois milhões de libras para desenvolvimento do país.
N.º 058, Ab 5693 (Ago 1933)
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