HA-LAPID 5 ======================================= Os evangelhos e o movi- mento Hitleriano Recebemos a seguinte carta que agrade- cemos sensibilizados: Lisboa, 18 de Abril de 1933. Ex.mo Sr. Capitão Artur de Barros Basto - Porto Meu prezado amigo e Senhor: Junto tenho o prazer da remeter a cópia da carta que foi enviada á Aliança das igrejas Evangélicas na Alemanha, manifes- tando o nosso pezar pela perseguição so- frida pelos israelistas daquela nação. Rogo o obséquio de levar ao conheci- mento representativo da Comunidade Israe- lita nessa cidade a nossa manifestação de simpatia neste momento anguetioso. Respeitosamente. Eduardo Moreira Presidente da A. E. P. Cópia da carta enviada á Deutschen Evangelischen Kirchenausschuss de Berlim-Charlottenbutg. Lisboa, 11 de Abril de 1933. Prezados irmãos: A Aliança Evangélica Portuense, lamen- tando o que houver de exagero nas noticias sobre atrocidades infligidas aos Judeus na Alemanha, mas não tendo visto desmentidas as que se referem á privação de direitos que colocam os Judeus em dificultosas cir- cunstancias-o que considera uma perse- guição tambem-vem manifestar-vos a sua tristeza por esse facto e a sua simpatia pelo antigo Povo Eleito. Saudando-vos fraternalmente, sou, Pela Aliança Evangélica Portuguesa. O Presidente, (a) Eduarda Moreira. Secção Sionista A Aldeia Judaica A volta de um povo á sua patria histo- rica deve ser encarado sob dois pontos dd vista. a) O que é que o Judeu traz á sua terra? b) O que dá esta terra ancestral ao Judeu que a ela volta? O fim do presente trabalho é justamente encontrar uma resposta objectiva a estas duas preguntas. Antes de abordar o exame do estado actual da agricultura palestiniana, não es- queçamos um ponto importante: a Palestina não é um país novo; pelo contrario, é um pais repleto de vestígios de uma antiga ci- vilização. Assim não se deve estabelecer comparação entre o que se passa entre nós e o que se passa em outros centros de co- lonisação, onde povos arianos, transforma- ram lugares desertos em países florescentes e prosperos. Tais comparações são por ve- zes instructivas, mas, no fundo, restam du- vidosas. O judeu não volta para um país abandonado, inculto, em cujo solo se man- teve intacta uma seiva secular devido a não ter sido utilisada nem explorada pela mão do homem. Os Hebreus, os Fenicios e os Filisteus não foram os unicos a desenvolver nos seu país uma agricultura variada e in- tensiva (como testemunhas a Michna, o Tal- mud e outros documentos). Todas as tribus arabes que lhes sucederam continuaram a explorar a terra e a exgotar-lhe a força. O Judeu, ao voltar para a Palestina, encon- trou-se em façe de uma população rural presa a uma velha tradição agricola, utensi- lios rotineiros, um cheptel indígena, uma alternativa regular de cultura, arvores fruti- feras, diversas variedades de produtos hor- ticolas e agrícolas, trabalhos de estação repartidos e regrados, Encontrou-se em presença de uma agricultura de formas imu- taveis; e não era um regimem acidental, importado de fora; era um regimem admi- ravel pela sua logica interior, fruto de uma experiencia secular, he uma necessidade natural, o unico meio de existencia. O traço característico desta vida agricola é a sua adaptação plena e absoluta ás con- diçoes naturais. Nunca aqui houve esforço
N.º 058, Ab 5693 (Ago 1933)
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